Batman: 11 vezes que Bruce Wayne matou

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Batman: 11 vezes que Bruce Wayne matou

Por Chris Rantin

Quando falamos do Batman duas discussões surgem com alguma frequência. A primeira é a infame “o Batman tem preparo”, sendo a principal justificava pela qual o grande herói costuma estar sempre um passo a frente dos seus adversários. A segunda, normalmente envolvendo o Capuz Vermelho, é sobre como o Batman poderia salvar mais vidas se ele matasse seus vilões. 

Mas ainda que não seja famoso por executar seus inimigos, o Cavaleiro das Trevas matou diversas vezes nos quadrinhos — tanto na cronologia oficial da DC Comics como em histórias Elseworlds. Para essa lista, vamos considerar apenas as vezes em que Bruce Wayne matou direta ou indiretamente, seja isso considerado canônico na atualidade ou não.

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KGBesta

Começando a lista com a vítima favorita do Batman: o KGBesta. Em Batman Vol.1 #420, publicada em 1988, temos uma história que mostra um lado realmente cruel do herói de Gotham. Isso porque ele decide matar seu inimigo por inanição, uma forma verdadeiramente brutal e lenta.

A história surge em um contexto bastante complexo, no meio do embate da Guerra Fria. Assim, na HQ, KGBesta -- um vilão soviético -- é enviado para matar o presidente Ronald Regan e outros políticos influentes. Depois de um longo confronto, Batman se dá conta de que, caso entregue o vilão à justiça, por conta do momento em que eles estão passando, KGBesta será devolvido para a União Soviética, que o libertaria imediatamente.

E assim, na cabeça do herói de Gotham, ele simplesmente decide prender o vilão no esgoto da cidade, selando a sala de uma forma que não haja escapatória. Assim, ele garante uma morte lenta ao KGBesta que, na prática, acabou enterrado vivo -- tendo que sofrer com sede, fome e todo outro tipo de agonia.

“Alguns anos atrás eu teria pulado nessa chance de me provar contra você. Mas o tempo me ensinou várias lições valiosas. Não há nenhuma razão para eu arriscar minha vida entrando ai com você. Isso não conquistaria nem provaria nada que valesse a pena,” diz Batman enquanto se afasta da sala. Em seguida, ao fechar a porta e prender suas dobradiças com pedaços de madeiras, lemos o pensamento do herói: “Às vezes você tem que ignorar as regras. As vezes as circunstâncias são tamanha que as regras pervertem a justiça. Eu não estou nesse ramo para proteger as regras. Eu sirvo justiça.”

Então vemos KGBesta batendo desesperadamente na porta, enquanto Batman segue seu caminho.

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Drácula

O que acontece quando Bruce Wayne cruzou o caminho com Drácula? Batman & Dracula: Red Rain, publicada em 1992, uma história bem violenta envolvendo caçadores de vampiros e um combate épico de Batman contra grande ícone gótico.

Na trama, Gotham está infestada de vampiros que, como esperado, estão deixando uma trilha de vítimas. No meio da investigação sobre o que está acontecendo, Batman acaba sendo contaminado, o que lhe dá superforça e, inclusive, um belo par de asas. Usando seus novos dons para entrar na luta contra esses vilões, o herói acaba fazendo amizade com caçadores de vampiros.

No meio do processo, ele enfrenta diretamente Drácula, levando a melhor no confronto por utilizar uma boa estratégia e uma boa dose de força bruta. Entretanto, logo após assistir o vilão ser queimado vivo após ser empalado por uma estaca, Batman cai no chão sem vida.

Nas páginas seguintes, o personagem retorna, assumindo seu legado como vampiro-herói: ”Eu morri, Alfred. Mas não se preocupe. Bruce Wayne pode ter morrido, mas o Batman continuará… Para sempre.”

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Gigantes

Em Batman Vol. 1 #1 (publicado em 1940), vemos Batman tirar mais uma vida. Depois de uma ação nefasta do Doutor Hugo Strange, que utilizou um soro de crescimento nos pacientes que ele estava tratando. Com isso, suas pobres vítimas foram transformadas em gigantes que, entraram em um frenesi violento.

Na HQ, para evitar que um destes gigantes acabasse chegando em Gotham, Batman utiliza seu Bat-Avião e simplesmente enforca o gigante ao prender um corda em seu pescoço e seguir voo.

“Por mais que eu odeie tirar uma vida humana, eu temo que dessa vez é necessário,” diz Bruce antes de matar a vítima de Hugo Strange. “Ele provavelmente está melhor assim,” complementa.

Achou que parou por aí? Não! Outro gigante conseguiu chegar na cidade e, subindo no topo de um prédio -- no maior estilo King Kong -- ele é baleado pelo Bat-avião. Vendo que isso não surte efeito, Batman atira um gás que nocauteia seu adversário, que despenca para sua morte enquanto Bruce assiste impassível.

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Jose Garzonas

Ok, tecnicamente não foi o Batman que matou Jose Garzonas, mas sua estratégia acabou resultando na morte do criminoso -- e de vários dos seus capangas. Isso aconteceu em Batman #425, publicada em 1988.

