20 jogos que você precisa jogar no PlayStation VR2, do melhor para o pior

Capa da Publicação

20 jogos que você precisa jogar no PlayStation VR2, do melhor para o pior

Por Gabriel Mattos

Quem achou que o PlayStation 5 era o auge da imersão vai se surpreender com o seu novo periférico. Lançado em fevereiro de 2023, o PlayStation VR2 permite usar todo o poder de processamento da nova geração para viver experiências profundamente imersivas. A convite da Sony, a Legião testou o aparelho antes mesmo de seu lançamento, mas não paramos aí.

Ao longo do último mês, experimentamos cerca de um terço da biblioteca de lançamento do console graças a parceria de diferentes estúdios. E depois dessa imersão completa na próxima evolução da realidade virtual, trazemos críticas expressas de 20 títulos para você saber exatamente o que vale ou não investir o seu suado dinheiro neste console.

Atenção que, por serem opiniões resumidas, não serão atreladas notas a nenhum desses títulos. O foco é explicar como funciona cada experiência e se ela traz motivos o suficiente para justificar uma possível compra. A ordem escolhida foi dos games que mais valem investimento aos que tem menos a oferecer em questão de qualidade e relevância da implementação da realidade virtual. Leia direitinho sobre cada jogo, compare com seus gostos pessoais e aproveite este guia de compras do PlayStation VR2.

Horizon VR: Call of the Mountain

Para começar, não poderíamos deixar de falar do jogo obrigatório para quem comprar o PlayStation VR2: Horizon VR: Call of the Mountain. O título adapta com perfeição tudo que há de mais emocionante nas aventuras da Aloy e eleva a imersão ao último nível. A escalada, os duelos empolgantes contra os animais robóticos, a criação de recursos — nada deixa a desejar, nem mesmo a história.

A trama parece uma longa sidequest de Forbidden West, com um direito a uma participação especial da Aloy. Ver a caçadora ali, na sua frente, tão pertinho que é quase possível tocar, é uma sensação absurda para qualquer fã. Há ainda um cuidado tão absurdo com o detalhe que basicamente tudo ao seu redor reage exatamente como deveria, desde o balançar das plantas até molhar suas mãos na água.

E este é o segredo do sucesso do game — promover uma imersão total na mitologia na saga, sem nunca quebrar a ilusão, incorporando lugares, personagens e outros elementos que vão transportar os fãs para este futuro pós-apocalíptico.

Mas isto não é tudo que o jogo tem para oferecer. Feito para tirar o máximo de proveito do sistema, cada mínima funcionalidade ganha um propósito que exemplifica muito bem o potencial do PSVR2. O rastreio de retina simplifica a navegação de menus, o retorno háptico ajuda a sentir o impacto dos objetos, o gatilho adaptável transmite a pressão esperada de um arco e flecha… É um game completo que vale o investimento, perfeito para introduzir amigos a este mundo imersivo.

Para saber mais sobre o jogo, não deixe de conferir nossa review completa.

Resident Evil: Village

A estreia de Ethan Winters trouxe o terror de volta à franquia com estilo, mas é em seu segundo game que as coisas verdadeiramente pegam fogo. Resident Evil: Village, assim como seu antecessor, pode ser jogado inteiramente no modo VR. Uma experiência para os fortes de coração, o game brilha no PlayStation VR2, ampliando ao máximo os estímulos para bagunçar todos os sentidos do jogador.

Aqui, o terror não é transmitido apenas por seu visual gótico. Estar cercado pelo vilarejo macabro do game pode ser aterrorizante o suficiente, mas a tensão só piora com a adição do áudio 3D, que te permite ouvir cada bicho rastejando ao seu redor, e da vibração do visor, que transforma cada ataque dos monstros em um mini-infarto.

