10 coisas boas dos anos 90 que não eram tão legais assim

Capa da Publicação

10 coisas boas dos anos 90 que não eram tão legais assim

Por Raphael Martins

Na semana passada, fizemos uma lista sobre algumas coisas da cultura pop que todo mundo amava nos anos 90, e de fato, aquela agora longínqua década foi muito boa para quem a viveu, rendendo programas, objetos e memórias que só quem estava lá sabe.

Mas existem outras coisas que, embora realmente sejam bem legais, não eram lá tudo isso e hoje estamos bem melhores sem elas. Muita gente pode discordar a princípio, mas é só tirar os óculos da nostalgia para ver que não eram tão legais assim.

E que venham os xingamentos nos comentários…

Imagem de capa do item

Memory card

Na época do Super Nintendo, Mega Drive e até Master System, salvar seu progresso era de graça, era só escolher um slot livre ou anotar um password. E aí chegaram o PlayStation, o Saturn e o GameCube e de repente você tinha que pagar por algo que antes não precisava!

Memory Cards podiam ser bonitos, legais e até baratos, no caso dos paralelos, mas você ainda precisava pagar para algo que era básico em qualquer jogo. Sem falar que o espaço era bem pequeno, então caso lotasse de saves, era apagar algum ou comprar um outro Memory Card.

Quem aí nunca emprestou um Memory Card pra um amigo e ele devolveu sem nada dentro? É bem frustrante.

Imagem de capa do item

Locadoras

Hoje em dia é muito fácil abrir um serviço de streaming, escolher entre milhares de opções de séries e filmes, sentar na poltrona e relaxar, tudo isso sem sair de casa. Mas houve uma época em que tudo isso não passava de um sonho distante.

Visitar uma locadora era bem legal. O que não era tão bom assim era escolher um filme que parecia ótimo pela capa, pagar por ele e descobrir que era muito ruim. A sensação de ter jogado dinheiro fora era desoladora.

E ai de você se não rebobinasse a fita ou não devolvesse no dia certo!

Imagem de capa do item

Ligar um vídeo game

Ligar um vídeo game hoje é fácil: conecte o cabo de força na tomada, o HDMI na TV e pronto. Mas na época dos 8 e 16 bits, isso podia ser bem estressante e até mesmo te infligir dor física!

Naquele tempo, a única maneira de ligar seu console na TV era através de um Cabo RF, que era acoplado na entrada da antena, parafusado e ainda tinham dois pequenos conectores de ferro para encaixar atrás da TV, cujas tentativas quase sempre terminavam em choque elétrico. Um bem pequeno, mas choque é choque.

E nem depois de tudo isso era garantido que tudo ia funcionar direitinho, ainda tinha que mexer na antena da TV até ficar do jeitinho que você queria, o que muitas vezes era impossível por culpa da própria antena. Ah, e também dava choque.

Domingo Legal

O programa dominical do apresentador Gugu Liberato, que costumava durar uma tarde inteirinha, podia trazer mulheres seminuas numa banheira, camisetas molhadas e macacos arremessando pratos em pessoas, mas também era um enorme desafio de paciência.

Os números musicais podiam ser bem desinteressantes dependendo dos convidados, as matérias levavam o programa inteiro pra terminar e no final não eram nada demais e muita coisa era claramente inventada pra conseguir audiência de gente menos esclarecida. Na maioria das vezes, assistir o programa era uma enorme perda de tempo.

Imagem de capa do item

Telefones celulares

Para começo de conversa, se você tinha um celular nos anos 90, você era muito rico. Mas nem todo o dinheiro do mundo te compraria um aparelho que não fosse extremamente limitado.

Todos eles eram enormes, alguns sendo até carinhosamente comparados a um tijolo, e não faziam nada demais além de ligações. SMS? Coisa de ficção científica. Jogos? Só o da cobrinha e olhe lá. Quanto ao toque, você tinha uma opção bem sem graça.

