Por que o autor de O Senhor dos Anéis não gostava de um aspecto específico de As Crônicas de Nárnia?

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Por que o autor de O Senhor dos Anéis não gostava de um aspecto específico de As Crônicas de Nárnia?

Por Jaqueline Sousa

Grandes ícones do gênero de fantasia, os escritores J.R.R. Tolkien, o nome por trás de O Senhor dos Anéis, e C.S. Lewis, o autor de As Crônicas de Nárnia, eram bons amigos na vida real. Eles até tinham o costume de ler os trabalhos um do outro, mas isso não significa que os comentários eram apenas elogiosos. Havia um aspecto na obra de Lewis, por exemplo, que Tolkien não gostava muito.

O elemento em questão era a presença do Papai Noel (Father Christmas, no original) — sim, ele mesmo — na história mais famosa de sua obra, O Leão, a Feiticeira e o Guarda-Roupa. Além de existirem registros de que Tolkien se incomodava com as diversas inspirações usadas por Lewis em seus escritos, a inclusão do bom velhinho em Nárnia era algo que não fazia muito sentido para Tolkien, justamente por causa das origens pagãs da figura (em meio a um caldeirão de outras influências) e porque a construção do universo da história não deixava isso pré-estabelecido.

Tolkien não gostava da presença do Papai Noel em As Crônicas de Nárnia.

De acordo com George Sayer, um dos amigos de Lewis, a péssima reação de Tolkien ao Papai Noel em Nárnia foi bastante decepcionante para Lewis, que até ficou desencorajado a continuar seu projeto após ouvir as críticas do amigo. “[Lewis] ficou magoado, surpreso e desanimado quando Tolkien disse que achava o livro quase inútil, que parecia uma confusão de mitologias não relacionadas”, afirmou (via CBR).

O problema, na visão de Tolkien, não era a presença do Papai Noel na história, mas sim a ideia de que Lewis misturaria uma grande diversidade de mitologias em uma única obra. Para o criador da Terra-Média, isso seria um “erro”.

Os escritores J.R.R. Tolkien e C.S. Lewis eram grandes amigos.

Para quem já se aventurou pela história da amizade entre Tolkien e Lewis, não é novidade que, apesar de terem tido respeito um pelo o outro, principalmente em relação aos seus escritos, a dupla não usava o coleguismo como desculpa para ignorar críticas. Uma das principais ressalvas de Tolkien era de que Lewis era um autor muito “influenciável”, ao que Lewis respondia criticando o inalcançável desejo por perfeição do escritor de O Senhor dos Anéis.

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