O game ainda tem alguns tropeços em sua versão VR. A movimentação exclusivamente pelo uso de analógico, por exemplo, pode desorientar alguns, principalmente aqueles com o estômago mais fraco. E em prol do realismo, recarregar as armas é extremamente trabalhoso — é preciso tirar o pente, pegar o novo, liberar a trava… Quando o perigo é iminente, prepare-se para um ataque de pânico tentando fazer o mínimo para se defender.

No fim, Village está entre as melhores experiências do VR, especialmente para quem curte uma atmosfera de suspense. Quem prefere jogos mais tranquilos certamente terá uma gama de opções mais adequadas nesta lista.

No Man’s Sky

Seguindo com outro jogo regular que ganhou um modo em realidade virtual em uma atualização, temos No Man’s Sky. Desde seu lançamento conturbado, o jogo vem ganhando grandes atualizações anuais, totalmente gratuitas, que transformaram esta em uma das experiências mais completas da indústria. E a mais recente adicionou compatibilidade completa com o PlayStation VR2.

Absolutamente tudo pode ser feito em VR, tornando o sonho de se sentir como um explorador espacial ainda mais próximo. Controlar a nave para visitar outros planetas, manualmente mexendo em alavancas e acompanhando os saltos na velocidade da luz é surreal — de aquecer o coração de qualquer jogador de Star Wars.

Em terra firme, explorando os planetas, a coisa é quase tão suave. Os scanners foram retrabalhados para serem ainda mais intuitivos, mas de resto as coisas funcionam basicamente como no jogo base. O maior problema, novamente, acaba sendo a movimentação.

Com um senso de escala ainda maior, agora que tudo parece proporcional ao jogador, andar normalmente é ainda mais custoso e o próprio sistema recomenda o uso de teleporte. Quebra um pouco da imersão, mas com costume as coisas voltam a começar a fluir e você volta para a sua fantasia de explorador sideral, tal qual Jean-Luc Picard.

No Man’s Sky é outra forte recomendação para aqueles que acabaram de pegar um PlayStation VR2, principalmente quem está procurando um jogo duradouro que tenha um ótimo custo benefício. Não espere uma experiência altamente regada em ação. Mas quem quiser algo mais tranquilo, em que explorar é a principal recompensa, vai encontrar em No Man’s Sky um verdadeiro tesouro.

Gran Turismo 7

Gran Turismo 7 foi um pouco mais modesto em sua abordagem. A atualização gratuita que adiciona o modo de realidade virtual leva os jogadores para dentro do cockpit das corridas. Porém, fora delas, tudo ainda funciona como o jogo original — de forma plana, sem nenhuma imersão.

Na pista é impossível não se sentir como um verdadeiro piloto profissional. O jogo regular já desperta esse sentimento sem dificuldade, com jogabilidade que prioriza o gerenciamento de velocidade e do controle preciso. E quando você está literalmente dentro do carro, podendo ver a marcha, o retrovisor e tudo mais de uma forma espontânea, a sensação de estar em um Grand Prix é ainda maior. Incomparável.

Infelizmente não há muito espaço para apreciar os gráficos de ponta dos cenários neste modo imersivo devido à natureza competitiva do jogo. Afinal, qualquer mísera distração pode te custar segundos preciosos que definem o vencedor de uma corrida. Mas quem estiver disposto a sacrificar o pódio vai se deparar com vistas maravilhosas, de cair o queixo.

Sair dessa realidade empolgante para o mundo plano dos menus é sempre um choque de realidade que subtrai bastante da experiência. Mas ainda assim, Gran Turismo 7 é uma experiência incrível, que funciona tanto para jogadores casuais quanto para os mais fanáticos. Não diria que vale comprar só para testar o modo VR, há outros jogos que entregam uma experiência mais completa. Porém, para quem já tem o jogo ou já pretendia comprar, é obrigatório jogar esta versão.

Imagem de capa do item

Moss e Moss Book II

Moss tem uma abordagem bastante única à realidade virtual. Ao invés de colocar o jogador na pele da heroína da história, o game assume a clássica posição do jogador como um mero expectador e usa isso a seu favor — apostando na perspectiva em terceira pessoa para contar sua história.

