Afinal, as pessoas estão cansadas de filmes de super-heróis?

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Afinal, as pessoas estão cansadas de filmes de super-heróis?

Por Jaqueline Sousa

Quando Robert Downey Jr. apareceu pela primeira vez nas telonas como Tony Stark, em 2008, a (pouca) influência dos super-heróis no cinema estava prestes a passar por uma reviravolta. Começava ali o Universo Cinematográfico da Marvel tal qual o conhecemos hoje em dia, a franquia que vem dominando os quatro cantos do mundo desde que o Marvel Studios capturou todos os holofotes de Hollywood com o primeiro longa do Homem de Ferro, quebrando recordes de bilheteria filme após filme.

Agora, 15 anos e uma pandemia depois, o cenário é outro, apesar das histórias protagonizadas por seres superpoderosos continuarem marcando presença nas salas de cinema (só no mês de junho tivemos Homem-Aranha: Através do Aranhaverso e The Flash). Contudo, cada vez mais ouvimos falar sobre o termo “fadiga de super-heróis” (o “superhero fatigue”, em inglês), como se o público que vibrava loucamente a cada nova estreia do MCU nas telonas já não se interessasse mais por esse tipo de produção atualmente. Basta dar uma olhadinha nas recentes bilheterias da Marvel para perceber que os ventos parecem estar mudando de direção.

Mas será mesmo que as pessoas estão cansadas de assistir a filmes de super-heróis? Resolvemos investigar esse assunto tão polêmico a fundo para tentar encontrar possíveis respostas para a questão, além de compreender o que o atual cenário hollywoodiano anda dizendo para nós.

Da ascensão à queda: as bilheterias de filmes de super-heróis não são mais as mesmas de antes?

Vingadores: Ultimato foi um marco na história do MCU.

Para muitos fãs do Universo Cinematográfico da Marvel, Vingadores: Ultimato (2019) marcou o fim de uma era. O longa dirigido pelos Irmãos Russo levou multidões às salas de cinema em 2019, arrecadando US$ 2,8 bilhões nas bilheterias mundiais. Acima dele, temos apenas o fenômeno chamado Avatar, de 2009, com US$ 2,9 bilhões arrecadados (via Box Office Mojo).

O que aconteceu para, desde então, nem mesmo a Marvel Studios conseguir emplacar outro sucesso tão estrondoso quanto Ultimato nos cinemas (com a única exceção de Homem-Aranha: Sem Volta Para Casa)? Antes de analisarmos possíveis cenários para esse “descaso”, vamos ao que os números das bilheterias dizem.

Desde o início da Fase 4 do MCU, a Marvel já colocou nove filmes da franquia nos cinemas, sendo que os três primeiros da lista abaixo foram lançados em um contexto pandêmico, com Sem Volta Para Casa ensaiando um retorno em massa do público às salas de cinema:

  • Viúva Negra (2021): US$ 379,7 milhões;
  • Shang-Chi e a Lenda dos Dez Anéis (2021): US$ 432,2 milhões;
  • Eternos (2021): US$ 402,1 milhões;
  • Homem-Aranha: Sem Volta Para Casa (2021): US$ 1,9 bilhão;
  • Doutor Estranho no Multiverso da Loucura (2022): US$ 955,8 milhões;
  • Thor: Amor e Trovão (2022): US$ 760,9 milhões;
  • Pantera Negra: Wakanda Para Sempre (2022): US$ 859,2 milhões;
  • Homem-Formiga e a Vespa: Quantumania (2023): US$ 476,1 milhões;
  • Guardiões da Galáxia: Vol. 3 (2023): US$ $831,2 milhões.

Como é possível notar na listagem acima, desde o lançamento de Homem-Aranha: Sem Volta Para Casa o MCU não conseguiu ainda ultrapassar o marco de US$ 1 bilhão nas bilheterias mundiais, algo que acontecia com uma maior frequência durante as primeiras fases do estúdio. Nem mesmo Guardiões da Galáxia Vol. 3, o terceiro filme do adorado grupo de heróis desajustados da Marvel, conseguiu ultrapassar o marco.

