As 10 piores coisas dos filmes dos X-Men da Fox

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As 10 piores coisas dos filmes dos X-Men da Fox

Por Gus Fiaux

Os filmes dos X-Men da Fox foram, de certa forma, os grandes responsáveis pelo surto dos super-heróis nos cinemas. Desde 2000, a franquia encabeçada pelo Wolverine nos trouxe a certeza de que histórias em quadrinhos poderiam ser trazidas para as telonas em grande escala e com propostas maduras, seja abraçando o realismo ou se entregando de vez à piração dos quadrinhos.

E por mais que muitas coisas boas existam nessa franquia, não podemos nos esquecer de todos os problemas que vieram com os filmes do estúdio – coisas que inclusive esperamos ver corrigidas no reboot da equipe no Universo Cinematográfico da Marvel. E só para relembrar, aqui separamos as 10 piores coisas que os filmes dos X-Men da Fox fizeram!

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Wolverine

Eu sei, eu sei! O Wolverine estava presente na nossa lista das "melhores coisas" dos filmes da Fox, e deve estar sendo bem confuso vê-lo numa lista de piores. Porém, nada disso tem a ver com Hugh Jackman ou até mesmo com a adaptação do personagem, já que ele traz muito do Logan que nós conhecemos e amamos dos quadrinhos (exceto pela altura, é claro).

O grande problema que torna Wolverine um ponto "baixo" da franquia é seu uso exacerbado nos filmes da Fox, o que acabou tirando o espaço de vários personagens que poderiam ser melhor desenvolvidos. É até estranho vê-lo em obras como X-Men: Apocalipse, já que ele tira o foco da trama em prol de um fan service que mais prejudicou os fãs do que serviu a eles...

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Mística

Se o Wolverine é a peça-chave da primeira trilogia, a Mística se torna o grande foco a partir de X-Men: Primeira Classe. E é curioso como todo o arco da versão de Jennifer Lawrence só diminuiu e descaracterizou a vilã - num ponto em que ela fica completamente irreconhecível para os fãs das HQs, especialmente em Apocalipse e Fênix Negra.

A Mística sempre foi uma personagem cinzenta e moralmente ambígua, que faz tudo pensando em si mesmo e na supremacia mutante. Até quando ela se junta aos heróis, há uma certa dúvida pairando no ar sobre suas alianças - e a versão de Rebecca Romijn captura isso muito bem na trilogia original. Na segunda saga, ela vira uma "heroína" da forma mais banal possível.

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Ciclope

Os fãs do Wolverine que me perdoem, mas se tem alguém que deveria ter tido o posto de liderança da equipe, esse alguém é o Ciclope. Nas HQs, o herói passa por um grande arco, de "escoteiro certinho" a extremista da causa mutante, e seu desenvolvimento é marcado pela tentativa de seguir o sonho de Charles Xavier e a dura realidade de que isso não é possível.

Os filmes conseguiram errar com o personagem duas vezes (três, se levarmos em conta o Ciclope de X-Men Origens: Wolverine). Na primeira trilogia, o Ciclope de James Marsden fica refém da popularidade do Wolverine, mas na segunda saga temos algo ainda pior, quando tentam transformar a versão de Tye Sheridan em um mero "bad boy", o que não faz nenhum sentido.

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Falta de fidelidade

Embora muitos fãs tenham passado anos criticando a falta de fidelidade nos visuais e uniformes dos X-Men, esse é um ponto discutível, já que a saga sempre tentou mirar em uma abordagem mais "realista" para os mutantes. No entanto, não há como perdoar a deturpação da essência de vários heróis ou até mesmo vilões da franquia.

Seja em figuras como o Fanático e a Psylocke de X-Men: O Confronto Final ou no Deadpool de X-Men Origens: Wolverine, a saga da Fox sempre menosprezou a essência vinda dos quadrinhos, optando por diversas mudanças questionáveis e injustificadas. É triste, pois muitos personagens até poderiam ter tido destaque caso fossem mais próximos às suas contrapartes das HQs.

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Vilões

Por um lado, a Fox acertou em cheio em figuras como Magneto e até o Sebastian Shaw do Clube do Inferno. Por outro, eles perderam a mão de vez ao lidar com outros antagonistas dos quadrinhos, sobretudo o temido Apocalipse e, é claro, a Fênix Negra. E dá para perceber um claro motivo por trás disso...

