Durante vários momentos do anime as suspeitas dos investigadores acabaram caindo sobre Light. Um dos momentos mais emblemáticos, no entanto, se deu quando, em um dos momentos em que sabia estar sob a vigilância de L, o rapaz decidiu colocar um pequeno monitor dentro de um pacote de batatinhas para que, assim, conseguisse assistir ao noticiário e registrar o nome dos criminosos para continuar com seus planos e não levantar suspeitas.

Mais tarde, Kira sentiu a corda apertar em seu pescoço e imaginou que deveria tomar medidas drásticas para retirar as suspeitas que haviam recaído sobre si. Então ele decide que é a hora de abdicar do caderno e de todas as memórias adjacentes a ele. Se ele não se lembra não aconteceu, certo?

O caso é que ele também se precaveu e enviou o caderno para outra pessoa para que, em dado momento, quando estivesse seguro novamente, pudesse retomar suas ações sem muitas preocupações.

Durante todo o anime acompanhamos a verdadeira partida de xadrez que era a relação entre Light e L. Enquanto o detetive sempre esteve a um passo de descobrir a verdadeira identidade do assassino. Kira, por sua vez, sempre esteve procurando meios de descobrir seu nome e tirá-lo de seu caminho.

Percebendo então a devoção da shinigami Remu por Misa, o protagonista começa a deixar pistas óbvias que acabam por incriminar a garota e levar L a um raciocínio que a culpasse. Sabendo que Remu não deixaria que a garota sofresse nenhum mal, Kira induz a shinigami a eliminar L e seu mordomo Wataru, deixando assim o caminho parcialmente livre para que Kira continuasse a agir.

Em vários momentos da obra podemos perceber que Light não gostava nem um pouco de Misa e seu jeito grudento para com ele. Então, por que ele permitiu que ela permanecesse ao seu lado e se mantivesse próxima durante tanto tempo? Porque Light viu em Misa algo que poderia usar ao seu favor.

A garota havia aceitado o acordo com Remu que lhe pedia metade de sua expectativa de vida em troca da habilidade de descobrir o nome das pessoas apenas com um olhar. Desse modo, Light percebeu que Misa poderia ser uma boa peça em seu tabuleiro e não rejeitou os sentimentos da menina. Cruel de sua parte, mas, ainda assim, inteligente.

Logo no início da trama, um grupo de detetives policiais começa a investigar Kira e então Light percebe que precisa agir. Ele manipula as coisas de modo que um dos agentes, Raye Penber, escreva os nomes de todos os seus colegas em um pedaço do caderno da morte, incluindo seu próprio nome. Enquanto Raye agonizava na plataforma de metrô, pôde ver o rosto de Light e se certificar de que ele era o Kira, mas já era tarde demais.

Após a morte de L o anime avança alguns anos e podemos ver que Light conseguiu um cargo alto dentro da polícia como detetive e está envolvido diretamente no caso Kira de todas as formas possíveis. É de se admirar que o próprio culpado tenha conseguido ir tão longe e enganado tantas pessoas para conseguir tal proeza.

Durante uma das primeiras interações com L, o detetive, já desconfiando de Light, entrega três cartas escritas por criminosos que supostamente cometeram suicídio e pede para que o rapaz as analisasse. Ele o faz e todo o processo mental narrado na cena descreve bem a capacidade de raciocínio dele.

Mesmo quando cai em uma das armadilhas de L, ele ainda tenta virar o jogo e levantar suspeitas contra o detetive demonstrando ter a capacidade de pensar em soluções rápidas em meio a situações que, para a maioria das pessoas, seriam desesperadoras.

A proposta aceita por Misa de obter o poder de enxergar o nome das pessoas em troca de parte de sua vida também foi feita a Light pelo shinigami Ryuk, mas, ao contrário da garota, o rapaz não aceitou.

Ele ponderou bem sobre os prós e os contras e, mesmo em momentos de desespero, conseguiu encontrar saídas que não envolvessem a perda de parte de sua vida. Afinal de contas, como ele poderia desfrutar dos louros de ser o deus do novo mundo se morresse muito cedo?

Durante o período em que Light abdicou do caderno, Kira não poderia parar suas atividades ou isso apenas faria com que suspeitassem ainda mais dele. Misa também não poderia agir por ser uma pessoa muito próxima a Light. Desse modo uma terceira pessoa entrou em cena: Kyousuke Higushi.

Ele era um ambicioso diretor executivo de uma empresa e recebeu o caderno enviado por Light antes do mesmo abdicar de sua posse. Quando Light, sem memórias de ter sido Kira, é absolvido, participa ativamente da investigação que acaba por culminar na prisão de Higushi.

Mas, sem sombra de dúvidas, o momento mais marcante que denuncia o tamanho da inteligência do protagonista se trata do diálogo entre ele e a esposa de Raye Penber, Naomi Misora, que estava disposta a tudo para vingar a morte de seu marido. Ele joga de modo impressionante com a desconfiada investigadora, tudo na tentativa de descobrir seu verdadeiro nome e se livrar dela.

No fim, depois de muito custo, ele o consegue e se revela como Kira para ela, mas, assim como no caso de seu marido, já era tarde demais e a mulher simplesmente caminha até sua casa em direção a um trágico destino.