Oppenheimer: Spike Lee gostaria que filme mostrasse o ponto de vista dos japoneses

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Oppenheimer: Spike Lee gostaria que filme mostrasse o ponto de vista dos japoneses

Por Jaqueline Sousa

Oppenheimer foi um sucesso de crítica e de público, mas o diretor Spike Lee, conhecido por filmes como Faça a Coisa Certa (1989) e Infiltrado na Klan (2018), tem uma ressalva em relação ao longa-metragem de Christopher Nolan. Em entrevista ao Washington Post, o cineasta opinou sobre a produção, afirmando que gostaria de ter visto o lado dos japoneses na cinebiografia do pai da bomba atômica.

Após elogiar o trabalho de Nolan em Oppenheimer, dizendo que o filme é “ótimo”, Lee revelou que adoraria ter adicionado mais alguns minutos no longa para mostrar o ponto de vista dos japoneses em relação aos bombardeios atômicos que ocorreram em Hiroshima e Nagasaki, no Japão, em 1945.

“[Christopher Nolan] é um cineasta grandioso, e isso não é uma crítica. É um comentário”, Spike Lee disse ao Washington Post. “Se [Oppenheimer] tem três horas, eu gostaria de adicionar mais alguns minutos sobre o que aconteceu com os japoneses. As pessoas foram vaporizadas. Muitos anos depois, pessoas ainda estavam radioativas. Não é como se ele não tivesse o poder de fazer isso. Ele fala para os estúdios o que tem que ser feito. Adoraria que o final do filme mostrasse o que aconteceu após o lançamento daquelas duas bombas nucleares no Japão.”

Oppenheimer recria os testes que resultaram na primeira bomba atômica do mundo.

Em Oppenheimer, Cillian Murphy interpreta J. Robert Oppenheimer, físico estadunidense creditado pela criação da primeira bomba atômica do mundo. Ambientado no período da Segunda Guerra Mundial, o filme reconstrói os momentos mais marcantes da vida de Oppenheimer, como o Projeto Manhattan, o programa de pesquisas que proporcionou os primeiros testes de armamentos nucleares, e o estado psicológico do físico após a repercussão dos trágicos acontecimentos em Hiroshima e Nagasaki.

Por partir do ponto de vista do cientista, o filme de Nolan não recria os ataques no Japão, tampouco o que aconteceu com o povo japonês depois do ocorrido. A ausência dessa representação fez com que algumas pessoas criticassem o longa por, de certa maneira, “omitir” o lado dos japoneses da história.

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