No Universo Cinematográfico da Marvel, os Apátridas são partidários de um movimento político que surge nas redes sociais promovendo a união entre as nações. Eles deixam pichações virtuais em ruas espalhadas pelo mundo para convocar seus apoiadores para suas reuniões.

O problema é que essas reuniões normalmente envolvem ataques a bancos e outras formas de terrorismo doméstico. No fundo, é um grupo criminoso que manipula as massas frustradas com o caos político e social para espalhar o terror. Seus membros usam máscaras com um símbolo que mistura o globo com uma mão sangrenta.

Oficialmente, os Apátridas querem um mundo onde as pessoas não sejam separadas por fronteiras e outros conceitos vagos. Eles lutam contra o nacionalismo — sejam bandeiras, manifestações culturais ou símbolos como o Capitão América. Mas sua verdadeira motivação parece ser mais egoísta.

Para eles, o mundo estava melhor antes do blip, quando metade da população havia presumidamente morrido. Com menos pessoas nas ruas, a natureza voltava a prosperar e os países cooperavam para procurar uma solução para a catástrofe global — algo bem similar com o que vemos na pandemia de covid-19. Eles têm o privilégio de poder escolher ignorar todo o sofrimento e desigualdade que assolou o mundo durante esses cinco anos.

Ainda não foi confirmado na própria série quem está por trás dos Apátridas, mas combinando o que sabemos dos quadrinhos com materiais de divulgação, podemos ter uma noção. Esteja avisado que o próximo parágrafo contém possíveis SPOILERS.

Tudo indica que a líder dos Apátridas é Karli Morgenthau (Erin Kellyman), a filha de um banqueiro e diplomata suíço. Ela apareceu no primeiro episódio distribuindo máscaras aos seus seguidores para o assalto do banco suíço, que pode ter relação com os negócios de seu pai.

Não exatamente. Não existe um grupo com esse nome nos quadrinhos, mas sim um super-vilão chamado Apátrida, no singular. Ele apareceu em algumas histórias antigas do Capitão América com as mesmas motivações do grupo do MCU — lutar contra o nacionalismo e pela união das nações. Seus ideais não eram dos piores, mas os métodos o colocava em conflitos com alguns justiceiros da Marvel.

Ele chegou a liderar um grupo terrorista muito bem organizado nos quadrinhos, chamado de U.L.T.I.M.A.T.U.M., mas acabou descobrindo eles eram secretamente financiados pelo nazista Caveira Vermelha. Fortemente anti-fascista, Apátrida convocou o Capitão América (John Walker) e seu parceiro Battlestar para dar um fim naquele movimento intolerante.

Nos quadrinhos, o Apátrida não tem nenhuma habilidade sobre humana, contando apenas com toda tecnologia que o dinheiro pode comprar — armas de destruição em massa e jet-skis à jato. Nada muito fora do comum para os super ricos dos quadrinhos, mas as coisas parecem ter mudado em Falcão e o Soldado Invernal.

Ao longo da série, descobrimos que os generais dos Apátridas de algum modo adquiriram super força. Não há razão para acreditar que seus poderes surgiram de maneira espontânea, como mutantes e inumanos. Na verdade, eles são uma nova leva de super soldados graças a um novo soro que roubaram do Mercador do Poder.

Apesar de se enfrentarem fisicamente em diversas ocasiões nos quadrinhos, o verdadeiro conflito do Apátrida com o Capitão América de Steve Rogers acontecia no campo ideológico. Ambos possuíam o mesmo objetivo, além de crenças bem similares. A sua maior divergência era no melhor caminho para conquistar a paz.

Sendo assim, o Steve tinha uma relação bem diferente com o Apátrida em comparação com outros vilões. Eles não estavam interessados em se derrotar de fato, mas sim convencer o seu rival de que a suas crenças políticas eram a melhor alternativa para conquistar um mundo verdadeiramente unido. Essa dualidade pode ser explorada em Falcão e o Soldado Invernal.

O Apátrida surgiu para representar um novo movimento político para contrapor os ideais liberais do Capitão América. No auge da Segunda Guerra, o maior inimigo americano era o nazismo representado pelo Caveira Vermelha. Mas anos depois, quando o país lutava para reforçar a autoridade de seu governo, o anarquismo se tornou uma ameaça maior — assim nasceu o Apátrida.

Entretanto, seus criadores — Mark Gruenwald e Paul Neary — tiveram uma intenção ligeiramente diferente na hora de imaginar esse personagem. Apátrida, em sua concepção, representava o lado mais extremo do movimento antifascista, que visava impedir o ressurgimento de governos autoritaristas. Por isso há uma certa simpatia com as intenções do Capitão América. O verdadeiro conflito vem do extremismo.

A versão mais recente do Apátrida nos quadrinhos era na verdade um andróide. Ele apareceu no arco Império Secreto determinado a destruir os dados bancários de todo mundo e expor os segredos militares dos Estados Unidos. Sam Wilson e Steve Rogers, ambos Capitães América naquele momento, se unem para pôr um fim em seus planos.

O que ninguém esperava é que esse Apátrida, programado por Erik Selvig, estava na verdade sendo controlado remotamente por Steve Rogers. Isso foi na época que Steve era secretamente um agente da Hidra, então tudo não passava de uma armação da organização nazista.