Outra questão que vale ser ressaltada é que, atualmente, está acontecendo uma certa tendência de quedas bruscas na bilheteria de filmes de super-heróis, como aconteceu com Homem-Formiga e a Vespa: Quantumania. O ponto de partida da Fase 5 do MCU até conseguiu uma abertura considerável (US$ 106,1 milhões), mas houve uma queda de 69% em relação à estreia do filme nos cinemas (via Variety), o que escancarou uma falta de interesse do público pela produção com a passagem do tempo.

Homem-Formiga e a Vespa: Quantumania enfrentou uma queda de bilheteria no começo de 2023.

Já com a DC, o cenário é outro. Com lançamentos mais esporádicos, a franquia de super-heróis comandada pela Warner Bros. ainda sofre para encontrar seu espaço em Hollywood, o que por si só já serve como um motivador para o desinteresse do público. Em 2021, por exemplo, ano em que a Marvel colocou quatro filmes nas telas do cinema, a DC colocou apenas um: O Esquadrão Suicida, o reboot de James Gunn do filme de 2016 que arrecadou US$ 168,7 milhões nas bilheterias mundiais.

No caso da DC, o único lançamento, desde 2021, que conseguiu levar mais pessoas às salas de cinema foi o aclamado Batman, de Matt Reeves, que conquistou US$ 770,9 milhões nas bilheterias ao redor do mundo. Mas isso não se repetiu com outros filmes da franquia lançados até então: Adão Negro (2022) e Shazam! Fúria dos Deuses (2023) arrecadaram, respectivamente, US$ 393,2 e US$ 133,8 nas bilheterias, tornando-se grandes fracassos para a Warner Bros.

É por esse caminho que The Flash, o novo filme da DC, parece andar. Com uma abertura doméstica, ou seja, arrecadações feitas apenas nos Estados Unidos, de US$ 55 milhões, o longa de Andy Muschietti segue despencando no ranking de bilheterias de 2023 a cada semana que entra. Até o momento, cerca de US$ 210,9 milhões foram arrecadados nas bilheterias mundiais, sendo que o orçamento do filme foi de US$ 200 milhões com um acréscimo de US$ 100 milhões para campanhas de marketing (via Variety).

The Flash, o novo filme da DC, não está conseguindo levar o público aos cinemas.

Isso poderia ajudar a responder à questão sobre a tal fadiga dos super-heróis, levando em consideração o contexto de cada lançamento, com certa facilidade, mas se olharmos para os números que Homem-Aranha: Através do Aranhaverso anda coletando, as coisas ficam um pouco mais complexas.

De acordo com o ranking anual do Box Office Mojo, a sequência da aclamada animação de 2018 da Sony Pictures arrecadou, até o momento, cerca de US$ 559,9 milhões nas bilheterias mundiais, sendo que sua abertura doméstica foi de US$ 120,7 milhões, um número contrastante com a abertura de The Flash que, apenas duas semanas depois da estreia de Através do Aranhaverso, arrecadou US$ 55 milhões.

Como o contexto pandêmico se encaixa nessa história?

Salas de cinema fecharam durante a pandemia, gerando uma crise no setor.

É chover no molhado dizer que desde que a pandemia de Covid-19 começou, em março de 2020, o mundo já não é mais o mesmo de antes. Além dos meses de isolamento social e as perdas irreparáveis provocadas pelo coronavírus, nós ainda enfrentamos consequências dos momentos mais críticos da crise pandêmica mesmo três anos depois, e a indústria audiovisual não é uma exceção à regra.

Cinemas fechados, filmagens interrompidas e produções indo parar diretamente nas plataformas de streaming. Esse era o cenário hollywoodiano em 2020, um setor que só começou a apresentar sinais de recuperação após o início da vacinação em massa entre o final de 2020 e o ano de 2021, já que isso possibilitou a volta gradativa e segura do processo de produção de filmes e séries no mercado audiovisual.

Foi justamente em 2021 que os filmes de super-heróis começaram a ensaiar um retorno às telonas. O primeiro do MCU foi Viúva Negra, que ganhou um lançamento simultâneo em cinemas selecionados e na plataforma de streaming do Disney+. Apesar de incertezas sobre o quão seguro seria estar em uma sala de cinema em um cenário pandêmico, o longa estrelado por Scarlett Johansson conseguiu arrecadar US$ 379,7 milhões, com uma abertura doméstica de US$ 183,6 milhões (via Box Office Mojo).

