Como o Doutor Manhattan, de Watchmen, foi incorporado na linha do tempo do Universo DC?

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Como o Doutor Manhattan, de Watchmen, foi incorporado na linha do tempo do Universo DC?

Por Gus Fiaux

Criado por Alan Moore Dave Gibbons, o universo de Watchmen é um dos mais complexos e interessantes das HQs, por se passar em um mundo à parte da cronologia principal da DC Comics, onde o único ser superpoderoso é o enigmático Doutor Manhattan, que possui dons inimagináveis após ter seu corpo desintegrado e reconstruído por um gerador radioativo. Embora os personagens tenham passado um bom tempo isolados do resto da continuidade da editora, tudo mudou com O Relógio do Juízo Final.

Escrita por Geoff Johns e com arte de Gary Frank, a saga foi publicada entre 2017 e 2019, trazendo mudanças e alterações consideráveis no cânone da editora, justificando a criação dos Novos 52 e incorporando os personagens de Watchmen no universo principal da DC. Porém, tudo isso nos traz de volta ao Doutor Manhattan, que é revelado como sendo o grande causador dessas mudanças – e tudo porque ele alterou momentos significativos da história do Universo DC.

Nos é dito que, após os eventos de Watchmen, Manhattan se isolou ainda mais – e isso fez com que antigos aliados e inimigos, como Ozymandias, passassem a procurá-lo. Entretanto, ele teria usado suas habilidades para voltar no tempo e salvar o Comediante, transportando-o para Metropolis. Uma vez no Universo DC, Manhattan teria feito as alterações que criariam os Novos 52, fase editorial que durou de 2011 a 2019. Tentando recomeçar, ele mexeu nas estruturas primordiais do Universo DC pós-Crise.

Doutor Manhattan foi o responsável pela criação dos Novos 52.

Na saga, nos é revelado que ele impediu que Alan Scott se tornasse o primeiro Lanterna Verde da editora e, por conta disso, nunca existiu uma Sociedade da Justiça. Com isso, o jovem Clark Kent nunca se viu inspirado pelos clássicos heróis da Era de Ouro, e por isso nunca se tornou Superboy antes de se tornar Superman. Assim, ele não viajou ao futuro e inspirou uma nova geração de heróis – a Legião dos Super-Heróis. E essas pequenas mudanças geraram efeitos-dominó em todo o Multiverso, o que criou a realidade dos Novos 52.

Então, temos a construção de tensão para um possível embate entre o Doutor Manhattan e o Superman – mas o Homem de Aço se recusa a participar de uma batalha, mesmo que Manhattan acredite que ele seria responsável por derrotá-lo. Em vez disso, Clark usa suas palavras para inspirar Manhattan a consertar tudo, restaurando a realidade e devolvendo tudo a como era antes do Ponto de Ignição e os Novos 52. E assim é feito, motivo pelo qual agora retornamos ao universo pós-Crise.

Quanto a Manhattan e os demais heróis do universo de Watchmen que estavam na Terra-Prime da DC, todos eles decidem voltar ao próprio mundo e consertar as coisas que foram destruídas no processo, enquanto aguardam por seus próprios destinos. No fim, a paz é restaurada e os Novos 52 são deixados para trás, encerrando uma das fases mais polêmicas e controversas da editora. Mas por um breve período, o Doutor Manhattan integrou esse universo e mexeu em toda a realidade, causando mudanças consideráveis em tudo que conhecíamos.

O Relógio do Juízo Final já foi publicada no Brasil, pela Panini Comics.

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