Para carregar a bateria, tinha que conectar o celular em uma base nada portátil, esperar uma quatro horas e depois usar de novo. Aliás, comprar uma linha telefônica também era muito caro.

Imagem de capa do item

Ouvir rádio

Streaming de música? MP3? Nada disso. Nos anos 90, as únicas opções para ouvir sua música preferida era comprar o CD/K7/LP ou torcer para todos os deuses para ela tocar na sua estação rádio preferida.

Muitos jovens ficavam esperando por horas a fio na frente do rádio, fita K7 em posição, dedinho em cima do botão REC, para gravar sua tão esperada música e ouvi-la quando quisesse. O problema é que isso poderia demorar muito tempo mesmo.

Até existia a opção de ligar para a estação de rádio e pedir pela música, mas entre conseguir ser atendido, fazer o pedido e o apresentador realmente tocar o que você quisesse ouvir, era um processo bem longo e que às vezes não dava em nada.

Internet discada

Ah, a internet discada... muita gente sente falta dessa época, inclusive este que vos escreve, pelos sites de antigamente, os primeiros fóruns de bate-papo e os joguinhos de browser. Mas se pararmos só um pouquinho para lembrar melhor, o simples ato de se conectar era bem trabalhoso e por vezes até inacreditavelmente frustrante.

Para começar, o melhor horário para se conectar era após a meia-noite, quando se pagava apenas um pulso telefônico. Sim, além do provedor de internet, você também tinha que pagar um valor extra que vinha na sua conta telefônica, que poderia ser bem alto dependendo de que horas – e de quanto tempo – você ficava na rede.

Até tinha como acessar a internet gratuitamente através de meios alternativos, mas sempre dava ocupado e as quedas eram ridiculamente frequentes. E você ainda tinha que torcer para sua mãe ou seu pai não ligarem para a sua casa enquanto você estava acessando, porque ia dar ocupado.

Informerciais

Quem assistia os animes da TV Manchete nos anos 90 lembra bem disso: durante os intervalos, que costumavam ser bem longos, entravam comerciais de lojas vendendo os produtos mais impossíveis, que incluíam meia-calças à prova de corte, aparelhos auditivos que prometiam te deixar com o ouvido do Superman e facas que cortavam até adamantium.

Pode parecer bacana a princípio, mas quando isso passa trezentas mil vezes enquanto você tenta assistir o episódio do dia do seu anime preferido, isso pode ser bem, beeeem chato. E foi pior ainda quando outros canais começaram a copiar isso.

Imagem de capa do item

Assistir uma série na TV

Considere o seguinte: você está empolgadaço para ver a decisão da luta entre o Yusuke e o Toguro em Yu Yu Hakusho, que você acompanhou a semana inteira. Chega a hora de o episódio ir ao ar e... seu pai quer assistir o jornal. E é a única televisão da casa.

Perdeu o capítulo do dia da sua série preferida? Já era! Não existia nenhuma maneira de ver de novo depois, não tinha Youtube, streaming, torrent, nada. Bobeou, dançou. Era pior ainda se você gostasse de novela, porque aí não tinha nem reprise.

E por falar em reprises...

Ver reprises

É claro que é sempre bom ver novamente aquele seu episódio preferido daquela série que você acompanha, o problema é que nos anos 90 você não podia escolher quando isso iria acontecer. As reprises geralmente só aconteciam após um certo número de episódios irem ao ar, então você tinha que esperar meses até ver o episódio que você gostou ou que você perdeu.

Outro aspecto ruim das reprises noventistas é que elas costumavam acontecer sempre nos momentos mais emocionantes das séries. Seiya chegou na casa de Leão e vai encarar o Aioria? Não vai não, porque Cavaleiros voltou pro episódio 1. Será que Kamen Rider Black vencerá Shadow Moon? Você nunca vai saber, porque sempre que a história chegava nesse ponto, voltava para o começo.

Os fãs de Os Simpsons também sofreram, pois a Globo ficou aproximadamente quatro anos exibindo apenas a primeira temporada.