Os principais elementos do game estão alinhados para reforçar esta fantasia: de ser um observador de fora do universo do game, mas ainda assim poder interferir em tudo. A história acontece dentro de um livro de conto de fadas em que o jogador é um leitor, auxiliando a ratinha protagonista a superar seus obstáculos em um jogo no clássico estilo plataforma 3D.

Cada fase é composta de pequenas salas interconectadas, em que o jogador precisa resolver o enigma do melhor caminho para chegar a seu objetivo. E para isso, além de controlar as ações da ratinha, é possível também interagir fisicamente com os objetos. A sensação é parecida com Rayman Legends no Wii U, em que o jogador precisava manipular o cenário para alcançar os objetivos do herói, mas de uma maneira mais intensa, porque de certo modo o jogador está dentro deste cenário.

O cenário, que já impressionava no PS VR original, está ainda mais deslumbrante no PlayStation VR2. Estar completamente cercado pelas árvores imensas de uma floresta, a grandiosidade de uma igreja ou a nobreza avassaladora de um castelo nunca perde o encanto, seja na primeira fase de Moss ou na última de sua sequência Moss Book II.

No final, ambos são uma ótima pedida para os jogadores mais casuais que querem um bom desafio em realidade virtual sem riscos de sentir enjoo. Moss entrega uma experiência sólida que não perde nada para qualquer lançamento regular do PlayStation 5 e só se enriquece com o PS VR2.

Startenders: Intergalactic Bartending

Não esperava que Startenders: Intergalactic Bartending me conquistasse de uma forma tão avassaladora. No lugar de um bartender espacial, o jogador é convidado a preparar mirabolantes drinks com elementos fantásticos, manipulando um maquinário digno de ficção científica para manter os clientes satisfeitos. Quase como um Overcooked de uma pessoa só — caótico, divertido e viciante.

A sacada de mestre é o modo criativo como tudo foi feito. Os desenvolvedores usaram ao máximo os recursos que o PlayStation VR2 dispõe — e até alguns que ele sequer apresenta — para manter a fantasia de uma taverna espacial viva.

O rastreamento dos dedos, por exemplo, é usado para iniciar os pedidos com um simples joinha. Mas o momento que mais me surpreendeu, em que o jogo realmente me ganhou, foi quando eu estava com uma mão ocupada e precisava abrir uma garrafa com urgência. Instintivamente, tentei tirar a tampinha com a boca, sem muita confiança de que funcionaria. Afinal, o aparelho não tem nenhum sensor para a boca. Mas como mágica (rastreando só meus movimentos), até minhas táticas mais fora da caixinha funcionaram.

Caso queira se perder por algumas horas em um bar no espaço sideral, Startenders é o jogo para você.

The Last Clockwinder

The Last Clockwinder é um jogo de puzzles que vai revelando aos poucos seu verdadeiro potencial. O jogador investiga uma torre de agricultura em que a protagonista viveu por um tempo. E aos poucos vai desvendando o passado encontrando gravações, no melhor estilo Gone Home, enquanto quebra a cabeça para solucionar desafios que exigem que você domine a arte de manipular o tempo.

A principal mecânica do game envolve a criação de bolhas temporais. Basicamente, com o segurar de um botão, o jogador consegue gravar o movimento de seus braços para que seja eternamente repetido, prendendo robôs em loops em uma tentativa de otimizar a produção de frutos.

Parece apenas mais um jogo que transforma a obsessão de otimização de lucros do capitalismo em algo lúdico, mas vai muito além disso. Brincar com essa fluidez temporal, por si só, é muito divertido e uma recompensa por si só. E o jogo sabe como introduzir essas mecânicas sem sobrecarregar o jogador. A experiência vai ficando ainda mais complexa conforme o game avança, equilibrando um bom desafio lógico com uma narrativa sensível e intimista.

