Seth Rogen, ator e produtor de The Boys, diz que filmes da Marvel são para crianças

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Seth Rogen, ator e produtor de The Boys, diz que filmes da Marvel são para crianças

Por Gus Fiaux

Estamos vivendo, há alguns anos, na era dos super-heróis. É impossível não se deparar com alguma mídia, seja um filme, uma série, um jogo ou diversos produtos licenciados que não sejam relacionados, de alguma forma, com grandes super-heróis dos quadrinhos, e o grande responsável por isso é o Universo Cinematográfico da Marvel, que desde 2008 abriu as portas para cada vez mais produções desse tipo.

Ainda assim, não é todo mundo que acha graça nesse tipo de filme. Recentemente, Seth Rogen – conhecido astro de comédia e produtor da série The Boys – falou um pouco a respeito do MCU e suas opiniões sobre a franquia em uma entrevista ao Total Film. Ele disse que, apesar de respeitar Kevin Feige e os cineastas por trás desses filmes, ele não consegue se divertir porque “são filmes feitos para crianças“:

“Eu acho que Kevin Feige é um cara brilhante, e eu acho que muitos dos cineastas que ele contrata para fazer esses filmes são ótimos. Mas como alguém que não tem filhos… é tudo meio que feito para crianças, sabe? Há vezes em que eu esqueço. Eu vou lá, assisto um desses filmes e, como um adulto sem filhos, eu penso, ‘Ah, isso só não é para mim’.”

Como muitos sabem, Rogen não é o primeiro e nem o último a falar que não gosta dos filmes da Marvel. Conforme a popularidade do estúdio aumenta, muitos envolvidos na indústria cinematográfica alertam para os perigos de todo o domínio da Marvel nas salas de cinema, como Martin Scorsese Quentin Tarantino já fizeram no passado.

Seth Rogen é um dos produtores de The Boys e reconhece que, sem os filmes da Marvel, a série não existiria.

Porém, Rogen mantém a sua ideia de que, sem o Universo Cinematográfico da Marvel, não seria sequer possível ver uma série como The Boys prosperando. Ele ainda faz a comparação entre os filmes de super-heróis e a era do auge dos faroestes no cinema norte-americano:

“De verdade, sem a Marvel, ‘The Boys’ não existiria e nem seria interessante, eu tenho certeza disso. Eu acho que se fosse apenas a Marvel [no mercado], seria ruim. Mas eu acho que não é – claramente. Um exemplo que eu estou sempre citando é que, há um momento na história em que vários cineastas estariam juntos falando: ‘Você acha que nós faremos um filme que não é um faroeste novamente? Tudo é faroeste! Faroestes dominam a p*rra dos filmes. Se não tiver um chapéu, uma arma e uma carruagem, as pessoas não vão ver mais’.”

Porém, para o ator e comediante, existe uma grande problemática em torno da popularidade desses filmes, uma vez que outros tipos de produções fora do eixo dos blockbusters estão perdendo cada vez mais espaço, seja nas salas de cinema ou até mesmo dentro dos estúdios, que têm se recusado a fazer filmes mais baratos e que fujam do padrão de blockbuster Hollywoodiano:

“A situação, infelizmente, é que agora temos dois campos separados: existe o entretenimento audiovisual mundial e existe cinema. Eles ainda se intercalam de tempos em tempos, mas isso está se tornando cada vez mais raro. E eu temo que o domínio financeiro de um esteja sendo usado para marginalizar e até mesmo diminuir a existência do outro.”

Ao longo de quinze anos, vimos o cinema de super-heróis prosperar e crescer de uma maneira jamais antes vista. No entanto, muitos acreditam que a derrocada desse tipo de filme se aproxima, graças à saturação dos lançamentos – o que fica cada dia mais evidente com produções na TV e no streaming que agora se intercalam às grandes franquias do cinema.

E se 2022 pode ser um indicativo, basta pensar que nenhum dos filmes de super-heróis do ano passado atingiu uma bilheteria superior a US$ 1 bilhão. Vindo de um tipo de filme que sempre dominava o topo das bilheterias nos anos anteriores à pandemia, esse pode ser um sinal de que o público está um tanto quanto cansado das narrativas envolvendo superpoderes e supervilões.

O próximo filme da Marvel é Homem-Formiga e a Vespa: Quantumania, que estreia em 16 de fevereiro.

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