Como um dos livros mais assustadores de Stephen King só foi publicado para se livrar de um contrato

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Como um dos livros mais assustadores de Stephen King só foi publicado para se livrar de um contrato

Por Junno Sena

Stephen King é um dos principais escritores do gênero de horror da cultura pop. Entre monstros assustadores como em A Coisa e cachorros com raiva, como em Cujo, um favorito entre os fãs do autor é Cemitério Maldito. Porém, além de não ser uma história que traz orgulho para King, a verdade é que o livro apenas foi publicado por conta de uma obrigação legal do autor.

Em uma entrevista exclusiva para a Entertainment Weekly em 2019, King relembrou como foi a produção e publicação de O Cemitério Maldito. De acordo ele, a história nunca foi de seu agrado. Sendo descrita como “terrível”, o único motivo para ela ter chego a público foi um contrato.

“Foi o que aconteceu! Essa é a razão para eu ter publicado o livro. Caso contrário, ainda estaria em uma gaveta por aí”, disse ao ser perguntado se era verdade o boato sobre a publicação do livro.

“Tínhamos assinado um contrato com a Doubleday. A antiga Doubleday, naquela época. Chamava-se Author Investment Plan (Plano de Investimento do Autor), e a ideia era: ‘Nós lhe pagaremos US$ 50.000 por ano e você não terá de pagar impostos sobre nada além disso’. E para dois garotos que nunca tiveram dinheiro, 50.000 dólares é como se fosse o mundo. Muito dinheiro.”

Participação especial de King em O Cemitério Maldito (1989)

Na época, King já havia publicado Carrie e Salem’s Lot com a editora Doubleday. Porém, como seu contrato ainda não estava concluído, a empresa reteve o dinheiro de King. Se sentindo desconfortável em como o haviam tratado na época, ele migra para outra editora, a Viking, e constrói uma carreira ainda mais atrativa, com livros como A Zona Morta, Cujo, A Incendiária e Quatro Estações.

Em determinado momento, o dinheiro retido pela Doubleday nem fazia falta para Stephen. Mas, o seu editor da época o lembrou que, se caso King falecesse, a Doubleday poderia entrar com um processo legal contra a família do autor, exigindo que eles pagassem os impostos sobre o dinheiro retido em nome de Stephen.

Cena de O Cemitério Maldito (1989)

“Arthur me disse: ‘Se você morrer, a Receita Federal vai implorar à sua família, porque eles vão alegar que todo o dinheiro do fundo de investimento da Doubleday é seu. E eles terão de pagar impostos sobre o dinheiro que você não recebeu’. O dinheiro já havia se acumulado o suficiente, então eu disse: ‘Bem, o que eu faço a respeito disso?’ E ele disse: ‘Você terá que dar a eles outro livro e fazer parte do acordo que eles podem publicar o livro de acordo com seus próprios termos. Mas eles têm que quebrar o fundo de investimento’.”

Foi então que, apesar do desgosto de King sobre seu livro, O Cemitério Maldito chegou ao público sobre o selo da editora Doubleday. Desde então, a história sobre o cemitério indígena que consegue trazer animais e pessoas de volta a vida se tornou uma das favoritas do público.

Além do sucesso na mídia literária, O Cemitério Maldito ganhou três adaptações para os cinemas. A primeira em 1989, com direção de Mary Lambert, então uma sequência em 1992 e um remake em 2019, dirigido por Kevin Kolsch e Dennis Widmyer.

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