Avatar: Relembre os momentos mais sombrios da franquia

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Avatar: Relembre os momentos mais sombrios da franquia

Por Gabriel Mattos

Podemos tirar muitas lições de A Lenda de Aang e A Lenda de Korra. Ao longo de sua jornada, nossos heróis dividiram momentos incríveis de companheirismo e determinação, mas o verdadeiro aprendizado surgiu ao enfrentar de frente os momentos difíceis.

Com o ressurgimento da franquia no Paramount+, o passado pode ser crucial para determinar o sucesso dos novos desenhos. Muito além de aprender a dobrar os quatro elementos, os novos Avatares precisam saber como lidar com a escuridão que habita nosso mundo, mas às vezes os desenhos mostravam momentos muito sombrios.

Confira uma lista com os momentos mais sombrios da franquia, até agora…

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Ditadura em Ba Sing Se

Quando Aang e seus amigos chegaram em Ba Sing Se, esperavam finalmente encontrar ajuda. Cruzar o Reino da Terra entre refugiados foi um enorme teste de resistência, para dizer o mínimo, mas as muralhas impenetráveis da cidade prometiam oferecer reforços para a guerra. Imaginem o choque ao ouvir que “Não há guerra em Ba Sing Se”.

Parecia simples negacionismo a princípio, mas a situação era muito mais sombria. Todos os habitantes vivem sob um regime de medo profundo. Qualquer um que fale algo que contraria os interesses do Chefe Cultural Dai Li desaparece e sofre lavagem cerebral. Os funcionários que falham em manter essa mentira sofrem punições e são substituídos. A grande joia do Reino da Terra não passava de uma autocracia paramilitar.

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O terrorismo de Zaheer

A Lenda de Korra explorou muitos assuntos pesados de filosofia e política na figura de seus principais vilões. Zaheer, o grande antagonista da terceira temporada, simbolizava o anarquismo e, para provar seus ideais, cometeu verdadeiras atrocidades ao lado do Lótus Vermelho.

Uma das cenas mais sombrias foi quando ele usou sua dobra de ar — considerada uma das manipulações elementais mais pacíficas — ele sufocou completamente a Rainha da Terra para demonstrar seu desprezo pela monarquia.

Ele só não contava com o poder do karma nesse universo e cada membro do seu grupo foi morto de uma maneira igualmente brutal: Ming-Hua foi completamente eletrocutada por seus braços de água; Ghazan tirou a própria vida para não ser capturado; e sua amada P’Li teve sua cabeça explodida em mil pedaços pelo clã do metal.

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Alucinações de Azula

Desde pequena, Azula sofreu com os traumas de nascer em uma monarquia patriarcal. Suas conquistas sempre foram descredibilizadas e, quando ela tentou meios mais agressivos para conseguir o que queria, apenas afastou o respeito da própria mãe. Não surpreende ninguém que tenha se tornado uma mulher instável e paranóica, o que atinge seu auge no arco final de A Lenda de Aang.

Se por um lado é incrível ver Azula perdendo o controle para se tornar a vilã que ela nasceu para ser, é de quebrar o coração enxergar as alucinações que seus traumas despertaram. O momento mais sombrio é quando Azula discute com o fantasma da sua mãe, convencida de que seus únicos sentimentos perante a filha eram de medo. Quando Azula finalmente ouve que sua mãe te ama, algo que ela esperou a vida toda e nunca pôde ter, ela quebra completamente.

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A morte de Amon e Tarrlok

O mundo revolucionário de A Lenda de Korra acentuou a desigualdade entre dominadores e não-dominadores, dando origem a um movimento anti-dominação liderado pelo misterioso Amon. Depois de ser derrotado pela Avatar e exposto como uma grande fraude, Amon não vê outra esperança além de fugir com seu irmão para recomeçar a vida.

Os dois irmãos não se viam há muito tempo e em um barco, em alto mar, conversavam sobre memórias do passado. Foi um momento doce, onde parecia que tudo ia ficar bem para essa família. Mas essa não é uma história de redenção. Sabendo de seu inevitável destino, Tarrlok pega uma manopla elétrica e, quando uma última lágrima escorre pelo rosto de Amon, o navio dos dois explode.

