Sindicato de roteiristas diz que 100 dias da greve é um “marco de vergonha” para os estúdios

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Sindicato de roteiristas diz que 100 dias da greve é um “marco de vergonha” para os estúdios

Por Jaqueline Sousa

Após meses de discussões conturbadas e movimentações pela reinvindicação de direitos trabalhistas, a greve de roteiristas chegou ao marco de 100 dias de atividade em Hollywood. As paralisações tiveram início em maio deste ano, e os roteiristas Chris Keyser (The Society) e David A. Goodman (Futurama), que comandam o comitê de negociações do Writers Guild of America (WGA), disseram ao Deadline que chegar aos 100 dias da greve não é motivo para celebração e, sim, um “marco de vergonha” para a AMPTP, a empresa que representa os interesses dos estúdios de cinema e TV estadunidenses.

Com início em 2 de maio de 2023, a greve de roteiristas chegou ao seu terceiro mês sem grandes expectativas para o fim das paralisações. Apesar de, recentemente, o sindicato ter feito uma reunião com Alliance of Motion Picture and Television Producers para que ambas as partes discutissem um possível acordo, a conclusão não foi satisfatória.

Em declaração oficial ao Deadline, Keyser e Goodman comentaram que a “a recusa em levar a sério as propostas razoáveis dos roteiristas fez com que a greve durasse 100 dias — e contando”. Na visão dos integrantes do comitê de negociações da WGA, o marco serve apenas como uma “vergonha” para a AMPTP.

Greve de roteiristas chega ao marco de 100 dias sem negociações satisfatórias.

Os roteiristas aproveitaram para alfinetar ainda mais a representante dos estúdios de cinema e TV dos EUA, afirmando que as empresas associadas são as únicas responsáveis pela crise que está acontecendo na indústria audiovisual:

“Eles [a AMPTP] e os estúdios associados sã totalmente responsáveis pela paralisação da indústria por mais de três meses e pela dor que isso vem causando aos trabalhadores e todos aqueles cuja subsistência depende desse negócio. O custo de resolver as greves do WGA e do SAG-AFTRA é muito menor do que o dano causado por sua intratabilidade. Por fim, os estúdios não têm outra alternativa a não ser fazer um acordo justo. Até lá, continuamos decididos e unidos.”

O marco de 100 dias da greve dos roteiristas acontece paralelamente à greve dos atores cujo sindicato, o SAG-AFTRA, reivindica pautas semelhantes, como pagamento de residuais e regulamentação no uso de inteligência artificial. No caso das paralisações da WGA, as ações estão a poucos dias de se tornarem mais duradouras do que a famosa greve de 2007/08, e prosseguem sem data para serem finalizadas diante do descaso dos estúdios.

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