Os maiores erros do universo da DC no cinema

Capa da Publicação

Os maiores erros do universo da DC no cinema

Por Junno Sena

Com cerca de dez anos desde seus primeiros passos, o Universo da DC nos cinemas teve mais baixos do que altos. Entre mudanças de diretores, cancelamentos prematuras e reboots de emergência, a única certeza que temos sobre a DC Studios é a falta de certezas. Tentando apontar o que há de errado nesse universo compartilhado, separamos nesta lista os maiores erros da DC no cinema. Confira!

Imagem de capa do item

“A pressa é inimiga da perfeição”

O Universo Cinematográfico da Marvel teve início em 2008. Cinco anos depois, a DC Studios fazia sua primeira empreitada de universo compartilhado com O Homem de Aço. Com pequenas referências a outras tramas dos quadrinhos, o filme mostrava o interesse da Warner Bros. em construir um império como a Marvel Studios.

O sucesso do filme de Zack Snyder foi o suficiente para pavimentar um plano de lançamento. Além de Henry Cavill como Superman, teríamos Ben Affleck como Batman e Gal Gadot como Mulher-Maravilha. Mas, diferente da Marvel, que construiu seus personagens ao longo dos anos, a DC preferiu cortar caminho e apresentar um mega evento.

Batman vs Superman: A Origem da Justiça foi o gosto amargo na boca dos fãs. Apesar de alguns elogios, estava claro que o filme sacrificava seu tempo de produção em nome do caça-níqueis. Desta forma, tínhamos heróis com grandes histórias que nunca chegaram a se conectar com o público, assim como uma falta de desenvolvimento que favorecia o “espetáculo” acima de seus personagens. Mas, essa é uma questão para outro tópico.

Imagem de capa do item

Querer ser uma “Nova Marvel”

Foi nesse desejo de construir um império megalomaníaco o mais rápido possível que a DC se viu pulando etapas. De Batman v Superman, fomos para Mulher-Maravilha e Liga da Justiça. Apesar do carisma de alguns personagens, havia uma falta de unidade que não justificava a produção de filmes como Esquadrão Suicida, por exemplo.

Enquanto a Marvel construiu um caminho de tijolos dourados em direção a Thanos e Vingadores: Ultimato, ainda era difícil compreender para onde a trindade da DC estava se encaminhando, mostrando que o estúdio conhecia o “plano”, a “fórmula”, mas não fazia ideia de como aplicá-lo.

Imagem de capa do item

A implementação da “fórmula” em um plano “meia boca”

Quando conseguiu aplicar a “fórmula”, foi em um plano inacabado, “meia boca”, fazendo com que os executivos tomassem uma decisão controversa: começar do zero. Colocando Flash como o início de uma nova saga, o estúdio “ganhou” a oportunidade de apagar erros e, junto, acertos.

Entre projetos solos e interessantes, como The Batman e Esquadrão Suicida (2021), ainda há a memória amarga de Adão Negro, Esquadrão Suicida (2016), Liga da Justiça e muito mais. Mesmo com James Gunn se esforçando para desenvolver um novo plano de 10 anos, isso não apaga o gosto amargo que o público tem da DC Studios. Talvez, a grande pergunta aqui seja: Será que Gunn e Safran tem o necessário para reconquistar a confiança do público?

Imagem de capa do item

O espetáculo acima do personagem

Mas, se precisamos apontar um erro na parceria Warner Bros. e DC é a priorização do espetáculo acima do personagem. Este tópico em específico também funciona como uma crítica a Marvel, porém, diferente da Casa das Ideias, a DC falhou em esconder suas rachaduras. O motivo para isso é tanto os roteiros de seus filmes quanto os constantes cortes encabeçados por produtores.

Em Esquadrão Suicida (2016), por exemplo, temos uma aventura regada a LSD e explosões, porém, seus personagens não têm nada a dizer. Arlequina, por exemplo, se mantém no estereótipo, enquanto Katana permanece, literalmente, muda. O Coringa é caricato e não possui um desenvolvimento e Rick Flagg simplesmente não brilha. Pistoleiro e Amanda Waller foram alguns dos poucos que ficaram na memória e a razão para isso foram suas perspectivas de escalações.

Por outro lado, Esquadrão Suicida (2021) joga todos os horrores do primeiro e mostra que é possível trazer desenvolvimento de personagem envelopado em uma trama regada a ação. Assim como Aves de Rapina, filme que conseguiu reverter todos os problemas da Arlequina, que mostrou como o erro do filme de David Ayer não era uma questão de atriz ou personagem, mas de roteiro e intenção.

Imagem de capa do item

A falta de um tratamento adequado para seus funcionários

E quando falamos em “intenção”, também esbarramos em uma dualidade que vem se enfrentando em Hollywood: executivos contra equipe criativa. Assim como a Marvel Studios, a DC e Warner não têm sido completamente justos com seus funcionários. Além de ter afastado Zack Snyder de Liga da Justiça e colocado Joss Whedon no lugar, David Ayer tem apontado o quanto seu filme foi picotado na sala de edição.

Não apenas isso, mas ainda precisamos mencionar a decisão duvidosa de cancelar o lançamento de Batgirl. O filme, que tinha Leslie Grace no papel de Barbara Gordon, foi engavetado mesmo estando concluído. Sob a desculpa de que era “caro demais” lançá-lo, o estúdio mostrou que, no fim do dia, não está interessado no bem-estar de seus funcionários.