Viúva Negra teve um lançamento simultâneo nos cinemas e no Disney+.

Viúva Negra foi um lançamento atípico para o Marvel Studios (e até resultou em um processo de Scarlett Johansson), mas a partir de 2021 as coisas começaram a melhorar na indústria, sendo que Homem-Aranha: Sem Volta Para Casa tornou-se o primeiro filme, desde o início da pandemia, a ultrapassar o marco de US$ 1 bilhão de arrecadação nas bilheterias mundiais. Se levarmos em consideração que, em 2020, o mercado estadunidense só conseguiu fazer US$ 4,4 bilhões no ano inteiro (via Variety), o futuro do cinema, depois de meses com estabelecimentos fechados e produções interrompidas, parecia promissor.

Contudo, as coisas não são mais as mesmas de antes. Com a pandemia, a indústria precisou se adequar aos meses de isolamento social, ou seja, filmes que geralmente ganhavam lançamentos em salas de cinema acabavam chegando às plataformas digitais para evitar o deslocamento de pessoas em massa. Foi isso que aconteceu com Viúva Negra, por exemplo.

Além disso, com a volta gradual dos cinemas físicos, muitas produções ganhavam janelas de exibição curtas, sendo que a grande maioria chegava às plataformas digitais em um período de 45 dias após a estreia (via Variety). Logo, com tantos lançamentos sendo disponibilizados rapidamente no conforto das residências até hoje, muitas pessoas seguem preferindo esperar que os filmes apareçam nos serviços de streamings ao invés de se locomoverem até uma sala de cinema, principalmente com o crescente aumento no preço dos ingressos (atualmente, um ingresso simples do tipo inteira na Cinemark, uma das redes mais populares do Brasil, custa por volta de R$ 36, com variações de localização).

As críticas de Martin Scorsese e outros diretores renomados aos filmes de super-heróis tiveram impacto no cenário atual?

As críticas de Martin Scorsese aos filmes de super-heróis geraram uma intensa comoção na indústria que repercute até hoje.

Coincidência ou não, foi em 2019, o ano do encerramento de um ciclo para o Universo Cinematográfico da Marvel, que Martin Scorsese tornou-se o pioneiro da enxurrada de críticas que os filmes de super-heróis estão recebendo nos últimos anos de profissionais na indústria. Tudo começou com uma entrevista da revista Empire, em que Scorsese, o nome por trás de grandes clássicos do cinema, como Taxi Driver (1976) e Os Bons Companheiros (1990), foi questionado sobre sua opinião a respeito do MCU, e ele não foi muito agradável na resposta.

“Eu não os assisto”, Martin Scorsese contou à Empire o que achava dos filmes do MCU. “Eu tentei, sabe? Mas não é cinema. Honestamente, o mais perto disso, por mais bem-feitos que sejam e com os atores fazendo o melhor sob tais circunstâncias, são os parques temáticos. Isso não é cinema com seres humanos tentando transmitir experiências emocionais e psicológicas a outro ser humano.”

Ao dizer que filmes de super-heróis não eram cinema, comparando-os a parques temáticos, Scorsese causou uma intensa resposta dos fãs, críticos e outros profissionais na indústria do entretenimento que segue repercutindo até hoje. Desde então, cineastas como Francis Ford Coppola (O Poderoso Chefão) e Quentin Tarantino (Pulp Fiction: Tempos de Violência) também já expuseram opiniões negativas sobre o domínio de histórias protagonizadas por seres superpoderosos, embora uma grande parcela de artistas continuem rebatendo tais críticas, como aconteceu com o ator Simu Liu, a estrela de Shang-Chi e a Lenda dos Dez Anéis (2021).

Quentin Tarantino já fez várias críticas aos filmes de super-heróis.

Nesse caso, a crítica veio justamente de Tarantino, que comentou durante sua participação no podcast 2 Bears, 1 Cave, em 2022, que a “marvelização de Hollywood” era a responsável pela “morte” do status de estrelas de cinema na atualidade:

“Você tem todos esses atores que se tornaram famosos interpretando tais personagens. Mas eles não são estrelas de cinema. Certo? O Capitão América é a estrela, ou o Thor é a estrela. Quero dizer, não sou a primeira pessoa a dizer isso. Acho que já disseram um zilhão de vezes… Mas, sabe, são os personagens da franquia que se tornam estrelas.”

