10 coisas que os filmes dos X-Men da Fox fizeram direito

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10 coisas que os filmes dos X-Men da Fox fizeram direito

Por Gus Fiaux

Durante anos, era muito legal falar mal dos X-Men da Fox. “Os trajes não são fiéis”, “só tem foco para o Wolverine“, “a cronologia é uma bagunça!”. Todas essas reclamações eram bem comuns em vários sites de fãs de quadrinhos da Marvel, e todos não viam a hora dos direitos expirarem e os personagens voltarem para as mãos de Kevin Feige e da Marvel Studios.

Agora, falta muito pouco para que os Filhos do Átomo façam sua estreia no MCU, já que desde a compra da Fox pela Disney, a franquia agora está de casa nova. Porém, olhando em retrospecto, a franquia iniciada em 2000 não foi totalmente ruim e desprezível como muitos pensavam. E é por isso que hoje listamos 10 coisas que os filmes dos X-Men da Fox fizeram do jeito certo!

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Professor X e Magneto

Começando por personagens específicos, não há como negar que a Fox fez um trabalho magnífico com duas figuras centrais na história dos X-Men, nas duas linhas temporais trabalhadas nos filmes. Tanto o Professor X quanto o Magneto são as âncoras da franquia, trazendo um conflito ideológico muito próximo ao que vemos nos quadrinhos.

Muito disso se deve ao elenco, já que Patrick Stewart, Ian McKellen, James McAvoy e Michael Fassbender conseguem passar a essência dos dois personagens de maneiras excelentes, mas vale ressaltar também que o foco dado aos dois é muito intrigante, já que apesar de inimigos, eles nutrem um respeito mútuo bem sensível. Sentimos saudades deles!

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Wolverine

O interessante a respeito do Wolverine é como ele foi a salvação desses filmes ao mesmo tempo em que condenou diversos personagens importantes ao escanteio. Hugh Jackman pode até ser alto demais para o papel, mas se entregou de corpo e alma para cada faceta do anti-herói, entregando uma interpretação cheia de camadas além da violência.

É muito interessante como Wolverine se tornou o "estrangeiro" que acaba se tornando o ponto de vista do público ao conhecer os X-Men. Depois, ele ainda conseguiu dar a volta por cima em sua trilogia solo, com o péssimo X-Men Origens: Wolverine, o esquecível Wolverine: Imortal e, é claro, o brilhante Logan, encerrando sua jornada com chave de ouro.

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Deadpool

Por outro lado, outro personagem pelo qual devemos agradecer à Fox é o Deadpool. Claro, eles definitivamente zoaram a reputação do Mercenário Tagarela em sua participação em X-Men Origens: Wolverine, mas Ryan Reynolds foi capaz de dar a volta por cima e criar uma das adaptações mais fiéis de um personagem dos quadrinhos para os cinemas.

Ainda que seu segundo filme solo não seja tão bom quanto o primeiro, não há como negar que Deadpool e Deadpool 2 são dois marcos na indústria dos filmes de super-heróis, com seu humor referencial e a aposta em um público mais adulto, o que rendeu resultados muito positivos até hoje. Não é à toa que o personagem e sua franquia serão resgatados pelo MCU.

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Humor bem dosado

Diferente do Universo Cinematográfico da Marvel, onde cada cena "tensa" ou "emocionante" precisa ser quebrada logo em seguida por uma piadinha ou um alívio cômico, os filmes da Fox entendiam muito bem a necessidade de equilibrar a seriedade com o humor - tanto que a maior parte das piadas surge de personagens específicos em momentos específicos.

Isso fazia com que esses filmes tivessem um senso de urgência constante e finais que nem sempre eram "positivos" para os heróis. Basta lembrar de X-Men 2, que se encerra com a morte de Jean Grey e o peso emocional que recai não só sobre os personagens, mas também sobre o público. Isso é algo que anda muito em falta nos filmes de super-heróis da atualidade...

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Alegorias sociais

Desde sua criação, na década de 60, os X-Men sempre foram alegorias de questões sociais do mundo real. Eles representam as minorias e a incessante tentativa dos governos e dos fundamentalistas em reprimi-las e exterminá-las - tanto que a franquia sempre ressoou muito com fãs negros, LGBTQIA+ e até refugiados, graças a personagens que representam esses grupos específicos.

