Review – Marvel’s Spider-Man: Miles Morales é mais um acerto do casamento entre PlayStation e PC

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Review – Marvel’s Spider-Man: Miles Morales é mais um acerto do casamento entre PlayStation e PC

Por Gabriel Mattos

Miles Morales foi o garoto propaganda do PlayStation 5 nos primeiros dias de lançamento. E a escolha não poderia ter sido mais acertada — o herói tem um carisma e uma ginga que cativam sem muito esforço, apropriando a estrutura do primeiro Marvel’s Spider-Man para criar algo inteiramente seu. E o mais simpático amigão da vizinhança vai conquistar ainda mais pessoas com o competente port para PC de Marvel’s Spider-Man: Miles Morales.

FICHA TÉCNICA

Título: Marvel’s Spider-Man: Miles Morales

 

Lançamento: 18 de Novembro de 2022

 

Desenvolvedora: Insomniac Games (Original), Nixxes Software (Port)

 

Distribuidora: PlayStation PC LLC

 

Gêneros: Ação-Aventura, Beat’em’up, Stealth

 

Plataformas: PC (Anteriormente: PlayStation 4 e PlayStation 5)

 

Tradução PT/BR: Sim

REQUISITOS MÍNIMOS:

 

Sistema Operacional: Windows 10 64-bit 1909

 

Processador: Intel Core i3-4160, 3.6 GHz ou equivalente AMD

 

Memória: 8 GB de RAM

 

Placa de vídeo: NVIDIA GTX 950 ou AMD Radeon RX 470

 

Direct X: Versão 12

 

Armazenamento: 75 GB de espaço disponível

Na teia da justiça mais uma vez

Miles Morales está no meio de um complicado ecoterrorista (C: PlayStation).

No quesito jogabilidade, este jogo só melhora o que já funcionava em seu antecessor. Se Marvel’s Spider-Man já era elogiado por “fazer o jogador se sentir como um verdadeiro Homem-Aranha”, balançando pela cidade de Nova Iorque com fluidez e derrotando bandidos no caminho, Marvel’s Spider-Man: Miles Morales acrescenta um tempero extra a essa mistura.

Passear pela cidade tem ainda mais personalidade com as manobras únicas de Miles e o combate é ainda mais dinâmico com as habilidades únicas do herói. Além de tudo que Peter Parker já era capaz de fazer, Miles ainda conta com suas habilidades V.E.N.O.M., que se tornam uma boa opção para acelerar as lutas contra inimigos mais robustos.

A invisibilidade do herói também traz mais camadas às sessões de furtividade. De modo geral, mesmo repetindo a essência de seu antecessor, o game traz pequenas adições significativas que impedem a experiência de ficar repetitiva. Sempre tem um gostinho de frescor e qualidade, reforçado ainda mais pelo roteiro bem escrito e intimista.

Relações complexas entre personagens apimenta a narrativa (C: PlayStation)

Poucas franquias têm o privilégio de manter um nível de qualidade de narrativa tão consistente. O game de Miles troca a história expansiva de seu antecessor por algo mais enxuto.

Sem uma dúzia de inimigos e fanservice para gerenciar, o enredo é amarrado completamente na força de seus personagens, não apenas o novo Homem-Aranha, como seu Tio Aaron e a antagonista Tinkerer. Assim, a grandiosidade da ação sempre é acompanhada por uma saudável dose de emoção que torna tudo mais memorável. Não é só o destino do Harlem que está em jogo, mas também o coração de Miles.

Poderia continuar elogiando esse jogo o dia inteiro, mas como a versão de PlayStation 5 já conta com uma crítica bem detalhada, vou apenas reforçar mais uma vez antes de passar para o desempenho: Marvel’s Spider-Man Miles Morales é de uma genialidade tremenda. O maior defeito do game é exatamente não durar tanto, mas mesmo isso é contornado com atividades secundárias com recompensas satisfatórias. Então dá para dizer que, do início ao fim, é simplesmente uma experiência formidável.

Como funciona Marvel’s Spider-Man: Miles Morales no PC?

A experiência funciona muito bem no PC, com as configurações certas (C: PlayStation)

No computador, a experiência é tão lisa quanto se poderia esperar, pela maior parte do tempo. Testei essa aventura em um notebook gamer, reforçado com mais memória RAM. Demorou um tempo e paciência para configurar a vasta gama de opções gráficas para as capacidades do meu PC, mas na maior parte do tempo não presenciei grandes problemas de performance, salvo poucos engasgos bruscos em momentos de muitas partículas, como prédios sendo destruídos ou uma forte densidade de pessoas na rua.

Mesmo isso pode ser contornado, caso esteja disposto a abrir mão de alguns luxos visuais que o jogo oferece. Felizmente o porte para PC oferece uma personalização bem extensa dos atributos gráficos que encaixa na performance de diferentes máquinas — o que é sempre esperado, mas nem sempre entregue por ports de console.

Não temos aquele caso de opções binárias, onde o jogo apenas reproduzia as configurações padrões de um PlayStation 4 ou PlayStation 5. A Nixxes Software teve o cuidado de introduzir opções intermediárias pensadas exclusivamente para o PC, abrangendo uma quantidade considerável de máquinas. Também existem diferentes fatores que podem ser alterados individualmente, como qualidades de sombras, drawing distance e outras minúcias.

Comandos são bem intuitivos nos controles, o que não pode ser dito do teclado (C: PlayStation)

O problema de tamanha possibilidade de escolha é sobrecarregar os mais casuais. Quem não entende muito sobre cada especificação pode sofrer um pouco para otimizar a experiência para seu gosto.

Não há uma maneira clara de conferir, de forma visual, como cada mudança afeta as demandas de CPU, GPU e memória RAM. Nem com uma mísera barrinha sequer. Muito menos a opção de assistir uma cena de teste para conferir como as configurações vão funcionar na prática, como é oferecido por ports rivais como Gears of Wars 4. Os mais casuais estão no escuro, mas nada que vídeos de sugestões de configurações no YouTube não resolvam.

A versão de PC de Marvel’s Spider-Man: Miles Morales em nada perde para suas equivalentes de consoles. No meu humilde notebook, o game rodou um pouco melhor que um PS4. Por ter jogado originalmente no PlayStation 5, a falta da velocidade de carregamento de um SSD é sentida, por ser um jogo pesado, então recomendo abrir espaço para não passar por um carregamento considerável a cada morte.

O suporte ao Dualsense também merece ser elogiado. Essa continua sendo a melhor maneira de controlar o Homem-Aranha, com direito a gatilhos adaptáveis e resposta tátil que ajudam bastante na imersão. Controlar a teia com o teclado e o mouse, por outro lado, é simplesmente confuso. Pode funcionar para quem está muito acostumado, mas não tem como negar que a curva de aprendizado é bem maior. Esse esquema de comandos foi otimizado para o combate, sacrificando a fluidez da exploração que é parte crucial da experiência.

Nota: 9/10

Mas não são pequenos detalhes que ofuscam a grandiosidade do game. Marvel’s Spider-Man: Miles Morales continua a primorosa jornada do Amigão da Vizinhança nos computadores. Assim como o protagonista convida um novo público a se aventurar nas ruas de Nova Iorque, com sua complexa identidade, a mudança de plataforma caiu como luva para a história, democratizando o acesso a uma nova legião de fãs sem sacrificar nenhum ponto significativo da experiência.

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