Star Wars: Contos dos Limites da Galáxia - Enhanced Edition

Star Wars: Tales from the Galaxy’s End - Enhanced Edition realiza o sonho dos fãs de longa data de uma galáxia muito distante em um verdadeiro espetáculo de fan service.

Em momento nenhum o jogo esconde que seu único objetivo é trazer um gostinho de como seria viver no mundo de Star Wars — seja no caminho jedi, como um caçador de recompensas ou nas naves sombrias da Primeira Ordem. Cada experiência é explorada de maneira completa, mesmo que seja apenas um pequeno fragmento de uma história. Entrega o suficiente para satisfazer os fãs, mas não tanto a ponto de ser considerado profundo.

O maior acerto é focar em garantir o maior aproveitamento possível dos elementos conhecidos da franquia, como atirar com blaster e usar o sabre de luz. Contudo, quando o assunto é elementos básicos como a movimentação, o título acaba pecando um pouco ao depender de analógicos ao invés de incorporar os intuitivos controles de movimento.

Não é a melhor experiência que a plataforma tem a oferecer, mas consegue entregar um produto bem sólido. Para os fãs de Star Wars vai ser quase catártico poder coexistir, nem que por alguns minutos, no mesmo mundo que a Millenium Falcon, R2D2 e o Mestre Yoda. Porém, quem não é muito chegado na saga, pode ter uma experiência mais rica com No Man’s Sky.

Tentacular

Tentacular é a experiência kaiju que você não sabia que precisava. Assumindo o papel de um monstro gigante, com braços de tentáculos, o jogador vai precisar encarar a difícil tarefa de ser um membro produtivo da sociedade capitalista mesmo tendo nascido no corpo mais destrutivo possível.

O contraste entre ser uma gigantesca monstruosidade e ajudar nas tarefas mais simples e triviais é bem divertido e ganha um charme extra com o roteiro hilário que costuma acompanhar os jogos da Devolver Digital. Mas o grande chamariz da experiência é realmente a jogabilidade.

Manipular objetos com braços muito mais longos que os de qualquer outro humano é uma experiência estranha e viciante. Entre objetivos simples como empilhar ou capturar objetos, é impossível não se divertir simplesmente arremessando tudo ao seu redor por aí. Nada chega perto de ser tão satisfatório quanto lançar bem longe as próprias pessoas que te ajudam nas missões.

Então se você é uma pessoa procurando uma diversão simples, direta e rápida, em que o roteiro está mais preocupado em divertir o jogador que construir uma epopeia megalomaníaca, Tentacular é o jogo para você.

Dyschronia: Chronos Alternate

Dyschronia: Chronos Alternate ganhou meu coração quando me permitiu viver um sonho que eu nem sabia que tinha: estar dentro da abertura de um anime. É completamente insano ver uma animação japonesa, como tantas outras que acompanhei, ganhando forma ao meu redor. E talvez esta seja a maior força do game: mostrar todo o potencial de uma visual novel no universo da realidade aumentada.

A trama acompanha um assassinato misterioso de alto escalão que só pode ser resolvido pelo jogador, com sua habilidade de reviver as memórias alheias. E rapidamente, a história vira um mistério de detetive, em que todos são suspeitos em potencial.

Em sua forma, o roteiro não foge muito dos clichês mais básicos dos animes, com direito a uma mascote chibi, protagonista com amnésia, uma dimensão paralela e outras trivialidades. E ao mesmo tempo que esta repetição cria uma rápida familiaridade com o universo proposto, também torna tudo muito previsível e sem adrenalina.

Para quem só está querendo viver sua fantasia de morar em um mundo de anime, sem esperar uma história revolucionária, Dyschronia: Chronos Alternate é uma boa pedida. Especialmente levando em conta seus leves elementos de puzzles, que tornam a experiência menos monótona. Os dois primeiros episódios já estão disponíveis, com o terceiro e último previsto para este ano. Agora, quem espera mais ação ou uma história complexa é melhor continuar procurando em outro lugar.