Liu, por sua vez, respondeu à crítica de Tarantino em seu Twitter (via The Guardian), afirmando que “se os únicos guardiões do estrelato cinematográfico fossem Tarantino e Scorsese, nunca teria a oportunidade de protagonizar um filme de US$ 400 milhões”.

Independente da sua opinião sobre filmes de super-heróis, os constantes embates sobre a qualidade do formato e a ocupação em massa das salas de cinema ao redor do mundo podem ter ajudado a influenciar, mesmo que indiretamente, a opinião do público e, especialmente, da crítica especializada.

Afinal, se críticos de cinema continuam batendo na mesma tecla quando um novo filme de super-herói chega aos cinemas, é muito provável que pessoas acabem desistindo de ver um filme nos cinemas, caso vejam muitas reações negativas direcionadas a um projeto específico. E isso vale para qualquer produção lançada na indústria audiovisual, basta ver o fracasso que a série The Idol, massacrada pela crítica especializada quando estreou no Festival de Cannes, foi para a HBO.

Afinal, por que o público parece estar cansado de filmes de super-heróis?

Atualmente, há uma queda relativa nas bilheterias de filmes de super-heróis que podem indicar certo desinteresse do público.

Apesar de não haver uma resposta definitiva para a questão, é nítido que, se analisarmos os dados de bilheterias e o atual cenário do mercado audiovisual, houve uma queda no interesse do público por produções estreladas por super-heróis.

Contudo, isso não significa que as pessoas pararam de consumir esse tipo de filme. Como dito anteriormente, a animação Homem-Aranha: Através do Aranhaverso chegou aos cinemas no começo de junho e segue conquistando o coração do público e da crítica especializada: a média no Rotten Tomatoes, por exemplo, é impressionante, marcando 96% de aprovação dos críticos e 95% de aprovação da audiência.

Até mesmo The Flash, que continua sofrendo quedas bruscas de bilheteria, não anda tão mal assim entre o público: de acordo com a média do Rotten Tomatoes, 84% da audiência aprova o filme, enquanto a crítica fica com 64% de aprovação.

Apesar do termo “fadiga de super-heróis” estar em evidência, Homem-Aranha: Através do Aranhaverso vem fazendo sucesso.

Por outro lado, graças ao alto volume de lançamento de histórias desse tipo (veja só, o MCU lançou 9 filmes em um período de pouco mais de dois anos, sem contar o lançamento de séries de TV no Disney+), que veio com o domínio da Marvel Studios no formato, nunca se viu tanta gente criticando filmes de super-heróis como hoje. As críticas mais comuns vão desde a repetição de tropos do gênero sem muita inventividade até às péssimas condições de profissionais que cuidam dos efeitos visuais, o que acaba afetando o resultado final das produções.

Além disso, o problema pode não estar tão relacionado assim ao tipo de longa-metragem em si, já que, desde a criação do cinema, é comum que gêneros se desgastem com a passagem do tempo, principalmente se existir um uso exacerbado deles de um jeito acelerado. Aconteceu isso com os musicais, por exemplo, que explodiram em Hollywood com a chegada do cinema falado na década de 1930, mas que acabaram sofrendo uma forte reação negativa do público com a extrema saturação do gênero.

Apesar do cenário desanimador, musicais não deixaram de existir e tampouco filmes de super-heróis deixarão. Afinal, o MCU já tem um calendário recheado de novidades preparadas para os próximos anos, e a nova fase do DC Studios, agora sob o comando de James Gunn e Peter Safran, vem logo aí para revitalizar a franquia nos cinemas.

Guardiões da Galáxia Vol. 3 é o lançamento mais recente do Marvel Studios nos cinemas.

