Morpheus: Tudo que você precisa saber sobre o protagonista de Sandman

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Morpheus: Tudo que você precisa saber sobre o protagonista de Sandman

Por Junno Sena

Morpheus, Sandman, Devaneio, Rei do Sonhar. Criado por Neil Gaiman, Sam Kieth e Mike Dringenberg, o perpétuo Sonho já teve todo tipo de nome e, entre diferentes rostos e personalidades, algumas características do personagem se mantiveram intactas.

Para você ficar por dentro do que pode esperar dele no futuro da série da Netflix, apresentamos aqui tudo o que você precisa saber sobre o personagem que é interpretado pelo ator Tom Sturridge em Sandman. Confira!

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A origem de Morpheus

Sonho, ou Morpheus, ganhou vida no momento em que a primeira forma de vida sonhou. Como um dos Sete Perpétuos, Sonho é a antropomorfização de um conceito, logo, ele não possui um gênero, espécie ou etnia definidos. Fadado a gerenciar o Sonhar até o fim dos tempos, Sonho e seus irmãos são filhos do Tempo, e Noite é sua mãe.

A história de Sonho é antiga e, por isso, sua existência está atrelada a todo tipo de lenda e mitologia. Entre tantas, está a de Cain e Abel. Sonho ofereceu um lugar no Sonhar para Abel, a primeira vítima de assassinato da humanidade. Em seu pós-vida, ele se tornou um contador de histórias, vivendo na Casa dos Segredos. Quando Abel passou a se sentir sozinho, Sonho trouxe Cain para viver ao lado do irmão, na Casa dos Mistérios.

Ao longo dos séculos, Sonho foi construindo o seu reino, criando sonhos e pesadelos e trazendo aliados para comandar ao seu lado. Este é o caso de Lucien, o bibliotecário do Sonhar.

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O Sonhar

O Sonhar pode ser apontado como uma das dimensões mais poderosas de todo o Universo DC nos quadrinhos. Não apenas por ser o local onde a imaginação é o limite, mas por ter saída para qualquer realidade. Sonho não tem acesso apenas à “cabeça” de todos os sonhadores, mas pode também viajar entre realidades.

Feliz, ou infelizmente, nem sempre é tão simples assim. Como é dito por Sonho quando viaja até o Inferno, “existem protocolos a serem seguidos”. Mas chegar até os portões do Inferno não é para qualquer um.

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As ferramentas de Morpheus

Mesmo sendo a antropomorfização de um conceito, os poderes de Sonho não são infinitos. Isso significa que o personagem pode ser enfraquecido ou morto. Ao longo dos quadrinhos, vamos descobrindo que Morpheus encontrou métodos para focalizar e manter controle de seus poderes.

Para isso, ele criou três ferramentas que se tornaram essenciais para o “dia-a-dia” do Rei do Sonhar. Elas sendo: (1) a algibeira de areia, que permite a Sonho colocar as pessoas para dormir; (2) um rubi que pode transformar sonhos em realidade e (3) um capacete forjado com os ossos de um inimigo derrotado que lhe oferece proteção.

Esses objetos são feitos da essência de Sonho, logo, são parte dele. Porém, servem como uma forma de “criar regras” para suas próprias funções. Essas ferramentas são essenciais para o início da saga de Sandman, uma vez que o aprisionamento do Perpétuo apenas o isolou, enquanto a falta de seus objetos lhe deixaram fragilizado.

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Seu filho Orfeu

Existem algumas regras que, como perpétuo, Sonho não pode quebrar, uma delas sendo se apaixonar por um mortal. Mas isso não o impediu de ter um filho. Filho de Sonho e Calíope, Orfeu é conhecido por uma das lendas mais conhecidas da mitologia grega.

Nela, a noiva de Orfeu, Eurídice, morre tragicamente com a mordida de uma cobra. Orfeu, então, pede ao pai para que a traga de volta. Sonho, por sua vez, recusa a ajuda. Mas, Morte e Destruição o mandam até o Hades. Então acontece a famosa cena em que Orfeu aceita a barganha de sair com sua amada, porém, apenas se for capaz de seguir todo o caminho sem olhar para trás.

Ao fim da trilha, Orfeu verifica se Eurídice ainda está atrás dele. É então que o homem perde sua amada. Sozinho e isolado, Orfeu acabou entrando no caminho de uma adoradora de Dionísio. Sua recusa em participar de seu ritual acabou em um conflito que o deixou apenas com sua cabeça.

