The Boys Diabolical: Todos os episódios da série animada do Prime Video, ranqueados

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The Boys Diabolical: Todos os episódios da série animada do Prime Video, ranqueados

Por Gabriel Mattos

The Boys, a série da Prime Video, chocou o mundo ao trazer uma releitura sangrenta e cínica do universo dos super-heróis. E essa pegada adulta foi transportada magicamente para o mundo das animações com o lançamento do desenho The Boys: Diabolical, na última sexta. A produção é uma antologia de oito episódios expandindo o mundo de Erick Kripke com fortes doses de humor, e uma violência que lembra Invencível.

Além de trazer um visual único a cada episódio, as histórias são bem diferentes entre si, escritas por comediantes de peso como Awkwafina (Shang-Chi) e Andy Samberg (Brooklyn 99). Como um todo, não teve um episódio ruim, mas alguns se destacaram por sua originalidade. Por isso, ao invés de fazer uma análise geral da série, a gente decidiu preparar uma lista ranqueando todos os episódios da animação, do pior ao melhor.

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8 - BFFs - Melhores Amigas

Awkwafina, a Kate de Shang-Chi, tem um histórico polêmico no mundo da comédia. Logo, não surpreende que o episódio escrito e estrelado pela atriz seja tão zoado. BFFs - Melhores Amigas é um anime sobre uma garota que acidentalmente tomou o Composto V e ganhou o incrível superpoder de dar vida ao seu cocô... Isso mesmo que você leu — literalmente um episódio de bosta!

No melhor estilo "humor da quinta série", este curta surpreende na sua simplicidade. Acaba sendo apenas uma historinha fofa e divertida, muito menos sangrenta que as demais. Há um conflito com o Profundo que rende umas cenas de ação, mas a graça do episódio é a relação bizarra entre uma garota e o seu cocô. Por mais incrível que possa parecer, a merda acaba te cativando e você torce para que tudo acabe bem no final. Difícil de esquecer, mas tem episódios melhores.

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7 - Um curta animado onde alguns super zangados matam seus pais

O melhor jeito de descrever esse episódio é como se fosse um instituto para os heróis rejeitados pelos X-Men com o traço e humor de Rick and Morty. A história mostra a vingança de um grupo de supers com poderes inúteis após descobrir que suas habilidades incômodas foram resultado de experimentos perigosos que sofreram quando bebês. E os grandes culpados? Seus pais, que os venderam por alguns trocados.

Abusando do gore, vemos uma série de mortes criativas com este elenco carismático, que expande um pouco as noções de heróis neste universo longe do ar de perfeição dos Sete. Não acontece nada de muito inovador na história, mas ainda é satisfatório de ver uma vingança merecida ser tão bem animada.

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6 - Eu sou seu traficante

"Eu sou seu traficante" é um curta que se passa no universo dos quadrinhos, escrito diretamente por um roteirista das HQs de The Boys, Garth Ennis. A história acompanha o Butcher, dublado por Jason Isaacs (Lúcio Malfoy de Harry Potter), intimidando um traficante de supers para conseguir derrubar um herói problemático.

Com um traço que lembra Invencível, o episódio se destaca ao trazer um perturbador olhar do submundo nojento e oculto dos defensores de capa. Ninguém ali é certinho, usando drogas e outros estimulantes ainda mais problemáticos. O equilíbrio entre comédia e gore é bem acertado, mas existem histórias mais marcantes.

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5 - Núbio versus Núbia

Núbio versus Núbia conseguiu transformar uma história sobre divórcio em algo divertido e cheio de reviravoltas. Sob a perspectiva de uma garota, vendo seus pais super-heróis à beira de uma separação, a trama explora uma improvável aliança com próprio vilão responsável por unir o casal.

Mesmo as piadas mais ácidas são certeiras e provam que o roteiro afiado é o grande forte da série. Mas isso não tira o brilho das cenas de ação, que surgem como consequência da briga entre o casal principal — dublado por Don Cheadle (Máquina de Combate da Marvel) e Aisha Tyler (Lana Kane de Archer). Você fica torcendo para eles se acertarem, mas o que acaba acontecendo é ainda mais surpreendente.

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4 - Um mais um é igual a dois

Um mais um é igual a dois traz uma preciosa oportunidade de conhecer como foram os primeiros dias do Capitão Pátria como um membro d'Os Sete, quando ainda era uma estrela em ascensão cheio de inseguranças. A trama foca em sua tentativa de fazer tudo certo na primeira missão, mas o legal mesmo é ver tudo dando errado.

Toda a fachada de bom moço, pacifista e altruísta não dura cinco minutos e logo vemos o homem monstruoso que conhecemos tão bem. Assistir sua psique quebrar diante dos nossos olhos é quase catártico e, em pouco minutos, o episódio consegue deixar evidente como ele chegou onde chegou. A brutalidade é na medida neste episódio e quase não há espaço para humor.

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3 - John e Sun-hee

Estranho pensar que este episódio tão delicado, bonito e perturbador ao mesmo tempo veio da mente de um comediante tão fortemente marcado por suas bobeiras como Andy Samberg. A estrela de Brooklyn 99 empresta sua voz em uma pequena participação especial logo no começo, mas as estrelas aqui são o casal de idosos John e Sun-hee e sua luta pela vida.

Além de ser o episódio mais romântico desta leva, é o mais sensível, trazendo uma franca discussão sobre mortalidade e a brutalidade de doenças como o câncer. As mutações provocadas pelo Composto V são utilizadas de uma maneira bastante inteligente e que se destaca de todos os demais episódios. No final, sem abandonar o gore e a violência, o curta consegue mostrar que há espaço para histórias mais dramáticas no universo de The Boys.

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2 - Boyd do 3D

Outro episódio que usa as experiências das Indústrias Vought de um modo diferente e bastante inteligente é "Boyd do 3D". O curta propõe uma realidade onde seria possível se transformar nos filtros das redes sociais, nas nossas versões mais ideais. Quanto tempo as pessoas aguentariam sustentar essas vidas de fantasia? Como isso muda as pessoas?

Para tornar a abordagem ainda mais interessante, o estilo visual escolhido lembra vagamente a estética da Disney, levantando o questionamento de que essa vida de influencer seriam os contos de princesas dos tempos modernos. Só que nessa história, como na vida real, não existe um final feliz perfeito e é legal ver tudo ruir.

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1 - O Passeio do Bebê Laser

"O Passeio do Bebê Laser" foi escolhido para ser o primeiro episódio desta antologia por um motivo. Sem recorrer a nenhuma troca de diálogo, o curta sintetiza sem dificuldades a proposta de Diabolical — experimentar como funcionaria o humor, a violência e o gore de The Boys em diferentes contextos da animação. Se amor, morte e robôs eram os pilares de Death, Love + Robots, é nesses três pontos que a dinâmica de Diabolical se apoia. E vemos neste episódio um jeito brilhante de pensar estes elementos nos desenhos da década de 50.

Na trama, um cientista se apega a um bebê que não desenvolveu os poderes como deveria e está marcado para a morte. Com uma inocência quase Loney Tunesiana, a dupla precisa sobreviver a um esquadrão militar. O curta é cheio de humor físico, situações ridículas e muito gore vindo de um neném atirando laser pelos olhos. É o cúmulo do absurdo e é glorioso ver como funciona tão bem. Você fica o tempo todo torcendo para que a dupla consiga seu final feliz, mesmo que isso signifique celebrar cada morte grotesca que contrasta com a estética infantil.