James Mangold faz paralelo entre novo Indiana Jones e Logan

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James Mangold faz paralelo entre novo Indiana Jones e Logan

Por Gabriel Mattos

Indiana Jones e a Relíquia do Destino estreia nos cinemas brasileiros no dia 29 de junho apresentando o capítulo final da história do clássico personagem de Harrison Ford, que dá nome ao filme. Liderando este projeto está James Mangold, diretor responsável por Logan, que comparou as duas histórias em uma coletiva de imprensa.

O que os projetos de James Mangold têm em comum?

Maturidade de Logan foi uma reposta a saturação dos filmes de heróis

Mangold também está escalado para dirigir o próximo filme de Star Wars com Daisy Ridley, que explora o início da Nova Ordem Jedi. E a escolha desses projetos tem algo em comum: começam ou terminam o ciclo em uma franquia.

De acordo com o diretor, ele não tem interesse em trabalhar com uma das diversas sequências no meio de uma longa saga, que acabam se misturando na memória do público. Sempre que aceita trabalhar nesses projetos, prefere encarar o desafio de entender a jornada dos personagens para descobrir qual história precisa ser contada para trazer um sentimento de conclusão para os fãs. Para o Logan, isto envolvia o doce abraço da morte.

“Em Logan, eu sabia que estávamos fazendo o último, mas era um personagem que passou quase toda a sua vida sendo torturado, um tipo de Frankenstein vivendo em um mundo em que suas escolhas eram ser uma arma ou se esconder de todo mundo. E então, a morte parecia, de um modo, uma forma de salvação para ele. E da maneira que nós tentamos escrever e encenar, foram os últimos 30 segundos de sua vida que foram provavelmente os melhores 30 segundos de sua vida,” explica.

Como Indiana Jones se assemelha a Logan?

Novo filme explora sentimentos amargos de Indiana Jones em relação ao fim da carreira (C. Disney)

Para encontrar qual história combinaria melhor com tudo que Indiana Jones passou desde Os Caçadores da Arca Perdida, Mangold acabou partindo de um caminho parecido com Logan. Esta também é uma história sobre um despertar depois de muito tempo fora da ação, apático para a maneira como o mundo andou sem hesitar em lhe deixar para trás. Porém o diretor sabia que precisava chegar em um lugar bem diferente.

“[Esse niliismo] não faz parte desse filme. O Indiana Jones é um dos aspectos mais bonitos dos filmes de Indiana Jones e eu acho que encabeçado pela performance de Harrison [Ford] por todos esses anos. Seu humor, seu charme, seu estilo de aventura atrapalhada, um amor pela era de ouro dos filmes…,” explica o diretor, “Essas foram as inspirações dos cineastas que começaram a construir esses filmes e que, portanto, eu ainda tinha uma estrela que estava nos seus 70 anos, então estava claro que eu não poderia negar a realidade, como Harrison dizia, Indy está velho.”

Assim, a trama se propõe a discutir quem é Indiana Jones quando toda vitalidade que guiou suas aventuras na juventude já não existe mais, meio que uma situação parecida com Wolverine no filme Logan. Quando a regeneração do herói começou a dar sinais de fadiga, ele também precisou se adaptar. No caso de Indy, isso significa encarar uma vida pacata de aposentado e descobrir o que mais importa para ele.

“O que é ser alguém que viveu uma vida tão dinâmica, que viu tanta coisa, conquistou e venceu e sobreviveu a adversidades e as chances, mas então a vida decaiu meio que na normalidade e o mundo seguiu adiante, e aquelas aventuras não estão se apresentando mais ou você não está nem necessariamente pronto para elas. Essas perguntas podem parecer meio sombrias mas elas também são o primeiro capítulo em uma história sobre um cara que vai em uma última aventura.”

Indiana Jones e a Relíquia do Destino chega aos cinemas dia 29 de junho.

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