Por que um dos maiores clássicos do cinema de horror foi o primeiro filme americano a apresentar um banheiro

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Por que um dos maiores clássicos do cinema de horror foi o primeiro filme americano a apresentar um banheiro

Por Junno Sena

Alfred Hitchcock foi um dos diretores mais proeminentes da história do cinema. Muito disso se deu ao fato do mesmo não se limitar as regras da indústria e chocar o público sempre que encontrasse uma oportunidade. Isso o levou a caminhos curiosos, inclusive sendo o diretor responsável por produzir o primeiro filme americano a mostrar um vaso dando descarga. O filme que recebeu a cena foi Psicose, produção de 1960 que apavorou público e crítica com uma cena de assassinato que, para a época, foi visceral.

Porém, a produção do filme apenas foi possível com algumas limitações. Desde ser feito em preto e branco até não escancarar cenas violentas diante das câmeras, diversas das escolhas criativas de Hitchcock foram feitas para poder encaixar o longa no Código Hays.

O que foi o Código Hays?

Lançado em 1930, o Código Hays (Motion Picture Production Code ou Código de Produção de Cinema) foi um conjunto de normas aplicadas aos filmes lançados nos Estados Unidos.

Seu nome deriva do advogado e político Will H. Hays. Através desse código, o autor, junto da Associação de Produtores e Distribuidores de Filmes da América, limitava a exibição de nudez, adultério, sexo e outros pormenores que, na visão de Hays, eram “degradantes” e podiam “corromper o público”.

Psicose foi o primeiro filme a mostrar a imagem e o som de uma descarga

Frustrado pela censura, ao fazer Psicose, Hitchcock fez de tudo para contornar as regras de Hays e, ainda assim, apresentar um filme assustador. Junto, Hitchcock ainda fez a primeira cena do cinema a mostrar uma descarga sendo acionada.

Nela, Marion, protagonista da primeira metade do filme, rasga uma importante prova de seu roubo e joga na privada. O diretor, então, não apenas utiliza do som do vaso dando descarga como também o mostra em tela.

Isso foi um marco, tanto para a indústria cinematográfica quanto para a do entretenimento. No mundo da TV, por exemplo, apenas seria ouvido o som de uma descarga em 1971, na série Tudo em Família.

A verdade é que a ideia de mostrar um vaso dando descarga em um filme não era proibida. Pelo contrário, Hays nem ao menos havia mencionado algo parecido em seu código. Porém, a peculiaridade da cena fez com que público e mídia se chocassem com o ocorrido. O que não imaginavam é que ainda havia muito mais para se chocar em Psicose.

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