Como a primeira heroína negra da Marvel foi completamente apagada e reformulada nos quadrinhos

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Como a primeira heroína negra da Marvel foi completamente apagada e reformulada nos quadrinhos

Por Junno Sena

Jessica Drew, Gwen Stacy, Cindy Moon. A Marvel já apresentou diversas “Mulheres-Aranhas” ao longo dos anos. De variantes de Mary Jane Watson até uma Tia May do Aranhaverso, o que poucos sabem é que a primeira Mulher-Aranha foi uma bibliotecária negra chamada Valerie. Com a estreia de Issa Rae como a dubladora da heroína em Homem-Aranha: Através do Aranhaverso e a revelação de seu visual oficial no último trailer, alguns fãs dos quadrinhos resgataram a personagem criada em 1974.

Em Spidey Super Stories #1 (Super Histórias do Aranha em tradução literal), Valerie, ou Val, foi apresentada como uma bibliotecária que, constantemente, ajudava o Homem-Aranha. Nessas rápidas histórias, Peter se mostrava um verdadeira Amigão da Vizinhança, derrotando bandidos e ajudando a comunidade local.

Outro ponto se destacou na série foi a ideia de que qualquer um poderia estar por debaixo da máscara do Homem-Aranha. Enquanto na edição #1, um personagem chamado Duane se veste como o Cabeça de Teia e chega a enfrentar o Electro; durante a edição #11, Val se torna a Mulher-Aranha.

“Muitos de vocês estão aprendendo sobre a história da Mulher-Aranha hoje, né?”, diz o Tweet do produtor de conteúdo negro, Aaron Perine.

Como Val se tornou a Mulher-Aranha?

Escrita por Jean Thomas e com arte de Win Mortimer, Spidey Super Stories era uma série antológica patrocinada pela PBS TV.

Nela, Val “esbarrou” com o Homem-Aranha constantemente, em situações como, por exemplo, defender a biblioteca local de vilões. Foi então que Valerie encontrou um uniforme do Homem-Aranha e decidiu colocar a mão na massa, se tornando a sua própria heroína.

Val utiliza as ventosas de dardos para pode escalar as paredes

Utilizando ventosas de dardos para andar pelas paredes e o disparador de teia do Homem-Aranha, Val sai as ruas. Inicialmente, a ideia da bibliotecária parece um absurdo para Peter, mas ela deixa claro que “a cidade é grande o suficiente para mais de uma Pessoa-Aranha”.

Ao fim da história, Val mostra o quão útil podia ser e salva o Homem-Aranha das garras do Abutre.

O que aconteceu com a Mulher-Aranha?

Imagem da capa de Spidey Super Stories #11

A Mulher-Aranha de Val durou apenas essa edição, porém, a mesma precedeu o surgimento de personagens como a Tempestade dos X-Men. Surgindo em uma época onde os únicos heróis negros eram o Pantera Negra, Falcão, Blade e Luke Cage, sua aparição foi um verdadeiro marco para os quadrinhos.

Outro ponto curioso da história de Val é como Peter se mostra inconformado com a ideia de existir outra “Pessoa-Aranha”. Ironicamente, quase cinquenta anos depois, um multiverso de heróis-aranha se formou ao seu redor, com personalidades que vão de um rapaz negro, Miles Morales, até uma versão de sua antiga namorada, Gwen Stacy.

Visual da Mulher-Aranha de Homem-Aranha: Através do Aranhaverso traz aspectos de Val e Jessica Drew

Com o passar do tempo, outras mulheres tomaram o manto que Val pintou nessa edição. Desde Jessica Drew, em 1977, até Julia Carpenter e Mattie Franklin. Agora, uma nova versão da Mulher-Aranha deu as caras no trailer de Homem-Aranha: Através do Aranhaverso e, aparentemente, está retornando as suas raízes.

Oficialmente, a personagem dublada pela atriz e roteirista Issa Rae está creditada como Jessica Drew, porém, é impossível não ver as semelhanças nos visuais da personagem do filme com Val, a bibliotecária.

E você? Já conhecia a história de Val?

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