O próprio James Gunn já chegou a falar sobre essa fadiga de super-heróis que parece estar invadindo cada vez mais a indústria cinematográfica. Em entrevista à Rolling Stone, o diretor admitiu que acredita que esse fenômeno seja real, mas que isso não tem relação com os seres superpoderosos em si:

“Acredito que a fadiga de super-heróis exista. Mas acredito que não tem nada a ver com os super-heróis. Tem relação com o tipo de histórias que estão sendo contadas, se você perder o foco dos personagens. Amamos o Superman. Amamos o Batman. Amamos o Homem de Ferro. São personagens incríveis que estão nos nossos corações e, se isso se transforma em um monte de bobagem na tela, fica chato.

 

Sinto essa fadiga com a grande maioria de filmes feitos como um espetáculo e com a mesmice de não ter uma história emocionalmente fundamentada. Não tem nada a ver com o fato de serem filmes de super-heróis ou não. Se você não tem uma história com uma base e apenas vê coisas explodindo, não importa o quão inteligente esses momentos impactantes sejam, e não importa quão inteligente os efeitos visuais sejam, tudo fica exaustivo, e acho que isso é muito real.”

Christopher Miller, o produtor executivo de Homem-Aranha: Através do Aranhaverso, não acredita que essa fadiga de super-heróis exista. Na sua visão, qualquer gênero que recicle as mesmas ideias e visuais por muito tempo pode sofrer desse mal:

“Não acredito que seja uma fadiga de super-heróis e, sim, uma fadiga de filmes que se pareçam com outros que eu já vi várias vezes antes”, Miller disse em entrevista à Rolling Stone. “Se você está usando a mesma estrutura narrativa e o mesmo estilo e o mesmo tom e as mesmas energias de filmes e séries que vieram antes, não importa qual gênero seja. Isso vai deixar as pessoas entediadas.”

Phil Lord, que também trabalhou como produtor executivo em Através do Aranhaverso, acrescentou na mesma entrevista à Rolling Stone que o problema pode estar na grande quantidade de referências que o formato vem usando há um bom tempo. De acordo com Lord, um filme não pode ser “sustentado por easter-eggs e revelações”, já que isso afasta o público com o passar dos anos.

A queda nas bilheterias de filmes de super-heróis está relacionada a um conjunto de fatores.

Levando em consideração esses fatores, é possível notar que ainda não há um consenso muito bem delimitado sobre a tal fadiga dos super-heróis na indústria, o que deixa a questão ainda mais complexa do que ela parece ser. Afinal, é uma reação relativamente recente do público, que começou a apresentar sinais de cansaço após o início da Fase 4 do MCU, um capítulo divisivo na história do estúdio, já que muitos criticaram a empresa por não ter conseguido encontrar um caminho consistente desde o encerramento da Saga do Infinito nos cinemas. Mesmo assim, seja por repetição de fórmulas ou até mesmo pela saída de atores como Robert Downey Jr., Chris Evans e Scarlett Johansson, o fato é que os números apontam para uma queda relativa do apelo que a Marvel costumava ter perante o público na atualidade.

Também vale ressaltar que há vários fatores que interferem no interesse (ou a falta dele) das pessoas em relação a um filme. The Flash, por exemplo, pode ser um efeito colateral dessa fadiga do formato, mas também é preciso levar em consideração outros aspectos que podem estar afastando o público das salas de cinema, como as polêmicas de Ezra Miller, os apontamentos negativos de críticos e da audiência que já assistiu ao filme ou até mesmo o desinteresse generalizado que as pessoas sentem por produções cinematográficas da DC por causa da reputação da franquia, que vem enfrentando uma série de fracassos nos últimos tempos.

É provável que somente o tempo nos diga com precisão qual é a melhor resposta para esse questionamento. Isso porque, no momento, a relação do público com filmes de super-heróis parece estar enfrentando uma jornada de altos e baixos – é só ver o contraste entre The Flash e Homem-Aranha: Através do Aranhaverso – que pode ter sido ocasionada por um conjunto de fatores, como a pandemia, o aumento no número de críticas ao formato, a despedida de atores que ficaram marcados por seus personagens heroicos, e por aí vai.

Assim, resta continuar prestando atenção no comportamento da audiência a longo prazo para saber se os filmes de super-heróis realmente vivenciaram seu ápice e, agora, a tendência é que apenas uma ou outra exceção consiga captar o interesse das pessoas, ou se uma reviravolta ainda está prestes a acontecer no futuro.

E você? Acha que as pessoas estão cansadas de filmes de super-heróis? Comente!

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