Capitão América 4: Tudo que queremos ver no próximo filme da Marvel

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Capitão América 4: Tudo que queremos ver no próximo filme da Marvel

Por Gabriel Mattos

Atenção: Alerta de Spoilers!

Apesar de uma jornada cheia de obstáculos e reviravoltas, Sam Wilson finalmente assumiu o escudo de Capitão América no final de Falcão e o Soldado Invernal. Em poucas sequências, ficou bem claro que esse é um herói bem diferente de Steve Rogers, e conheceremos mais de sua história no recém-anunciado Capitão América 4.

Há muitos caminhos que o roteirista Malcolm Spellman pode escolher para explorar o futuro de Sam Wilson, sejam histórias específicas do personagem ou reimaginar arcos clássicos de Steve Rogers, mas é inegável que o novo filme está em boas mãos. As expectativas estão nas alturas, então decidimos listar tudo que queremos ver no próximo filme do Capitão América.

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Um Capitão América amadurecido

Seria interessante ter uma boa distância temporal entre Falcão e o Soldado Invernal e Capitão América 4. A série discutiu bastante qual seria a teoria por traz das complexidades de um Capitão América negro, agora precisamos ver como isso seria na prática.

Trazer um Capitão América mais experiente, tendo enfrentado algumas missões longe das telas, seria importante inclusive para conquistar o respeito do público. Já vimos Sam Wilson apanhando para o Scott Lang em Homem-Formiga. Chegou a hora de vê-lo combinando com maestria seus anos como Falcão com as novas técnicas de Capitão América.

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Joaquín Torres como Falcão

Joaquín Torres é um personagem que instantaneamente se conectou ao público. Ele funciona quase como um aprendiz do Sam Wilson e, agora que o título de Falcão está vago, seria incrível vê-lo assumir de vez sua persona heróica, assim como acontece nos quadrinhos.

A história de origem de Joaquín ainda encaixa perfeitamente com a atitude mais política desse novo Capitão América. O jovem é filho de imigrantes mexicanos e tem um histórico ajudando na travessia da fronteira e se opondo à construção do muro de Trump. Mesmo que seja improvável referências tão diretas ao mundo real, o retorno de Joaquín traria mais realismo ao universo da Marvel.

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O retorno de Misty Knight

A parceria entre Marvel e Netflix, apesar de gerar algumas séries de qualidade duvidosa, introduziu muitos personagens incríveis, esquecidos por disputas legais. A policial Misty Knight foi uma das melhores coisas que surgiram da série de Luke Cage. Considerando os recentes burburinhos, existe uma possibilidade real de vê-la mais uma vez em Capitão América 4.

Nos quadrinhos, ela é uma das principais aliadas de Sam Wilson assim que ele assume o manto de Capitão, ajudando a consolidar sua confiança no cargo. Com seu braço mecânico, ela poderia funcionar como uma versão ainda mais sarcástica do Soldado Invernal.

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Resgate de vilões clássicos

Agente Americano, Mercador do Poder e os Apátridas são todos vilões clássicos do Capitão América de Steve Rogers que foram reimaginados para funcionar no arco de Sam Wilson em Falcão e o Soldado Invernal. Seria incrível ver isso acontecer de novo em Capitão América 4.

O mais legal dos vilões do Capitão América é que eles normalmente estão atrelados a um posicionamento político que acaba evoluindo conforme o tempo passa, assim é sempre possível atualizar seu conceito para os dias de hoje. Duas candidatas interessantes seriam Sin, a filha do Caveira Vermelha que poderia estar reconstruindo a Hidra, e a Víbora.

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Plano de fundo político

Até agora, os filmes do Capitão América exploraram o lado mais político da Marvel — desde guerras, conspirações a acordos legais. Assim como nos quadrinhos, Sam Wilson precisar ter um envolvimento político ainda mais direto em Capitão América 4.

