Harry Potter: Os 8 filmes da franquia, ranqueados do pior ao melhor

Capa da Publicação

Harry Potter: Os 8 filmes da franquia, ranqueados do pior ao melhor

Por Gus Fiaux

Há pouco mais de vinte anos, começava nos cinemas um dos fenômenos mais curiosos de todos os tempos. Surgida na literatura, a história de Harry Potter conjurou uma legião de fãs ao longo dos anos, tornando-se um grande marco cultural do século XXI. Hoje em dia, a saga continua na boca dos fãs – seja pelo novo filme que está prestes a ser lançado ou pelas inúmeras polêmicas nas quais a criadora desse universo se meteu.

Ainda assim, o Mundo Bruxo permanece como uma das franquias mais prolíficas em Hollywood. E dessa vez, resolvemos ranquear os oito filmes de Harry Potter, do melhor ao pior. Para essa lista, não estamos considerando necessariamente qual é a melhor adaptação do material original, mas sim o melhor filme em termos de linguagem cinematográfica!

Imagem de capa do item

8º - Harry Potter e a Ordem da Fênix (2007)

Em último lugar, Harry Potter e a Ordem da Fênix se destaca como o filme mais fraco de toda a saga - e isso é resultado de um desencontro nítido entre roteiro e direção. É o único longa da saga que não foi roteirizado por Steve Kloves (substituído aqui por Michael Goldenberg), e isso se traduz em uma trama corrida, apressada e sem o cuidado necessário.

Para piorar, foi o primeiro filme de David Yates na franquia, e dá para notar como o cineasta estava lutando para encontrar uma identidade própria, que o diferenciasse dos três outros diretores que já passaram pela saga. No fim, ele acaba trazendo um longa genérico de união juvenil e revolta contra o sistema, que perde as nuances mais delicadas do livro.

Embora tenha lá seus momentos - como, por exemplo, todas as cenas que envolvem a detestável Dolores Umbridge -, o filme não tem muito do teor mágico que tanto encantou em seus antecessores. Em vez disso, é um filme que traz um certo utilitarismo para a magia, o que acabou se tornando o pilar principal dos trabalhos de Yates na saga.

Imagem de capa do item

7º - Harry Potter e o Cálice de Fogo (2005)

Em penúltimo lugar, temos Harry Potter e o Cálice de Fogo, o filme que é responsável pela completa virada na franquia e pela ascensão irrefreável de Lorde Voldemort. Ainda que tenha várias qualidades, o quarto ano letivo de Harry Potter em Hogwarts peca pelos excessos - seja de atuações, do humor ou até mesmo do drama adolescente que perpassa a narrativa.

O filme foi dirigido por Mike Newell, que já tinha uma certa familiaridade com o melodrama e com comédias - e aqui, ele se esforça para tornar tudo algo mais bem-humorado, que beira a galhofa. Apesar disso, ele acerta em cheio ao tocar nos pontos mais densos, como as três tarefas do Torneio Tribruxo e a batalha final em um cemitério.

No fundo, é um filme que explora melhor algumas dinâmicas dos nossos já queridos protagonistas - por exemplo, é aqui que temos os primeiros acenos para o romance entre Rony Weasley e Hermione Granger. Por outro lado, é um longa que poderia ir mais além e criar um senso maior de ameaça, mas isso é reservado para os quinze minutos finais da produção.

Imagem de capa do item

6º - Harry Potter e o Enigma do Príncipe (2009)

Muitos de vocês provavelmente estavam esperando que Harry Potter e o Enigma do Príncipe fosse o último da lista, tendo em vista as mudanças e os cortes que fez no material-base do livro, excluindo a construção dada a Lorde Voldemort. Porém, como dissemos no item introdutório, o foco aqui não é a adaptação em si, mas o filme enquanto obra cinematográfica.

E nesse quesito, o sexto longa é um respiro na saga, que faz exatamente o que Mike Newell planejava fazer com O Cálice de Fogo, mas de uma forma melhor. Aqui, os mistérios que recaem sobre Hogwarts também se intercalam com os hormônios à flor da pele dos protagonistas, e por isso é uma história de amadurecimento, amor e corações partidos.

Porém, a trama mágica e a ascensão de Lorde Voldemort nunca é deixada como pano de fundo, e está sempre pairando sobre os nossos heróis. O final do filme, a partir do momento em que Harry Potter e Dumbledore vão até um rochedo sinistro, é tenso, trágico e espetacular. E além de tudo isso, ainda temos a belíssima fotografia de Bruno Delbonnel.

Imagem de capa do item

5º - Harry Potter e a Pedra Filosofal (2001)

Em quinto lugar de nossa lista, não podíamos deixar de citar o filme que nos apresentou a esse mundo mágico e cheio de mistérios. Em novembro de 2001, chegava aos cinemas Harry Potter e a Pedra Filosofal, o primeiro capítulo do que seria uma saga espetacular estrelada pelo bruxinho e sua trupe de amigos. E até hoje, ele conserva uma magia muito particular.