Imagem de capa do item

Kayak VR - Mirage

Todo sistema novo precisa de um jogo para demonstrar todo o potencial gráfico que vem no futuro. Para o PlayStation VR2, este é Kayak VR - Mirage. Visualmente, o game dá um verdadeiro show, entregando um detalhamento absurdo que compete com qualquer jogo regular de PlayStation 5 tranquilamente. Em um momento o jogador está completamente imerso no coração de uma floresta tropical, no outro está viajando entre as geladas geleiras árticas.

A sensação de estar viajando pelo mundo é muito reconfortante e funciona ainda melhor no modo Free Roam, em que o sistema assume o piloto automático, te liberando para apenas apreciar os detalhados ambientes. Esse modo também funciona muito bem para introduzir aqueles que não estão muito familiarizados com games, mas querem curtir a imersão do VR2. Porém, quando é hora de pegar nos remos de fato, a coisa muda de figura.

No modo prática, controlar o seu pequeno barco é extremamente responsivo. Contudo, assim que o jogo começa de verdade, em algum canto do mundo, a coisa desanda levemente. Remar em seu caiaque não é nada intuitivo e não demora para o movimento do barco na água causar um desconforto intenso. Esse jogo desafia o limite do motion sickness e a náusea vem com tanta força que você realmente acha que está em alto mar.

O modo corrida traz exatamente o que se poderia esperar: uma competição contra jogadores de todo o mundo pelo melhor tempo. Para quem conseguir controlar bem o barco, acaba sendo um desafio interessante e um objetivo mais palpável neste jogo relaxante. Sem muita coisa de substancial para se fazer, Kayak VR - Mirage parece mais uma tech demo, um artifício para demonstrar as capacidades técnicas do VR - sem real pretensão de entreter tanto quanto outros jogos do sistema.

Imagem de capa do item

Zombiland: Headshot Fever Reloaded

A realidade aumentada traz a oportunidade perfeita de entrar no universo de seus filmes favoritos. E isso é exatamente o que acontece em Zombiland: Headshot Fever Reloaded, inspirado nos filmes de Zombilândia.Mantendo o humor e os mesmos personagens do longa, este game vai testar os reflexos do jogador em um cenário de apocalipse zumbi.

Ao invés de uma aventura mirabolante, como nos filmes, a proposta é encarar uma série de fases curtas, pensadas para desafiar a mira e o pensamento rápido. Sempre há um tema interessante que influencia, inclusive, o tipo de inimigos que irão aparecer. E isso evita que a experiência fique repetitiva, garantindo que sempre há algo novo a se encontrar.

O que conquista é o equilíbrio perfeito entre simplicidade e desafio. Durante as fases, a única preocupação do jogador é mirar e atirar, o que não significa que a ação seja trivial. O verdadeiro objetivo é manter a maior sequência de headshots (tiros na cabeça) possível. E conforme o jogo progride, essa estratégia se torna ainda mais essencial para sobreviver.

No fim, Zombiland: Headshot Fever Reloaded foi uma grata surpresa. Parece bobo, no início, mas é uma grande opção para quem só quer gastar um tempo atirando despretensiosamente em zumbis em um mundo imersivo.

Imagem de capa do item

Cave Digger 2 - Dig Harder

Games em realidade aumentada costumam ser muito mais curtos que os demais e podem sofrer com uma carência de conteúdo. Cave Digger 2 - Dig Harder consegue evitar tudo isso aplicando a técnica mais adorada pelos desenvolvedores independentes de baixo orçamento — a geração procedural inerente do gênero rogue-like.

Neste jogo de aventura, para até quatro jogadores, o jogador assume o papel de um minerador. A experiência é como mergulhar em algum título da franquia Steamworld Dig, onde o objetivo é cavar para encontrar recursos que são vendidos para conseguir comprar melhores ferramentas e acessar novos locais.

