[Crítica] Spider-Man Miles Morales: A rápida introdução do herói da nova geração

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[Crítica] Spider-Man Miles Morales: A rápida introdução do herói da nova geração

Por Márcio Jangarélli

Lançamento: 12 de novembro de 2020 / 19 de Novembro de 2020

Desenvolvedor: Insomniac Games

Estúdio: Sony Interactive Entertainment

Modo: Single Player

Gênero: Ação / Aventura

Plataforma: PlayStation 4 / PlayStation 5

A nova geração de consoles é liderada por um novo Homem-Aranha! Marvel’s Spider-Man: Miles Morales está entre os primeiros grandes exclusivos do PlayStation 5 e carrega uma tarefa difícil: será que consegue ser tão bom ou melhor que o primeiro? Agora, depois de finalizar o game, posso ponderar melhor sobre essa questão.

É engraçado como a jornada do Miles reflete o próprio caminho que o game em si trilha. Na história, seguindo os eventos de Marvel’s Spider-Man, o rapaz começa a atuar como Homem-Aranha aprendiz ao lado do Peter e é visto com desconfiança pelos moradores de Nova York. “Esse aí não é o original”, “Ele não é tão bom quanto o Homem-Aranha de verdade”, “Impostor”, é o tipo de coisa que você ouve até dos inimigos que enfrenta.

Isso é um reflexo da nossa visão sobre o jogo. Marvel’s Spider-Man foi sucesso absoluto e entregou uma aventura tão épica quanto os melhores filmes e quadrinhos do Aranha. A Insomniac criou um mundo, uma história e uma jogabilidade praticamente perfeitas para o Peter, algo tão bom que fica até difícil imaginar como fazer uma sequência disso sem parecer mais do mesmo. O game do Miles teve que lutar com o vilão das expectativas antes mesmo do lançamento!

E ainda que se pareça bastante com o jogo do Peter, posso dizer com certeza que Marvel’s Spider-Man: Miles Morales é um game excelente por conta própria e possui uma identidade única.

Talvez até haja um estranhamento de início exatamente por isso. O ritmo, o escopo e o tipo dessa história são outros. Enquanto acompanhamos um Peter como Aranha veterano, ao lado rostos conhecidos até demais, em uma história com gosto clássico do Teioso, a aventura do Miles é sobre a origem do rapaz como um herói solo, com personagens desconhecidos para o público geral, um ritmo mais caótico, ansioso, e um mundo mais “pessoal”.

Se aparentemente o game não muda tanto do original, afinal de contas é o mesmo mapa – não tinha como ser diferente – e o leque de poderes do Miles é parecido com o do Peter, quando você joga de verdade, o sentimento é outro. Nosso protagonista está aprendendo ainda, tropeçando, literalmente se esborrachando no chão, confiando em que não deve e tomando todas as melhores e piores decisões.

É um jogo BEM menor que o original, mas isso faz sentido. Ainda que o mapa inteiro de Nova York esteja disponível, essa é uma história sobre o novo herói do Harlem e o bairro é o centro dessa aventura. Ainda em menor escopo, o game é bem sucedido em explorar o Miles como herói de ponta a ponta, com seus novos poderes, a evolução do seu traje, da visão das pessoas sobre a sua versão do Aranha e a sua maneira de cuidar da cidade.

A melhor parte de Spider-Man: Miles Morales são os personagens e o quão carismáticos eles se mostram, mesmo aqueles que você está conhecendo agora. Isso sem contar na construção de mundo com o foco no Harlem, que apresenta uma comunidade viva e cheia de possibilidades.

No quesito jogabilidade, mesmo sem muito segredo para quem experimentou o original, o game dá personalidade para os movimentos do Miles e os distingue do Peter. Ele é mais exibido, mais esguio, e até a câmera do jogo é um pouquinho diferente, explorando o lado mais “rastejante” do Aranha em alguns momentos. 

Claro, não dá para ignorar o fato de que, se no PS4 Marvel’s Spider-Man já era um show visual, Miles Morales está em outro nível. É absurdo o salto de qualidade e como a capacidade do PS5 faz dessa Nova York mais vibrante, mais viva, convidativa à exploração. O game te prende visualmente e te faz querer continuar ali por mais tempo até do que a história permite.

Outro ponto alto é a trilha sonora, que ajuda ainda mais a distanciar o Miles do Peter. Esse Homem-Aranha é mais musical, jovem e o trabalho sonoro é fundamental na construção desse personagem, com um beat que te acompanha pela aventura toda.

As únicas coisas que valem ressaltar é que, de novo, esse game é bem menor que o do Peter, talvez metade do original. Também, ele utiliza muito pouco das capacidades do DualSense, algo estranho quando se para pra pensar que esse é um dos carros-chefe do PlayStation 5. Mas estes são pontos que, no fim, não atrapalham em nada o jogo final, só deixam esse sentimento de “ué?”

Não havia maneira melhor de dar início à nova geração senão Marvel’s Spider-Man: Miles Morales. Esse é o herói dessa era e ele foi apresentado de maneira excelente. Também, é um derivado / sequência digno do game original, que joga as expectativas lá no alto para o já aguardado Marvel’s Spider-Man 2.

Assim, não tem como não dar 5 estrelas para o Miles, né? Game obrigatório para fãs de quadrinhos, jogos e de uma boa aventura.

O que você espera de Spider-Man: Miles Morales? Não esqueça de comentar!