Ainda que seja um tanto quanto literal demais na hora de adaptar o primeiro livro da série, A Pedra Filosofal surpreende pela direção leve de Chris Columbus e pelo carisma de seu elenco. Seu maior mérito e a construção de um senso de maravilha com relação ao Mundo Bruxo e à Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts, bem como seus segredos e mistérios.

Além disso, outra coisa que se sobressalta quando pensamos no filme é toda a mescla de gêneros que ele proporciona - principalmente ao ligar a fantasia infanto-juvenil a momentos de pura tensão e suspense, como toda a cena na Floresta Proibida ou até mesmo a batalha final de Harry Potter contra o Professor Quirrell/Voldemort.

Imagem de capa do item

4º - Harry Potter e a Câmara Secreta (2002)

Lançado um ano depois do primeiro filme (o que significa que fará aniversário de vinte anos ainda neste ano), Harry Potter e a Câmara Secreta pode ser considerado um aperfeiçoamento de todas as dinâmicas, mistérios e até méritos de seu predecessor, tudo isso enquanto mergulha nos temas mais sombrios que viriam nos lançamentos seguintes.

Na trama, um segredo obscuro do passado de Hogwarts ressurge, tudo isso enquanto vários alunos se tornam vítima do "Herdeiro de Sonserina". E enquanto os professores parecem fazer vista grossa para vários ocorridos, resta ao trio de Harry Potter, Hermione Granger e Ron Weasley o cargo de investigadores desse grande segredo.

Com requintes de horror e uma expansão da mitologia da saga, o filme nos leva por lugares sombrios e cheios de detalhes que seriam muito importantes para desvendar todos os mistérios envolvendo Lord Voldemort. Destaque também para as cenas de aulas na escola, que ficam mais divertidas e mais vivas, além de serem bem incorporadas à trama principal.

Imagem de capa do item

3º - Harry Potter e as Relíquias da Morte: Parte 2 (2011)

A grande conclusão épica da franquia foi um verdadeiro fenômeno, e é por isso mesmo que ela está no terceiro lugar de nossa lista. À primeira vista, Harry Potter e as Relíquias da Morte: Parte 2 serve como uma despedida dolorosa e agridoce desse universo e desses personagens, mas há muita magia no ar e uma construção sempre crescente da ação.

Ambientado quase que inteiramente em uma única noite, na Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts, o filme funciona mais como evento em larga escala que como uma obra independente - tanto que ele começa exatamente de onde o anterior terminou, sem situar muito o público no que está rolando ou em quais são as apostas finais.

Dito isso, é impressionante a forma como ele se desenrola, com batalhas isoladas confluindo para gerar uma guerra total. Cheio de mortes brutais e momentos emocionantes, é um épico grandioso que não deixa a desejar para filmes mais recentes como Vingadores: Ultimato ou Homem-Aranha: Sem Volta para Casa.

Imagem de capa do item

2º - Harry Potter e as Relíquias da Morte: Parte 1 (2010)

Muitos podem ter torcido o nariz na época, mas a verdade é que Harry Potter e as Relíquias da Morte: Parte 1 continua sendo um filme incrível e ousado para uma franquia do porte do Mundo Bruxo. Pela primeira vez, somos privados de retornar à Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts, enquanto o trio de protagonistas viaja pelo mundo em busca das Horcruxes.

Embora termine com uma sensação de que "o melhor ficou para o final", o sétimo filme consegue se sustentar de forma independente, ao focar muito mais no amadurecimento precoce de seus heróis, e como eles precisaram se tornar "adultos" para enfrentar o perigo de Lorde Voldemort e seu total domínio sobre o Mundo Bruxo.

É o filme mais político de toda a saga, que consegue sempre estabelecer um perigo iminente, uma ameaça se escondendo em todos os lugares - tudo isso enquanto Harry, Rony e Hermione fogem por diferentes paragens. Se você não gostou na época do lançamento, é um filme que merece uma nova visita - dessa vez com um olhar mais aberto para os perigos do nosso mundo real.

Imagem de capa do item

1º - Harry Potter e o Prisioneiro de Azkaban (2004)

O primeiro lugar absoluto não podia ir para outro filme: Harry Potter e o Prisioneiro de Azkaban talvez seja o mais próximo que a franquia chegou de um filme perfeito, ainda que modifique vários detalhes da obra original. Aqui, a ameaça de Lord Voldemort é deixada de lado, enquanto Harry precisa se preparar para enfrentar um amigo de seus pais que quer matá-lo.

O único dirigido pelo ganhador do Oscar Alfonso Cuarón, o filme talvez seja o que mais desenvolva não só as virtudes, como também os vícios de seus personagens, ao passo em que transforma a geografia de Hogwarts e do Mundo Bruxo em um lugar encantador e hostil. E apesar dos vários temas apresentados no livro, a adaptação consegue conciliá-los com primor.

Temos um lobisomem, o Mapa do Maroto, a presença cruel e temível dos Dementadores e um senso de aventura que fica cada vez mais sério e perigoso, sem contar a trama de viagem no tempo. Destaque para a introdução de Michael Gambon no papel de Alvo Dumbledore, que substituiu o falecido Richard Harris e ainda trouxe um frescor para o bruxo.