Na HQ, conhecemos o traficante Jose Garzonas, que está em busca de vingança. O vilão acreditava que Batman e Robin tinham matado seu filho e por isso sequestrou o Comissário Gordon para tentar atrair a Dupla Dinâmica para um ferro-velho, em uma armadilha mortal. A verdade é que a acusação dele realmente tinha acontecido. Durante uma luta contra Robin, o vilão caiu de um prédio, algo que o Garoto Maravilha disse ter sido um acidente -- mas que Bruce parece não acreditar muito.

Tentando salvar Gordon, Batman tenta nocautear o maior número de capangas sem causar nenhuma fatalidade. Contudo, dois deles acabam se matando em uma troca de tiros que tinha o herói como alvo. Então, após conseguir resgatar seu amigo, finalmente vemos um confronto entre Batman e Jose.

Enlouquecido em sua missão de matar o morcego, Garzonas começa a atirar contra o seu inimigo, causando um desmoronamento dos carros que estavam empilhados. A HQ termina com Batman encarando Robin de forma severa, explicando quem era Jose e dizendo que todas ações possuem consequências.

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Alfred Stryker

Mais brutal do que o item anterior, é a morte de Alfred Stryker, que ocorre na edição 27 em Detective Comics, publicada em 1939. Na história, que marca o primeiro caso do Batman, conhecemos Stryker, um empresário insano que está tentando tomar o controle de uma companhia de produtos químicos, matando qualquer um que estivesse em seu caminho, inclusive aliados.

Ao encontrar o Batman, os dois brigam e o Morcego de Gotham acaba socando o criminoso em um tanque de ácido. O herói assiste a queda sem tentar salvar Alfred, dizendo inclusive que este era um final adequado para o tipo dele.

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Doutor Morte

Doutor Morte foi o primeiro super-vilão que cruzou o caminho do Batman. Mas antes de se tornar uma figura recorrente na mitologia do Morcego, ele teve uma morte trágica nos quadrinhos que ocorre em Detective Comics #29, publicada em 1939, mesma edição de sua estreia.

Na HQ, Doutor Morte desenvolveu uma toxina e planejava chantagear os milionários de Gotham com isso. Batman chega para enfrentar o vilão e o persegue até seu laboratório, Morte planejava atirar um componente químico contra o herói, mas Batman arremessa um extintor de incêndio no antagonista, derrubando o líquido inflamável no chão e imediatamente iniciando um incêndio.

Ao invés de salvá-lo, Batman simplesmente deixa o vilão gargalhando entre as chamas, dizendo: ”Você é o pobre tolo!”. Enquanto Bruce assiste o prédio pegar fogo, o narrador complemente ”Morte... Para o Doutor Morte!"

É claro que, se tratando dos quadrinhos, Doutor Morte não morreu de fato, retornando logo no mês seguinte, totalmente desfigurado por conta do acidente. Mas não dá pra negar que foi o Batman que deixou ele para trás em meio ao fogo.

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Lorde Homem-Morte

É possível matar alguém imortal? Não, mas isso não impediu o Batman garantir que um inimigo tivesse um destino pior que a própria morte.

Em Batman Incorporated vol. 1 #1-2, publicada em 2011, Bruce e a Mulher-Gato estão recrutando e treinando agentes pelo mundo todo para montar uma liga de combatentes do crime. Assim, eles seguem até o Japão e acabam de cara com o Lorde Homem-Morte, uma figura muito peculiar da DC Comics.

Surgindo nos quadrinhos em 1966, Lorde Homem-Morte era capaz de se colocar em um estado meditativo que o fazia parecer morto, até que, posteriormente, conquistou a imortalidade -- mas que ainda era capaz de sentir dor.

Voltando a HQ, Homem-Morte estava matando os heróis recrutados pela dupla e, por isso, acabou sendo combatido por Batman. No meio do confronto, o vilão é atingido por dardos, seu traje fica em chamas e em seguida, Batman o atira do prédio dizendo: "Assassino! Eu sei que você não vai permanecer morto. Então apenas para você... Um destino pior que a morte."

Achou pouco? Após a grande queda, o vilão é atropelado pela Mulher-Gato, que, em seguida, o prende em um cofre que é enviado para o espaço.

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Darkseid

Aqui é o caso de uma tecnicalidade, uma vez que foi um trabalho em conjunto que derrubou o líder de Apokolips. Contudo, se não fosse pelo Batman, simplesmente não seria possível que os heróis saíssem vitoriosos e matassem o vilão.

Em Crise Final de 2008, temos o grande embate entre os heróis da DC Comics contra as forças terríveis de Darkseid. As lutas são intensas e tudo parece perdido quando vários heróis caem sob o controle do vilão. No fim, quando tudo parece sem esperança, Batman surge com um momento épico.

Saindo das sombras, ele aponta uma arma para o vilão, nela havia a bala que Darkseid havia utilizado para matar Órion, que foi preservada e estudada pelo herói. Bruce diz: "Eu fiz um voto solene sobre armas de fogo. Mas para você, eu estou fazendo uma exceção única na vida. Uma arma e uma bala, Darkseid. Isso foi sua ideia. Radion. Tóxico para sua espécie. [...] EU ME FIZ CLARO?"