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O ladrão de faces

Um dos momentos mais sombrios de A Lenda de Aang surgiu no grande final da primeira temporada. A Nação do Fogo estava atacando a Tribo da Água do Norte e a última esperança de Aang se encontra no Mundo Espiritual. Ele precisa da ajuda do espírito da Lua e do Oceano, mas somente um mal muito antigo sabia onde encontrá-los — Koh, o temível ladrão de rostos.

Seu corpo era de um aracnídeo e seu rosto estava em constante mudança, apresentando lembranças de suas vítimas anteriores. Ele roubava o rosto de todos com a mínima expressão de sentimentos em sua presença. Tensão preenche cada palavra de seu diálogo com Aang — um desafio constante de sua inteligência emocional.

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A ascensão fascista de Kuvira

Nenhum vilão de Avatar consegue ser tão cruel com tanta sutileza quanto Kuvira. Sob o pretexto de restaurar a união e a paz ao Reino da Terra, Kuvira instaura pacientemente um regime fascista. Qualquer semelhança com a realidade não é mera coincidência.

Todos que discordam de seu projeto de governo autoritário sofrem as consequências. Talvez a cena que melhor ilustra os rumos sombrios de sua ascensão é quando Varrick reflete sobre as aplicações bélicas de uma de suas invenções. Ele pretende encerrar o projeto. Furiosa, Kuvira prende seu pescoço com uma argola de metal e ergue o homem no ar. Ela está disposta a matá-lo instantaneamente se não fizer o que ela mandar. A figura clássica de uma ditadora.

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Marionetes de Sangue

O terceiro livro de A Lenda de Aang se passa no meio da Nação do Fogo — há um sentimento perpétuo de perigo assistindo nossos heróis em território inimigo. Sentimento esse que se transforma em puro terror no episódio “A manipuladora dos fantoches”, onde uma velha misteriosa convida Katara e seus amigos a dormir em uma estalagem assombrada.

Sokka desconfia das verdadeiras intenções da mulher, mas Katara está tão maravilhada em finalmente encontrar outra dominadora de água depois de tanto tempo sozinha que acaba sendo enganada. Hama é uma dobradora de sangue, uma técnica proibida que controla as pessoas usando a água em seu sangue. Quando Katara descobre, tenta impedi-la, mas para isso acaba se tornando exatamente aquilo que jurou destruir…

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O trauma de Korra

Para pôr um fim no ciclo dos Avatares, Zaheer envenenou Korra com metais pesados que levaram muito tempo para sair de sua corrente. A ideia era forçar o Estado Avatar para que ela não renascesse depois de morrer. A cena por si só já é bastante pesada, mas é ainda mais obscuro observar os traumas profundos que causou em Korra a longo prazo.

Na quarta e última temporada, Korra leva um bom tempo processando o ocorrido. No início, ela precisa usar uma cadeira de rodas tamanho o desgaste físico em seu corpo. Depois de passar por fisioterapia, ela ainda sofre com alucinações relembrando os momentos traumáticos. O medo de nunca voltar a ser a mesma, a incerteza de seu valor no mundo quase a consome e Korra demora muito tempo para se perdoar por quase ter falhado na missão de ser a Avatar.

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O Genocídio do Templo do Ar

Logo no terceiro episódio temos uma das cenas mais tristes de toda a franquia. Recém-despertado de um sono de 100 anos, Aang ainda não entendeu como o mundo mudou em sua ausência. Ele cresceu em uma comunidade pacífica de dobradores de Ar, mas depois que a nação do fogo atacou, Aang se tornou o Último Mestre do Ar.

Na visita ao Templo, Katara e Sokka tentam proteger Aang da triste verdade com jogos e brincadeiras. Mas eventualmente a realidade atinge o jovem em cheio. Incapaz de processar a dor da perda, ele desperta o Modo Avatar pela primeira vez e ataca seus amigos em fúria. O trio tem uma conversa agridoce sobre o luto que acalma o coração do Avatar, mas não apaga os terrores do genocídio da Nação do Ar.