Sam Raimi: Do terror aos super-heróis

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Sam Raimi: Do terror aos super-heróis

Por Guilherme Souza

Nesta semana, recebemos a surpreendente notícia de que Sam Raimi está em negociações para assumir a direção de Doutor Estranho 2. A notícia foi recebida com frisson pelos fãs de cultura pop, principalmente por Raimi ter dirigido dois dos filmes mais queridos do Homem-Aranha. Acontece que além de seu histórico com os super-heróis, o cineasta é famoso por seu trabalho nos filmes de terror, e hoje, iremos falar um pouco sobre a vida e a carreira de Raimi. 

A Origem

Nascido em Michigan no ano de 1959, Raimi vem de uma família conservadora de judeus, tendo feito seus primeiros contatos com a produção de filmes em sua adolescência, tornando-se um membro de um círculo de diretores e amadores na região de Detroit, tendo seu irmão, Ted, e o ator Bruce Campbell como seus companheiros. 

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Em 1977, ao se matricular na Universidade Estadual de Michigan, Raimi produziu filmes como The Happy Valley Kid e It’s Murder, que serviram para abrir algumas portas profissionais ao cineasta, permitindo que ele executasse o curta-metragem Within the Woods, que serviu como um ensaio para Uma Noite Alucinante: A Morte do Demônio, longa que lançaria o nome de Raimi ao estrelato. 

A carreira 

Com Uma Noite Alucinante, Raimi criou um dos filmes de terror mais influentes de todos os tempos, principalmente por seu estilo de câmera “tremido”, que mostrava a cena sob a perspectiva de um personagem ou objeto, algo que se tornou extremamente replicado em produções posteriores. 

O sucesso do filme foi tanto que Raimi conseguiu produzir uma trilogia, impulsionando ainda mais sua popularidade na indústria. Em 1990, o cineasta teve seu primeiro contato com os super-heróis ao adaptar a HQ Darkman – Vingança Sem Rosto

Anos mais tarde, Raimi decidiu mudar sua estética de direção ao dirigir o thriller policial Um Plano Simples, que inclusive foi indicado ao Oscar nas categorias de “Melhor Roteiro Adaptado” e “Melhor Ator Coadjuvante”. A mudança continuou com o filme Por Amor, mas desta vez, o cineasta não teve tanto êxito com a crítica. 

O maior sucesso da carreira de Raimi veio com a direção do Homem-Aranha de 2002, um filme que mudou para sempre o cenário de adaptações baseadas em histórias em quadrinhos e que gerou uma das franquias mais queridas pelos fãs do teioso. Ao retirar diversos elementos dos quadrinhos e transportá-los para as telonas com uma estética única e mais realista, Raimi se tornou um dos queridinhos dos fãs e um precursor da atual leva de filmes baseados em quadrinhos. 

O sucesso ficou ainda maior com a sequência lançada em 2004, que resultou em um dos filmes mais aclamados dessa vertente e considerado por muitos como o melhor filme de super-heróis já feito até hoje. Infelizmente, o cineasta teve de lidar com a interferência do estúdio do terceiro filme, algo que acabou se refletindo na qualidade do mesmo. 

Em 2009, o cineasta decidiu voltar às suas origens no terror, dirigindo o remake aterrorizante de Arraste-me Para o Inferno. Vale também ressaltar o trabalho dele como diretor em Oz: Mágico e Poderoso, um prelúdio para a clássica história do Mágico de Oz, que foi um verdadeiro sucesso de bilheterias, mesmo não sendo tão bem-aceito pela crítica. 

Além de seu trabalho nos cinemas, Raimi também atuou como produtor de séries populares dos anos 90, tais como Hércules e Xena, participando também da produção dos filmes baseados nessas séries, bem como em outras séries, incluindo O Jovem Hércules e Spartacus

O Futuro 

O Fato de Raimi estar sendo cotado para dirigir o segundo filme do Doutor Estranho diz muito sobre o projeto, que durante seu anúncio na San Diego Comic-Con 2019, foi descrito como “o primeiro filme de terror do MCU.” Considerando que a classificação indicativa dos filmes do Marvel Studios não permite produções sangrentas e extremamente violentas, é óbvio que não veremos o terror clássico de Raimi em tela, mas ainda assim, a experiência dele com esse tipo de filme, bem como com filmes de super-heróis, permitirão que ele crie uma obra balanceada e que vá até o limite da classificação etária, resultando em algo assustador e sombrio sem fugir do padrão. 

Além disso, devemos levar em conta que, diferentemente de Scott Derrickson, diretor do primeiro filme do Mago Supremo e que abandonou a sequência, Raimi é um diretor de mais bagagem e respeitado na indústria, sendo assim, ele conseguirá impor mais sua visão no projeto, não ficando totalmente amarrado nas imposições do estúdio ou dos produtores.

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