Darkseid não parece impressionado e responde: "Homenzinho, você consegue ser mais rápido que a Sanção Ômega? A Morte que é vida!"

Batman de fato acerta o vilão, que não morre imediatamente, mas fica bastante debilitado. Então, tecnicamente, não é ele que mata Darkseid, mas sem ele não seria possível que, pouco tempo depois, o reino de terror do líder de Apokolips fosse destruído.

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Capangas

Diferente de um caso ou outro em que houve uma tecnicalidade, aqui não tem desculpa. Em All Star Batman & Robin, The Boy Wonder #7, publicada em 2007, conhecemos o Batman da Terra-31 que é simplesmente brutal.

Na história, Bruce é visto como um vigilante extremamente violento e abusivo, sendo conhecido por sua grosseria -- e comportamento abusivo -- até mesmo com os seus ajudantes. Ele é tão diferente do que conhecemos na cronologia oficial que, nesta história, ele simplesmente queima pessoas vivas.

Sim! Durante uma luta contra alguns pessoas que estava contrabandeando água sanitária, Batman atira um coquetel molotov no grupo que começam a pegar fogo. Enquanto enfrenta os bandidos podemos ler o que ele está pensando:

"Uma vez que você assusta eles pra caramba... eles fogem como baratas. A cidade de Gotham é cheia de baratas. Elas fogem. Isso é, a não ser que você pise nelas. E pise com força. Eu piso com força. [...] Eles estão atirando com medo. Eles estão atirando de forma estúpida. Matando uns aos outros. A vida é boa."

Bruce não demonstra nenhuma piedade com as pessoas que gritam em agonia. Pelo contrário, ele começa a surrar aqueles que tentam escapar do inferno, nocauteando vários deles com sua crueldade.

Para piorar as coisas, o “herói” encontra Canário Negro, que observava toda a ação fascinada, e os dois começam a transar ao lado dos corpos carbonizados. Simplesmente bizarro!

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KGBesta (sim, de novo)

A primeira morte do KGBesta pelas mãos do Batman sofreu um retcon -- ou seja, foi alterada em publicações futuras -- o que permitiu que o personagem acabasse em uma situação quase idêntica em outro embate contra o Morcego, dessa vez em Batman #57, publicada em 2018.

Na história, KGBesta foi contratado por Bane para assassinar o Asa Noturna. É então que vemos um Bruce Wayne determinado a impedir o vilão de conseguir esse objetivo, rastreando seu inimigo até uma cabana isolada da civilização.

É então que temos uma luta insana entre os dois, com Batman sendo baleado e ferido diversas vezes. Quando parece que KGBesta vai levar a melhor na luta, estando pronto pra dar o golpe final em seu inimigo, o Morcego de Gotham puxa seu bat-gancho e o dispara. A arma atinge o queixo do vilão, que cai no chão incapaz de se mover.

“Meu pescoço está quebrado,” diz KGBesta, recebendo uma resposta afirmativa de Batman. Ele então inicia seu apelo: “Se você me conseguir ajuda, eu te direi quem me contratou.” É então que, mais uma vez, Batman simplesmente deixa o vilão para ter uma morte extremamente lenta -- uma vez que ele não consegue se mover, está cercado por gelo e longe de qualquer pessoa.

Enquanto se afasta, Bruce diz:

“Eu tenho uma bala no meu braço e dores por todo o corpo. [...] Não há nada além de neve e gelo. Eu sou o maior detetive do mundo. Eu vou descobrir quem te contratou. E vou quebrá-lo também. Você pode encontrar sua própria droga de ajuda.”

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Coringa

Sim, o Batman já matou o Coringa. E não estamos falando da possibilidade que surge no final de A Piada Mortal, mas sim de algo definitivo que acontece Liga da Justiça: O Prego, publicada em 1998, que apresentou como seria o mundo se um prego tivesse furado o pneu do carro dos Kents, impedindo que eles encontrassem a nave com o jovem bebê Superman.

Se você conhece a história do Capuz Vermelho, sabe que um dos principais motivos da briga entre os dois é o fato de que Batman protege o Coringa, impedindo que seu ex-Robin consiga a vingança contra o homem que o matou. Contudo, no mundo de Liga da Justiça: O Prego, Bruce avançou contra o Príncipe Palhaço do Crime e colocou um fim em seu reino de horror.

Tudo aconteceu após o vilão matar Batgirl e Robin, que estavam tentando salvar Bruce das garras do Coringa. Contudo, os ajudantes são facilmente derrotados pelo palhaço que inicia sua tortura até matar os jovens na frente de Bruce, que chora e implora para que o vilão pare.

Enlouquecido por tamanha crueldade, Batman avança contra Coringa quando a Mulher-Gato o ajuda a escapar. Uma rápida luta se inicia e então o Homem-Morcego mata seu maior inimigo, tudo isso sendo televisionado e servindo como combustível para as questões políticas anti-metahumanos da trama.