Talvez um dos pontos de mais divergência entre os Skrulls do Universo Cinematográfico da Marvel com o dos quadrinhos é a “ausência” de um Império Skrull. Nos últimos episódios de Invasão Secreta, vimos que existe uma hierarquia que cada Skrull parece obedecer, mas ao mesmo tempo, há uma falta de diversas figuras que permitam deixar tudo isso ainda mais claro.

Dentre elas, a governante dos Skrulls, Veranke. A personagem não é apenas a rainha da raça alienígena como também foi a mente por trás de toda a invasão secreta dos quadrinhos. Já na série, o foco dessa liderança passou a ser Gravik, interpretado por Kingsley Ben-Adir. O novo personagem representa a mesma força e garra de Veranke, porém, está longe de conquistar a lealdade de toda a raça Skrull.

Nos quadrinhos da Marvel, um dos principais motivos para a invasão Skrull são as consequências da guerra entre os alienígenas metamorfos e os Kree. Ambas representam as raças mais poderosas da Marvel, o que as colocou em lados opostos de diversos conflitos. Entre algumas baixas nessa guerra, houve a destruição de Skrullos, mundo natal dos Skrulls.

Já no MCU, o conflito ainda é um ponto importante na trama, porém ao invés de uma guerra de poderosos, temos a derrocada e quase genocídio da raça Skrull. Em Capitã Marvel (2019) e na Invasão Secreta da série da Disney+, os Skrulls não são conquistadores derrotados, mas refugiados tentando encontrar seu lugar.

Uma das principais características dos Skrulls é sua habilidade como metamorfo. A mesma é a base de Invasão Secreta, mas também de diversas outras histórias envolvendo esses seres. Porém, além desse ponto, não há muito pelo o quê eles devem se orgulhar. Os Skrulls são exímios guerreiros nos quadrinhos, mas não possuem força ou velocidade aprimorados.

Algo que não é uma constante no MCU. Tanto nos filmes quanto nas séries, vimos que esses personagens possuem algumas vantagens sobre um ser humano comum. Sendo capazes de quebrar um vidro à prova de balas e destruir correntes de metal.

É comum ver magia e tecnologia se misturando no universo da Marvel. Na mitologia Skrull, por exemplo, os alienígenas utilizaram conhecimentos mágicos para aprimorar sua tecnologia, o que resultou em criações como os Espectros (Dire Wraiths no original). No MCU, a situação é bem diferente. Para explorar as memórias dos seres humanos, os Skrulls da Marvel nos cinemas e TV apenas utilizam tecnologia.

Dado o episódio 3 e 4 de Invasão Secreta, Super Skrulls vão ser algo recorrente entre a raça alienígena. Nos quadrinhos, isso não é algo tão comum. O primeiro Skrull aprimorado, por exemplo, foi Kl’rt, que recebeu novas habilidades para se opor ao Quarteto Fantástico. Isso abriu brechas para que outros Skrulls se tornassem capazes de copiar as habilidades de super-heróis como a Mulher-Aranha e o Wolverine.

No MCU, ainda não se sabe quantos Skrulls se tornaram “supers” ou quais habilidades serão assumidas pelos alienígenas. Mas, algo que parece se repetir tanto na transformação de Gravik quanto na de G’iah em Super Skrull é um poder de cura acelerado.

Como apontado anteriormente, a principal diferença entre os Skrulls do MCU com o dos quadrinhos é a base de seu império. Nos quadrinhos da Marvel, essa raça alienígena é composta por exímios lutadores com o desejo de conquistar toda a galáxia. Já nos cinemas e televisão, se tornaram um povo fragilizado, tentando encontrar um lugar para chamar de “lar”.

Isso gerou diversas mudanças no arco dos Skrulls, desde uma parceria com Nick Fury até uma presença mais dócil do povo na Terra e o fato de que Talos se tornou um pacifista. Nos quadrinhos, o personagem é um dos principais guerreiros do povo Skrull, tendo feito o Hulk a pedir por misericórdia.

Outra mudança palpável é a origem da revolta de Gravik. Enquanto a invasão ocorre nos quadrinhos como uma necessidade para a sobrevivência dos alienígenas, na série é a consequência de um cansaço com o descaso dos humanos — em especial de Nick Fury — com os refugiados intergalácticos.