Ele é o tipo de herói que aproveita seu lugar de destaque para cutucar as instituições opressoras em uma tentativa de trazer uma mudança mais duradoura para o povo. Ele luta não só com socos e apetrechos, mas também com palavras e inteligência. A sua relação familiar pode ser o grande motivador para um ativismo político mais direto nos filmes, visto que seus problemas não podem ser resolvidos com porradaria.

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Novas discussões raciais

Pantera Negra introduziu o público da Marvel a discussões filosóficas sobre racismo e pan-africanismo. Falcão e o Soldado Invernal fincou seus argumentos na realidade, discutindo apagamento histórico, na figura de Isaiah Bradley, e outros tópicos mais cotidianos. Capitão América 4 precisa evoluir ainda mais essa discussão, sob novas perspectivas.

Felizmente, a história está em boas mãos. Malcolm Spellman, que também assinou a série do personagem, tem experiência em escrever personagens negros com bastante nuance e de uma maneira que converse bem com todos os públicos. Qualquer que seja o rumo escolhido por Spellman, podemos esperar uma abordagem mais atual do que vista nos quadrinhos.

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Americops

Inclusive, uma das histórias mais interessantes do Sam Wilson como Capitão América tem um cunho social poderoso. Depois de meses sendo duramente criticado por ser um herói muito politizado, Sam questiona sua atuação como Capitão. Nessa época, a população de bairros periféricos pede socorro — uma empresa de vigilância começou a enviar super policiais que começaram a abusar do seu poder, os Americops.

Sam sabe que se envolver terá repercussões políticas e é criticado por vigilantes locais por ter se tornado mais dócil depois de ter assumido o manto de Capitão. É uma história que denuncia um processo racista de gentrificação, perfilamento social e brutalidade policial — assuntos especialmente relevantes após os protestos raciais de 2020. E ainda traz a lição de que se você tentar agradar todo mundo, acaba não agradando ninguém.

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A volta de Steve Rogers

Tudo indica que Chris Evans deve aparecer no novo filme como Steve Rogers e há alguns jeitos interessantes de trabalhar esse retorno. O mais simples seria aproveitar a experiência que ele acumulou com o tempo, especialmente sua versão envelhecida de Vingadores: Ultimato, para atuar como mentor de Sam, tal como na HQ All-New Captain America: In Fear.

Porém o mais ousado seria torná-lo o principal antagonista do filme, em sua versão jovem que conhecemos, adaptando uma versão do Capitão Hidra. Esse é o Capitão América do mal que domina os Estados Unidos, nos quadrinhos, em nome da Hidra. No filme, ele poderia ser mais um Skrull infiltrado, deixando um gancho para a série Invasão Secreta.

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Império Secreto

Essa versão antagonista de Steve Rogers seria uma inspiração direta de Império Secreto, o arco do Steve Rogers nazista. Algo crucial para a identidade de Sam Wilson no MCU é a sua amizade com Steve Rogers, quem ele vê como um bastião da pureza e bondade. Colocá-lo em colisão com o antigo Capitão América, além de um fan service da melhor qualidade, acaba reconstruindo a sua identidade de maneira mais independente.

Nos quadrinhos, esse Steve Rogers veio de outra dimensão. Caso a Marvel realmente planeje investir no multiverso nas próximas fases, essa história se aproveitaria desses conceitos para ser menos confusa. Do jeito que ela acontece nos quadrinhos, não funcionaria bem no cinema, mas se a Marvel souber quais elementos escolher para adaptar, pode se tornar um dos filmes mais importantes do herói.

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Um gostinho do futuro

Com a conclusão da Saga do Infinito, o futuro da Marvel nos cinemas parece muito disperso. Novos heróis são introduzidos, os antigos se reinventam, mas não parece mais haver uma união entre as gerações de Vingadores.

Steve Rogers funcionou como o líder da equipe no MCU e nada impede que Sam Wilson, como um dos veteranos da futura formação, cumpra a mesma função. O próximo filme do Capitão precisa construir as habilidades de liderança do novo Capitão América, para quando a hora chegar, ele consiga liderar uma nova equipe para derrotar a próxima grande ameaça desse universo.