Apesar de um tanto repetitivo, a dinâmica é viciante e relaxante. Enfrentar monstros não é particularmente difícil, mas esse também não é o foco. Cavar e explorar o mundo subterrâneo com uma picareta é o que acaba ocupando a maior parte do tempo. Mesmo sozinho, acaba sendo um tanto divertido, mesmo que perca o encanto depois de um tempo.

Caso esteja procurando uma experiência leve e duradoura, Cave Digger 2 - Dig Harder pode ser uma boa pedida. Por serem geradas aleatoriamente, as fases não são particularmente marcantes, mas poder visitar um número virtualmente ilimitado de minas diferentes compensa bastante para aqueles que querem um ótimo custo-benefício, um game com um preço razoável que dê para jogar por bastante tempo.

Song of the Smoke - Rekindled

Song of the Smoke - Rekindled segue à risca a fórmula dos jogos de sobrevivência — colete recursos, crie suas próprias ferramentas e desbrave um ambiente hostil onde o jogador só pode contar com seus instintos e sagacidade. E talvez por executar tão bem a sua premissa que seja uma experiência tão gratificante.

Mesmo não sendo meu gênero favorito, o título me conquistou pela forma como traduziu todas as nuances da jogabilidade para a realidade virtual. Gerenciar as necessidades físicas do seu personagem, como no The Sims, é muito prático, bastando apenas olhar para a própria mão. E montar fogueiras e ferramentas manualmente também ajuda a vender a fantasia de sobrevivência na floresta, como uma versão diluída e mais imersiva de The Forest.

O grande problema é a quantidade massiva de tutoriais necessária para ensinar ao jogador tudo que se pode fazer neste cenário. A movimentação se beneficiaria de alguma opção mais gestual, como Horizon, para tornar a experiência geral mais suave. Ainda assim, Song of the Smoke é uma ótima opção para quem curte jogos de ação e quer sentir um pouco de perigo com o PlayStation VR2. Não é nada excepcional, mas entrega exatamente o que promete.

Jurassic World - Aftermath Collection

Jurassic World - Aftermath Collection é mais uma experiência VR que tenta lucrar na fama de uma marca gigante. Mas talvez esta seja a menos bem sucedida. O game te leva para uma ilha onde os dinossauros dominaram, destruindo parte das instalações e deixando tudo um caos. Sua missão é encontrar uma maneira de se comunicar com o mundo externo para deixar o local, mas não será uma tarefa simples.

Em essência, Aftermath Collection tenta recriar o mesmo tipo de tensão que o clássico Alien: Isolation, em que o jogador indefeso precisa fugir de um monstro imbatível. Porém, apesar de replicar as mesmas estruturas, de exigir furtividade e agilidade para resolver pequenos puzzles, o título não chega perto de alcançar um sentimento mínimo de tensão.

Mesmo com a realidade virtual elevando a imersão, o jogo não consegue criar um sentimento de perigo iminente. Tudo é muito monótono e mecânico. E essa alienação do jogador desarma qualquer suspense que a narrativa simples e rasa tenta construir. Talvez o jogo funcionasse melhor se vendesse a experiência de um zelador do parque de dinossauros, porque no final essa é a fantasia que ele acaba vendendo. No fim, Jurassic World - Aftermath Collection só vale a pena para quem é muito fã da franquia.

Imagem de capa do item

Tetris Effect: Connected

Tetris estranhamente funciona em um cenário de realidade virtual. A jogabilidade é a mesma de sempre, te desafiando a encaixar os mais variados formatos para limpar linhas de blocos. Não há nenhuma adição inusitada, nenhuma tentativa de reinventar a roda e nem seria necessário. Testada e aprovada, esta fórmula simples ainda tem o seu charme — só não tem também nenhuma justificativa que a torne uma experiência obrigatória do VR.

