Por que Dragon Ball GT não é considerado cânone para os fãs? Entenda a polêmica por trás do anime

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Por que Dragon Ball GT não é considerado cânone para os fãs? Entenda a polêmica por trás do anime

Por Flávia Pedro

Atenção: Alerta de Spoilers!

Dragon Ball é uma das maiores franquias dos animes e contém inúmeras sagas, no Brasil por exemplo, uma das que fez muito sucesso na época em que animes eram transmitidos em TV aberta foi Dragon Ball GT. Mas você sabia que essa continuação é considerada por muitos não-canônica? Vamos te explicar tudo sobre essa treta!

Antes de ir direto para a discussão se Dragon Ball GT é ou não cânon, vamos relembrar sobre o que é a história para depois vermos como ela se encaixa na linha temporal. Em seguida vamos conversar sobre as questões de “criação e propriedade” para entendermos todos os lados dessa polêmica que divide o público por anos.

Qual é a história de Dragon Ball GT?

Goku, Pan e Trunks em Dragon Ball GT

Dragon Ball GT tem início 5 anos após os acontecimentos de Dragon Ball Z, quando Goku parte com Uub – a reencarnação boa de Kid Buu – para que ambos treinem juntos. Assim que Goku percebe que o garoto está pronto, ele dá o treinamento por encerrado e planeja a sua volta para casa.

O problema acontece quando o Imperador Pilaf e seus capangas Shu e Mai invadem o templo onde estão as Esferas do Dragão. Pilaf acaba sendo capturado por Goku e deseja que ele seja transformado em criança, assim Goku volta a sua idade e aparência de Dragon Ball Clássico e as Esferas do Dragão se espalham novamente, dando início a aventura.

Nesses 5 anos em que Goku ficou fora, sua família e amigos obviamente mudaram bastante: Pan, sua neta, agora é uma adolescente, Gohan e Goten se aposentaram da vida de guerreiros e levam uma vida normal e Trunks é o novo Presidente da Corporação Cápsula.

Eles partem novamente em busca das Esferas do Dragão, enfrentando novos inimigos ao redor do universo enquanto Baby, uma nova ameaça ronda o planeta Terra e se apropria do corpo de alguns Guerreiros Z até possuir Vegeta definitivamente e desencadear um novo confronto para salvar seus amigos.

As transformações em Dragon Ball GT

Baby Vegeta e Goku Super Saiyajin 3

Mesmo em sua forma de criança, Goku consegue realizar suas transformações em Super Saiyajin, incluindo o 3 e o 4, a única diferença é que manter ambas as transformações em seu estado infantil se tornou bem mais difícil.

Esse é um ponto bastante discutido pelos fãs, afinal, cronologicamente Dragon Ball GT se passa depois de Dragon Ball Super e como você deve saber, DBS desbloqueou inúmeras transformações poderosas que elevam os níveis de Goku e Vegeta, mas não vemos nenhuma delas no GT.

Claro que isso acontece pois na época em que o GT foi escrito, as novas transformações de DBS ainda não haviam sido criadas, mas essa diferença gritante de poder faz os fãs questionarem a canonicidade.

Outras diferenças que afastam DBGT de DBS

Freeza Dourado, que só existe em Dragon Ball Super

Outras questões relacionadas à falta de linearidade e cronologia colocam a prova a validação dessa continuação. Por exemplo: em Dragon Ball Super (que se passa 3 anos após a Saga Majin Buu), o vilão Freeza aparece em sua forma final dourada, demonstrando que ele já alcançou níveis ainda maiores de poder. Em Dragon Ball GT Freeza aparece, mas não atinge essa forma dourada, que é a mais poderosa atualmente.

Outro ponto de discrepância cronológica é que Pilaf e seus seguidores aparecem bastante velhos em Dragon Ball GT, mas aparentemente no Super eles recuperaram sua juventude. Não faz muito sentido que eles apareçam tão idosos nos acontecimentos da outra saga, afinal não se passou nem uma década, o que é mais um ponto apontado pelos fãs como “falha no roteiro, retirando a canonicidade”.

Questões de criação x Questões de propriedade

Goku, Trunks e Pan se aventurando entre os planetas de Dragon Ball GT

Agora com um ponto de vista completamente diferente para debater o assunto: Dentro desse contexto mais aprofundado envolvendo a Toei Animation, a Weekley Shonen Jump e o criador Akira Toriyama, a questão de Dragon Ball GT ser canônico é muito mais profunda. A resposta rápida é: SIM, nesse contexto Dragon Ball GT é cânone.

Por que Dragon Ball GT pode ser considerado canônico?

Existe uma diferença entre as pessoas que criam uma obra (os autores) e as pessoas que possuem a propriedade dessas obras (empresas que compram seus direitos). Akira Toriyama é o criador de Dragon Ball, mas os verdadeiros donos da franquia são a Toei e a Shonen Jump, Akira está apenas na folha de pagamento das empresas.

Ou seja: apesar da concordância ou discordância dos fãs, da participação ou não de Toriyama na criação, quem decide o que é ou não canônico são os donos das propriedades. Material cânone é tudo aquilo baseado numa continuidade que é oficialmente confirmada pelos donos, então nesse aspecto Dragon Ball GT é sim, tecnicamente, canônico, mesmo que os acontecimentos do Super conturbem a lógica de vez em quando.

Mas e você, faz parte de qual grupo: os que gostam de Dragon Ball GT ou dos que falam mal na internet? É inegável que apesar de alguns furos de roteiro, é possível se divertir com as aventuras de Goku, Pan e Trunks. Para você, esses 64 episódios que compõem o GT são ou não canônicos? Divide sua opinião com a gente nos comentários.

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