Enquanto os filmes mais "pé no chão" sempre lidaram bem com as questões sociais da equipe e o ódio e preconceito da humanidade contra os mutantes, a Fox nunca conseguiu emplacar vilões "grandiosos" dos quadrinhos, que não tivessem a ver com esse tema. É por isso que antagonistas mais obscuros, como William Stryker, até funcionam, mas En Sabah Nur não.

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Poderes limitados demais

Uma das coisas mais legais sobre os quadrinhos dos X-Men é como os roteiristas têm um grande potencial em mãos, ao explorarem os poderes dos mutantes e seus usos táticos. Já os filmes da Fox sempre seguiram um rumo muito básico, sem ousar na forma como esses personagens lutam ou usam as suas habilidades.

Pegue a Vampira, por exemplo: ela nunca é vista usando seu poder para absorver mais de um dom mutante por vez, ao menos não de uma forma que seja digna de nota. Até mesmo algumas figuras mais "simples", como Emma Frost, Ciclope e Tempestade nunca tiveram grandes momentos, já que as suas cenas de ação são bem limitadas.

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Cronologia esburacada

Quem lê os quadrinhos dos X-Men sabe que a cronologia é algo que não deve ser levado tão a sério, já que as constantes viagens no tempo, mundos alternativos e versões paralelas causam uma grande confusão. Ainda assim, os filmes da Fox não levaram essa questão a sério até demais, o que resulta em uma das franquias mais desconexas e confusas da história do cinema.

A impressão que passa é que ninguém tinha um plano definido para a saga e para os personagens, já que só isso justifica o tremendo descaso com a linha narrativa. Eventos importantes são desmentidos em continuações e há vários filmes que parecem ignorar completamente o que aconteceu no anterior... isso sem contar a bagunça temporal causada pela trilogia do Wolverine.

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Saltos temporais

Esse é um problema que afligiu muito mais a segunda saga dos heróis que a primeira trilogia. Porém, a partir de X-Men: Primeira Classe, vemos que cada filme é ambientado em uma década diferente. Ou seja, a franquia inicia nos anos 60, em Dias de um Futuro Esquecido vamos para os anos 70, logo em seguida pulamos para a década de 80 com Apocalipse e então encerramos a jornada nos anos 90, com Fênix Negra.

Essa ideia até funciona para mostrar como a história mutante se desenrolou em cada período da humanidade, mas acaba trazendo uma série de questões no desenvolvimento da franquia, já que muitos personagens mudam da água pro vinho ou até morrem nos "intervalos" da saga, e várias tramas em aberto são totalmente esquecidas nas sequências.

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Saga da Fênix Negra

É impressionante como a Fox conseguiu destruir uma das melhores sagas dos X-Men não apenas uma, mas duas vezes nos cinemas. A Saga da Fênix Negra é até hoje tida como uma preciosidade da nona arte, seja pela forma como trabalha o desenvolvimento de Jean Grey ou pela exploração das consequências que sua transformação traz para seus amigos e aliados.

Em X-Men: O Confronto Final, a saga fica perdida no meio da trama da cura mutante, algo que renderia outro filme à parte. Já em X-Men: Fênix Negra, os mesmos erros se repetem quando a história precisa dividir seu espaço com uma invasão alienígena. Esses dois filmes são tão traumáticos que nós esperamos não ver uma adaptação de Fênix Negra tão cedo no MCU...

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A insistência nos mesmos erros...

No entanto, talvez o maior erro da franquia mutante da Fox seja justamente a insistência nos erros do passado. Eles sabem que algo não dá certo e irrita os fãs, mas ainda assim tentam fazer da mesma forma. E muito disso se deve, em grande parte, a dois nomes que dominaram a franquia durante vinte anos: Bryan Singer e Simon Kinberg.

Deixando de lado todos os escândalos sexuais, é inegável que Singer fez bons filmes com os mutantes - X-Men 2 e Dias de um Futuro Esquecido são boas provas disso. Mas ainda assim, o diretor não precisava ser chamado para comandar tantos filmes da saga. Já Simon Kinberg nunca foi lá um grande roteirista, e ainda assim, ele foi chamado para dirigir X-Men: Fênix Negra, o que é uma decisão simplesmente estapafúrdia.

Se o Universo Cinematográfico da Marvel e o Universo Estendido da DC nos ensinaram algo é que diretores com assinaturas próprias podem fazer ótimos capítulos de franquias e, ainda assim, trazer algo novo para a mesa. Porém, a mesmice por trás das câmeras foi algo que arruinou os filmes da Fox - salvo raras exceções como James Mangold, em Logan.