A Casa do Dragão: Sobre o que é a nova série derivada de Game of Thrones?

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A Casa do Dragão: Sobre o que é a nova série derivada de Game of Thrones?

Por Melissa de Viveiros

Game of Thrones introduziu o público ao universo criado por George R. R. Martin, se baseando nos livros da série principal escrita por ele. Mas, tal como O Mundo de Gelo e Fogo ou o Cavaleiro dos Sete Reinos fizeram ao expandir este universo e dar foco a outras histórias e personagens, House of the Dragon promete explorar mais deste mundo na televisão, trazendo uma história anterior aos eventos da série original.

Sobre o que é House of the Dragon?

A jovem Rhaenyra em A Casa do Dragão. (Reprodução: HBO)

Chamada de A Casa do Dragão em português, a série tem foco na família Targaryen, como o título indica. Outras casas de Westeros, como os Lannister e os Stark, ainda existem, mas não estarão no centro dessa história, que se passa cerca de 200 anos antes da obra original.

Isso porque a série se baseia em parte do livro Fogo & Sangue, que conta a história da família Targaryen desde a chegada de Aegon, o Conquistador, aos Sete Reinos. Por sua vez, a série terá foco no conflito chamado de A Dança dos Dragões, que foi uma guerra civil protagonizada pelos próprios Targaryen.

Em Game of Thrones, diversas pessoas disputavam o Trono de Ferro — Joffrey, Renly, Stannis, Robb, Daenerys e outros foram proclamados reis e rainhas ao longo da história, representando muitas casas diferentes em com ambições pessoais ou motivadas por suas origens. Dessa vez, a disputa é entre os próprios Targaryen, já que o rei Viserys I morre e deixa a linha de sucessão em uma situação complexa.

Após décadas tendo uma única filha, Rhaenyra, o rei a nomeia como sua herdeira e futura rainha, além de fazer com que inúmeros lordes jurem lealdade a ela. Mas, quando ele acaba tendo um filho homem posteriormente, muitos acreditam que a jovem não deveria herdar o trono, já que apenas homens eram considerados herdeiros até então.

Quando ele morre, parte de sua corte decide coroar o meio-irmão de Rhaenyra, Aegon II, indo contra o que o rei havia decretado. Parte disso se dá pela influência da rainha Alicent e de seu pai, Otto Hightower, que era a Mão do Rei de Viserys I.

Alicent e Otto Hightower. (Reprodução: HBO)

Isso coloca partes da família de lados opostos, e leva a um enorme conflito que acaba englobando todo o reino. Com dragões dos dois lados, inúmeras batalhas sangrentas ocorrem, levando a diversas vidas perdidas. A disputa e animosidade entre a princesa e a rainha também é um dos elementos principais da história, com cada uma representando um dos dois lados, que são até nomeados por causa delas como os “Pretos” e os “Verdes”.

Apesar disso, vários outros nobres se juntam às duas. Assim, os fãs de outras casas de GoT podem esperar ver mais de suas famílias preferidas, mesmo que o protagonismo não seja deles. Além disso, como já é de se esperar em Westeros, a disputa não só é violenta como conta com bastante intriga, traições e alianças que mudam conforme a situação.

Para quem gostaria de conhecer o confronto mais a fundo antes da série, o livro Fogo & Sangue é a principal fonte a se buscar. Apesar disso, a enciclopédia O Mundo de Gelo e Fogo também conta com muita informação sobre a Dança dos Dragões.

Qual a relação de House of the Dragon e Game of Thrones?

Antepassados dos Targaryen serão protagonistas da série, mas alguns Stark também devem aparecer eventualmente. (Reprodução: HBO)

Além do universo em si, a grande ligação entre as duas histórias está nas casas que aparecerão na história. Rhaenyra, uma das protagonistas, é também uma antepassada de Daenerys, e alguns antepassados dos Lannister, Stark Baratheon também devem aparecer na história.

Os inúmeros dragões que acabam perdendo a vida também estão conectados com a situação, tanto que o período apresentado na série spin-off também é chamado de “Dying of the Dragons” (ou Morte dos Dragões, em tradução livre). Até o fim do reinado de Viserys I, havia pelo menos vinte dragões ainda vivos. Mas, com todas as batalhas, menos da metade sobrevive à Dança. Há indicações de que outros fatores também contribuíram para isso, mas as mortes de dragões causadas pelos próprios Targaryen também teria parte em seu eventual desaparecimento.

Várias gerações de Targaryens tentaram reviver os dragões sem sucesso, e a perda das criaturas esteve atrelada ao declínio dos nobres, chegando no Rei Louco, Aerys II, e eventualmente na derrota da casa durante a Rebelião de Robert. Essa suposta extinção também torna notável o nascimento dos dragões de Daenerys, que é o primeiro caso do tipo em aproximadamente um século. Nas Crônicas de Gelo e Fogo, a volta dos dragões é associada ao retorno da magia ao mundo, o que torna o momento ainda mais significativo.

Nascimento dos dragões é importante por causa de seu desaparecimento no passado, e a Dança dos Dragões contribuiu para que isso acontecesse. (Reprodução: HBO)

Outra influência notável que o conflito tem no universo de Game of Thrones está relacionada à linha de sucessão. Embora grande parte do público argumente sobre elementos da trama baseando se no mundo real, o fato é que este é um universo fictício. Assim, os acontecimentos dessa parte da história servem para explicar o porquê de mulheres serem colocadas abaixo de todos os parentes homens como herdeiras.

Antes mesmo da Dança, o Grande Conselho de Harrenhal buscou resolver uma disputa entre uma princesa, filha de um rei, e o irmão deste mesmo rei. Diversos nobres votaram, e o precedente estabelecido foi de que um irmão teria preferência como herdeiro. Apesar disso, a incerteza e eventual conflito sangrento gerados pela nomeação de Rhaenyra como herdeira levam as gerações futuras a sempre adotarem como parâmetro que um herdeiro homem sempre viria primeiro.

A Casa do Dragão estreia no HBO Max no próximo domingo, 21 de agosto.

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