Mesmo em seu primeiro filme, lançado na virada do milênio, a saga mutante da Fox nunca fugiu desses temas, sempre mostrando os homo superior na posição de minorias que precisam lutar pela sua própria sobrevivência, com as várias metáforas sendo tecidas, por exemplo, em relação a Magneto e os campos de concentração na Segunda Guerra Mundial.

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Tramas mais contidas

Para o bem ou para o mal, os filmes dos X-Men da Fox quase nunca entravam em um território mirabolante demais. Mesmo que os antagonistas fossem mutantes querendo destruir o mundo, Sentinelas capazes de aniquilar mutantes ou até mesmo uma entidade poderosa reprimida em Jean Grey, esses filmes nunca tentavam ser mais do que eram de fato.

Mesmo longas com premissas ousadas, como X-Men: O Conflito Final (que diga-se de passagem, não é excelente mas também não é essa bomba toda que pintam) ou Dias de um Futuro Esquecido, as tramas eram bem mais contidas e focadas, sem a necessidade de trezentos easter-eggs por segundo anunciando o que viria nos próximos vinte filmes.

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Histórias com começo, meio e fim

E o item anterior nos leva diretamente a outra questão que é: os X-Men da Fox sabiam construir histórias com começo, meio e fim, sem que todos os filmes parecessem apenas "escadinhas" para uma sequência. Mesmo nos longas da franquia principal, cada enredo tinha um encerramento e um fim bem satisfatório para o público.

Isso se observa muito, por exemplo, em Logan, filme que decide contar a história da última aventura do Wolverine em um futuro apocalíptico e distópico. A despedida do personagem e de Hugh Jackman teve um peso e um significado cultural, após anos acompanhando esse personagem, sem que isso fosse quebrado logo em seguida pela promessa de um Multiverso.

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Exploração de diferentes gêneros

Até 2010, a franquia dos X-Men da Fox prosperava por ser uma das únicas sagas de super-heróis ativas no cinema, com continuações e spin-offs sendo lançados a cada três anos, aproximadamente. Porém, conforme novos concorrentes apareceram no horizonte, como o MCU e o DCEU, eles perceberam que não podiam ficar reféns da mesma fórmula.

Por isso, é impressionante a forma como os filmes e spin-offs abraçaram de vez a ideia de brincar com diferentes gêneros de modo que cada lançamento fosse único. Deadpool é uma comédia escrachada, sem papas na língua, enquanto Logan brinca com a ideia de um faroeste no futuro. Até Os Novos Mutantes, ainda que com seus problemas, sabe lidar bem com o horror e a tensão.

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Conexões históricas

Uma das coisas mais interessantes a respeito dos X-Men da Fox é como eles conseguiam ancorar muito bem esses filmes na realidade, de modo que a história humana não era deixada de lado. Em todos os filmes onde vemos a origem de Magneto (X-Men: O Filme e Primeira Classe), podemos ver os horrores da Segunda Guerra Mundial, por exemplo.

Não só isso, mas Primeira Classe também lida bem com a Guerra Fria e a Crise dos Mísseis, enquanto Wolverine: Imortal resgata a devastação causada pela bomba atômica no Japão. Salvo raras exceções, como Mulher-Maravilha, Eternos e Capitão América: O Primeiro Vingador, tanto o MCU quanto o DCEU parecem não conectar bem a história humana com suas próprias sagas e tramas.

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O Instituto Xavier para Jovens Super Dotados

Encerrando esta lista, não podíamos deixar de citar o Instituto Xavier para Jovens Super Dotados, a escola fundada por Charles Xavier para treinar mutantes e defendê-los de suas principais ameaças. Aqui talvez tenhamos o maior acerto em relação à adaptação dos quadrinhos, já que seria muito fácil transformar o local em um centro militarizado que forma "super-heróis".

Porém, nada disso acontece. Na verdade, a escola é feita para ensinar os seus alunos a se defenderem e também terem conhecimentos em diversas áreas de ensino. Mais do que isso, ela se tornou um refúgio para os excluídos e os odiados, quase um paraíso no meio de tanta intolerância. Resta saber se o MCU conseguirá adaptar isso tão bem quanto foi nos filmes da Fox.