Netflix avança investidas em inteligência artificial diante de greve de roteiristas e atores

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Netflix avança investidas em inteligência artificial diante de greve de roteiristas e atores

Por Junno Sena

Enquanto roteiristas e atores lutam por condições de trabalho justas, a Netflix decidiu investir ainda mais no setor de inteligência artificial. Em uma matéria publicada pelo The Intercept, a empresa abriu uma vaga de “gerenciamento de IA” com um salário de 900 mil dólares por ano.

De acordo com o veículo, a função tem foco em “aumentar a potência de nossa Plataforma de Aprendizado de Máquina”. Atualmente, a “inteligência artificial” da Netflix opera apenas em gerar recomendações com base nas preferências do usuário, porém o streaming está em busca de “otimizar” a ferramenta.

A matéria não especificou como a plataforma será utilizada, seja substituindo mão de obra criativa da indústria ou apenas facilitando e melhorando os sistemas de recomendação do streaming, porém a vaga não soou bem para os grevistas de Hollywood.

Diversos grandes nomes da indústria aderiram a greve dos roteiristas e atores

“Então, 900 mil dólares por ano para um soldado em seu exército de IAs, quando essa quantia poderia qualificar trinta e cinco atores e suas famílias para o seguro-saúde do SAG-AFTRA é simplesmente macabro”, disse o ator Rob Delaney, que já protagonizou um episódio de Black Mirror, para o Intercept. “Já tendo sido pobre e rico nesse ramo, posso lhe garantir que há dinheiro suficiente para todos; trata-se apenas de prioridades.”

Mesmo sendo um cargo nova para a empresa, o assunto está longe de ser uma novidade para o público. Na última temporada lançada de Black Mirror, o episódio A Joan é péssima brincou com a ideia do streaming utilizar IAs para criar conteúdo no nome de outras pessoas.

Indo da ficção para a realidade, entre algumas das demandas da greve dos roteiristas e atores está a “regulamentação do uso de IA”. O debate ao redor da ferramenta alarmou público, escritores, artistas e cineastas nos últimos meses com notícias de que ferramentas de inteligência artificial estavam sendo treinadas ilegalmente com trabalhos sem permissão ou compensação e que estúdios queriam escanear figurantes, pagá-los apenas por um trabalho de figuração e utilizar suas imagens eternamente.

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