O que não quer dizer que a experiência não seja amplificada pelo periférico. O PlayStation VR2 proporciona uma imersão sem tamanho, como esperado. Tetris Effect: Connected é a versão mais relaxante do game já feita.

A cada acerto, hologramas variados surgem para encantar — seja de animais do fundo do mar ou símbolos astecas. Com o tempo, você se vê jogando para desbravar os novos temas, com suas músicas únicas e ícones hipnotizantes. Vale a pena para quem é muito fã do jogo clássico, porém outras pessoas não terão tantos motivos para retornar. Surpreende pelo espetáculo visual, mas não é uma experiência que vai ficar marcada por muito tempo.

Imagem de capa do item

Thumper

Thumper é mais um jogo rítmico que encontra no PlayStation VR2 uma sobrevida. Ainda assim, este talvez seja o título que menos justifique uma implementação de realidade aumentada.

No game, o jogador controla um besouro em um frenético show de luzes e curvas acentuadas. E exatamente ao navegar com precisão nesta montanha-russa ciber psicodélica que a música vai sendo montada. Porém, diferente de seus principais competidores, Thumper não entrega um cenário rico e sensorial que aproveite o que há de mais único no VR.

Quem já jogou Thumper em qualquer outro sistema saberá exatamente o que esperar. Longe de ser um jogo obrigatório, pode ser uma boa experiência caso entre em algum momento para o catálogo vasto de PlayStation Plus.

Imagem de capa do item

Rez Infinite

A ficção científica prosperou no início dos anos 2000, abraçando com gosto uma estética cafona. Era o início da febre da internet e tudo associado a computadores ainda era visto com um olhar meio místico. E esta estética de tecnologia esotérica resume bem Rez Infinite, um clássico jogo arcade com a cara do internauta das antigas.

Pense na essência de Tron ou Matrix. Aqui, o jogador invade o córtex de uma inteligência artificial e combate as defesas do sistema com uma simples jogabilidade rítmica de tiro, estilo Star Fox. O modo principal pode ser concluído sem muita dificuldade em aproximadamente uma hora. Divertido, mas nada revolucionário.

Os sensores de movimento do controle tornam o jogo bem trivial e intuitivo, mas nada que justifique o uso do VR de fato. Não há nem muito estímulo para apreciar seus arredores, que abusam de modelos tridimensionais rudimentares feitos para simular o início da computação. Felizmente o jogo também acompanha um modo extra feito especificamente para o VR.

Essa é a parte mais espetacular da experiência, onde os gráficos datados são substituídos por modelos bem detalhados que explodem em um show de partículas sempre que há um acerto. É como um imersivo show de fogos no espaço em que o jogador é o condutor. Uma experiência interessante que dura alguns poucos minutos. Recomendado apenas para quem é muito fã de jogos antigos ou experimentais.

Imagem de capa do item

Altair Breaker

Altair Breaker promete realizar as suas fantasias de ser um espadachim poderoso, um guerreiro medieval saído de um anime de sucesso, enfrentando hordas de inimigos com seus aliados. Mas no fundo, a sensação é a mesma de estar brincando de espada com seus primos no quintal com cabos de vassoura.

O game como um todo foi desenvolvido de maneira precária e não convence em momento algum. Os cenários são absurdamente genéricos, sem nenhum pingo de identidade própria. Os poderes especiais, apesar de intuitivos, não parecem nada demais. Falham em entregar o sentimento mágico que os desenvolvedores juravam que haviam conseguido. E, em geral, esta é a melhor forma de descrever esse jogo — falta magia.

Quer um jogo de espada imersivo? Melhor jogar o tradicional Soulcalibur em qualquer outra plataforma. Mesmo sem VR, a experiência vai ser muito mais empolgante. Mas caso você esteja desesperado para qualquer game com espadas em realidade virtual e não se importe em joga algo completamente sem alma, então pode dar uma chance ao Altair Breaker.