Imortal, Orfeu ficou fadado a ser apenas uma cabeça falante desde então. O personagem cruza a vida de seu pai algumas vezes depois disso, sendo utilizado como uma barganha por Johanna Constantine em 1789. Posteriormente, Morpheus lhe deu o descanso eterno.

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Quem é Nada?

Nada é um dos grandes mistérios da primeira temporada de Sandman. A mulher aprisionada no Inferno representa uma das histórias mais tristes de Morpheus. Dez mil anos antes do encontro dos dois na terra de Lúcifer, Nada era a rainha de uma tribo chamada Primeiro Povo.

Ela se apaixonou por Sonho, ou melhor, Kai’ckul, como ele era chamado pelo povo de Nada. A mulher decidiu entrar em contato com Morpheus, e usando de magia para adentrar o Sonhar, Nada confessou seu amor. O problema era que esse encontro estava fadado ao fracasso.

A relação entre um perpétuo e um mortal não é apenas proibida, como perigosa. Kai’ckul, porém, insistiu no romance dos dois. Porém, esse relacionamento causou a destruição da tribo de Nada. A mulher, então, decide tirar a própria vida. Enfurecido pelo abandono, Morpheus a condena ao Inferno. Posteriormente, Morte convence o irmão a perdoar Nada e ela reencarna como uma nova pessoa.

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A morte de Sandman

Sonho quebrou muitas regras nas 75 edições de Sandman. Porém, uma imperdoável foi a morte de Orfeu, seu filho. Derramar sangue familiar colocou não apenas Sonho, mas todo o seu reino e amigos à mercê das Fúrias. Foi então que, para salvar tudo o que lhe era importante, Morpheus decidiu se destruir com a ajuda de Morte.

Mas, Sonho não é algo ou alguém para ser morto ou destruído. É um conceito. E como diria V em V de Vingança, “ideias não morrem”. Com o fim de Morpheus, uma nova entidade foi criada para tomar o seu lugar, Daniel Hall.

Vale ressaltar que isso não aconteceu anteriormente, quando Roderick Burgess o aprisionou, por que ele não havia sido morto, estava apenas “indisponível”. Por isso o Sonhar ficou em pedaços, pois o lugar não podia se “desvencilhar” de Morpheus e criar outro soberano, já que seu mestre ainda estava vivo, esperando uma oportunidade para fugir.

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Daniel Hall, o substituto de Morpheus

O sucessor de Morpheus, Daniel Hall, não é alguém desconhecido para quem acompanhou a primeira temporada da série da Netflix. Isso porque ele é a criança concebida no Sonhar, filho de Lyta e Hector Hall.

Mesmo que Daniel não seja uma cópia do Perpétuo, ele não deixa de ser Morpheus. Essa nova versão de Sonho possui as memórias, conhecimento e poderes de seu antecessor. A diferença são suas vestes brancas e personalidade. Para Sonho, a morte é como a regeneração de um Senhor do Tempo em Doctor Who, apenas muda o rosto, pois a essência permanece a mesma.

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Os poderes e as habilidades de Morpheus

Em resumo, Sonho tem domínio sobre sonhos, pesadelos e, até mesmo, insônia. Por isso, suas habilidades não são infinitas, fazendo com que a entidade possa ser contida ou enfraquecida. Mas, dependendo do momento da história de Morpheus, o personagem pode ser um grande desafio.

Ele pode conjurar sonhos e criar ilusões, viajar entre dimensões e se teletransportar. Ele também é um metamorfo, conseguindo alterar sua aparência e tamanho. Pode também se curar, é um usuário de magia, cria luz ao seu bel prazer, além de ter força e reflexos sobre-humanos.

As adaptações de Morpheus em outras mídias

Tom Sturridge não foi o primeiro a personificar Morpheus. Além de Ernest Kingsley Junior dar vida ao personagem momentaneamente no Episódio 4 da série da Netflix, Uma Esperança no Inferno, James McAvoy já deu voz ao personagem no áudio livro lançado em 2021.

Ainda existe mais uma performance que merece ser mencionada. Em 2017, foi lançado um curta de um pouco mais de meia hora. Nele, Evan Henderson e Nicholas Brown adaptaram a história 24 Horas, em que traz as consequências do uso indevido do rubi de Morpheus.

Além de ter bons efeitos especiais e uma sequência animada belíssima, o curta nos dá um vislumbre de como seria se a série seguisse o visual original do perpétuo.