Batman: Afinal, Thomas Wayne era ou não uma pessoa má?

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Batman: Afinal, Thomas Wayne era ou não uma pessoa má?

Por Chris Rantin

Atenção: Alerta de Spoilers!

The Batman chegou apresentando um novo Bruce Wayne que, em sua jornada para impedir o Charada, acaba descobrindo segredos terríveis do seu próprio passado. E com isso surge a dúvida que paira na mente dos fãs: afinal, seu pai Thomas Wayne era ou não uma pessoa má? A resposta não é sim ou não, mas um grande e cinzento talvez.

Como vimos no filme, o que motivou as atitudes do Charada foi a corrupção que se espalhava por Gotham. Decidido a expor toda a verdade, ele trabalhou para que o envolvimento de políticos e da polícia com os mafiosos fosse revelado ao público, aproveitando para expor um grande segredo terrível: tudo isso havia começado por causa de Thomas Wayne, o pai de Bruce.

Thomas e Martha Wayne nos arquivos do Charada.

Isso porque foi Thomas Wayne, durante sua eleição para prefeito, quem criou o Projeto de Caridade de Renovação para Gotham, estipulando um fundo bilionário que tinha como objetivo melhorar a cidade e a condição das pessoas mais pobres. Vencendo ou não a eleição, ele havia definido que o fundo iria existir e, por esse motivo, mesmo após o seu assassinato junto de Martha, o projeto tomou forma e continuou pelas décadas seguintes.

Infelizmente, ao invés de ajudar as pessoas, o dinheiro era desviado para os mafiosos — como Falcone — junto de policiais e políticos corruptos da cidade. Ou seja, isso se tornou a principal forma de pagar a criminalidade e garantir que eles escapassem de qualquer consequência da justiça, sendo este o motivo pelo qual Charada odiava tanto os Waynes.

Thomas Wayne: Herói ou vilão?

O filme deixa bem claro que Bruce via seu pai como um grande herói, alguém que acreditava que Gotham poderia ser melhor. Alfred também reforça a conduta admirável do seu antigo patrão, exaltando a bondade e honestidade de Thomas.

Contudo, o Charada chega para expor que, tentando esconder a verdade sobre a condição mental de Martha — que no filme é uma Arkham e possuía um trágico histórico de internações em instituições psicológicas — Thomas fez com que o jornalista que ameaçava expor o caso fosse morto por Carmine Falcone.

Martha Arkham, anos antes de se tornar uma Wayne, durante uma de suas internações em um hospital psiquiátrico.

Confrontado por Bruce, Falcone confirma que foi isso que aconteceu. Segundo ele, Thomas cobrou um favor que o mafioso devia, pedindo que ele assustasse o jornalista e garantisse que a história de Martha não vazasse. Mas esta não é a única versão da história. De acordo com o mafioso, Thomas faria qualquer coisa para proteger sua família, incluindo sujar sua honra e matar o jornalista para que o segredo morresse com ele. Já Alfred reafirma que Thomas não queria que o repórter fosse assassinado, por isso ele ameaçou expor Falcone — o que resultou em sua morte no infame beco.

Assim, na versão de Falcone, Thomas é como os principais nomes de Gotham: corrupto e com sangue nas mãos. Enquanto isso, Alfred levanta a hipótese de que ele foi morto justamente quando estava corroído pela culpa, prestes a destruir o império do mafioso que o havia ajudado.

Mas então, quem está falando a verdade? Provavelmente nenhum deles. Nem Alfred, nem Charada, nem Falcone. Uma vez que todos os três possuem provas o bastante para construírem a versão que mais atende o objetivo deles. Charada, que vê todo mundo como culpado, inclusive Bruce. Alfred é extremamente leal aos Waynes, tanto que escondeu a verdade de Bruce durante todos esses anos. Falcone, por sua vez, foi quem mais se beneficiou da situação — tanto por ter algo para chantagear os Waynes, como quando Thomas morreu e ele ganhou um meio de  continuar impune.

O fato é que todas as versões concordam em dizer que Thomas realmente não queria que a verdade sobre Martha fosse divulgada. E que, em nome da reputação de sua família — e dos Arkhams — ele realmente pediu que Falcone agisse contra o jornalista. Mesmo que desesperado, era de se esperar que alguém como Thomas soubesse que o mafioso se aproveitaria disso e não se contentaria em apenas assustar o repórter. Ou seja, ainda que ele não imaginasse que seu inimigo fosse morto, é indiscutível que ele foi o grande responsável por isso.

Contudo, o filme sugere que o repórter estava chantageando os Waynes, ou seja, não planejava expor toda a verdade em nome de um bem maior, mas sim de ganho pessoal. E assim, pode ser dito que Thomas estava tentando proteger sua família e, em meio ao desespero, ele acabou utilizando todos os recursos a sua disposição — mesmo os mais obscuros.

Então, Thomas é uma pessoa má? O filme não dá uma resposta definitiva sobre isso. Pelo contrário, ele deixa bem claro que o pai de Bruce era uma pessoa complexa e com várias nuances. Sem ser o herói puro e brilhante que seu filho imaginava, mas também sem ser a figura extremamente corrupta que o Charada pintou. No fim, tudo indica que Thomas era só mais uma pessoa em Gotham, estando entre o bem e o mal.

Mas e pra você, Thomas era uma pessoa má? Compartilhe sua opinião nos comentários!

Ainda disponível nos cinemas, The Batman chega no catálogo da HBO Max em abril.

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