Hunter Schafer explica porque não quer interpretar apenas mulheres trans

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Hunter Schafer explica porque não quer interpretar apenas mulheres trans

Por Gus Fiaux

De EuphoriaJogos Vorazes: a Cantiga dos Pássaros e das SerpentesHunter Schafer se tornou uma das atrizes mais famosas e influentes da atualidade. Com apenas vinte e cinco anos de idade, ela se tornou uma grande voz em Hollywood – e é uma das poucas atrizes trans que teve oportunidades para se destacar no cinema e na televisão.

Agora, no entanto, Schafer afirma que não quer ser marcada apenas por papéis de pessoas transgênero. Entrevistada pelo GQ, a atriz explica que não pode deixar isso acontecer, senão sua carreira seria reduzida apenas a isso:

“Isso não aconteceu naturalmente de nenhuma forma. Se eu deixo acontecer, eles ainda iriam colocar ‘Atriz Trans’ [antes do meu nome] em todos os artigos publicados.”

Schafer explica que levou um bom tempo para perceber isso. Ela conta um pouco sobre sua transição, e como prefere hoje ser “apenas uma garota” e seguir em frente:

“Demorou um tempo para aprender isso e demorou um tempo para eu descobrir que não quero ser [reduzida a] isso, e eu acho muito degradante a quem eu sou e o que eu faço. Especialmente após o Ensino Médio, eu fiquei enjoada de tanto falar sobre isso. Eu trabalhei duro para chegar aonde eu estou, após esses pontos realmente delicados em minha transição, e agora eu só quero ser uma garota e seguir em frente finalmente.”

Hunter Schafer despontou na mídia em 2019, dando vida a Jules Vaughn em Euphoria. Desde então, ela também conquistou as passarelas como modelo e, no ano passado, interpretou Tigris (antes das modificações corporais) em Jogos Vorazes: A Cantiga dos Pássaros e das Serpentes.

Hunter Schafer em Jogos Vorazes: A Cantiga dos Pássaros e das Serpentes.

Por fim, Schafer ainda fala sobre como a falta de “papéis trans” em sua carreira é completamente intencional. A atriz revelou que chegou a receber várias propostas em diversos títulos, mas que continua os recusando. Para ela, ser uma pessoa trans bem sucedida é tão potente e transformador quanto falar sobre o assunto:

“Tem sido muito intencional. Já me ofereceram dezenas de papéis de pessoas trans, e eu só não quero fazê-los. Eu não quero falar sobre isso. […] Eu sei que sou uma das pessoas trans mais famosas na mídia no momento, e eu sinto um senso de responsabilidade, e talvez até mesmo de culpa, por não ser mais vocal sobre o assunto. Mas no fim, eu acredito que não fazer disso o pilar do que eu estou fazendo vai me ajudar a ir mais longe. E eu acho que ir longe e fazer coisas incríveis é o interesse do ‘movimento’, ajudaria mais do que ficar falando sobre isso o tempo inteiro.”

Schafer tem uma agenda lotada pelos próximos meses. Só neste ano, ela vai aparecer em Kinds of Kindness (novo filme de Yorgos Lanthimos, o diretor de Pobres Criaturas) e no terror Cuckoo, que tem sido muito elogiado pela crítica internacional. Ela também tem um papel confirmado em OD, jogo de Hideo Kojima que aparentemente será exclusivo do Xbox.

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