[CRÍTICA] Dreams: Para jogar, basta sonhar

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[CRÍTICA] Dreams: Para jogar, basta sonhar

Por Leo Gravena

Em 2015, durante a E3, o primeiro trailer de Dreams foi lançado. O jogo prometia ser extremamente inovador e diferente ao permitir que o jogador criasse seu próprio universo, fosse um jogo, um clipe de música ou qualquer outra coisa. Parecia ser algo completamente diferente de tudo já feito anteriormente e, após seu lançamento, é possível dizer que dificilmente algo será feito assim no futuro.

Ficha Técnica:

 

Desenvolvedora: Media Molecule

 

Publicadora: Sony Interactive Entertainment

 

Diretor: Mark Healey

 

Designers: Mark Healey, John Beech, Christophe Villedieu, Steve Belcher

 

Programadores: Alex Evans e David Smith

 

Plataforma: PlayStation 4

 

Lançamento: 14 de Fevereiro de 2020

Esta crítica chega um pouco atrasada. Devido a diversos problemas não pude jogar e escrever sobre Dreams mais cedo, porém, depois de ter passado algum tempo com o jogo – duas horas se tornaram o triplo disso sem que eu sequer notasse – é fácil entender como Dreams é algo tão fora da caixa, que sequer pode ser definido pelos gêneros de video games atuais.

Jogos nos quais você sai por aí criando algo – seja uma casa, um personagem, sua própria história – sempre atraíram multidões de pessoas. Seja com The Sims ou Minecraft, varios jogos permitem que o usuário trabalhe com sua imaginação, usando ao máximo de sua capacidade para criar e sonhar com um outro mundo. Dreams leva isso a outro patamar.

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Recentemente, várias ferramentas que permitem a criação de jogos tem sido um sucesso grande, principalmente com crianças e jovens que já cresceram nesse mundo extremamente digital e tem uma facilidade incrível em criar jogos com histórias diferentes e interessantes. Dreams, contudo, se diferencia de todos esses outros. Trazendo uma infinidade de opções de personalização e criação, o jogo realmente permite que você crie qualquer outro jogo.

As ferramentas de personalização são tantas que, de início, é realmente fácil ficar completamente perdido. Mesmo sendo bem instintivas, as ferramentas são tantas, cores, texturas, formas, músicas, luzes, sombras… É fácil ficar perdido na biblioteca gigantesca que o jogo oferece, se perdendo em coisas básicas ou achando que elas são mais complicadas do que realmente são. Porém, depois que você aprende o básico: mágica.

Não existe outra palavra, se não mágica, para explicar a sensação de criar algo que existia apenas em sua mente, transpor isso para a tela e então jogar sua obra-prima na qual um gatinho fica pulando entre as mesmas duas plataformas por 1 hora. Brincadeiras a parte, é sempre bom começar pelo básico e ir aumentando. Então sim, criar um jogo completamente simples e bobo parece algo que não faz valer a pena todo o trabalho que se dá no começo, mas tudo isso muda conforme você vai aprendendo a usar todas as ferramentas que Dreams oferece para que você crie seu próprio mundo.

A parte mais interessante de Dreams, contudo, é que você não pode apenas criar seus jogos, como também jogar o de outros usuários. Seja o P.T. ou até mesmo um RPG de Avatar: O Último Mestre do Ar, as possibilidades são infinitas e a sensação que dá é que, realmente, Dreams pode ser qualquer jogo.

No menu você pode acessar a todos os jogos que alguém já criou (e decidiu compartilhar). Alguns são inacabados, outros não são interessantes, contudo boa parte é simplesmente espetacular e você realmente consegue ver que a pessoa passou um bom tempo criando algo com o qual ela realmente se importa ali.

A comunidade de criadores de Dreams é extremamente ativa e está sempre se utilizando de tudo o que o jogo oferece para contar as melhores histórias e trazer a melhor experiência para a pessoa que está jogando. 

No fim, Dreams faz com que você pense no impossível e, logo após, decida (ou pelo menos tente) criá-lo. Se você quer jogar todos os jogos, do mais incrível ao mais esquisito, se você quer criar seu próprio jogo por horas, se você quer sonhar com algo completamente diferente, Dreams foi feito para você. Na verdade, Dreams é o tipo de jogo que, possivelmente, foi feito para todas as pessoas.

Para jogar, basta sonhar.

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