[lodestar] Análise de One Piece, capítulo 1056: Cross Guild

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[lodestar] Análise de One Piece, capítulo 1056: Cross Guild

Por Márcio Jangarélli

Chegou a hora de deixar Wano! Estamos tão acostumados com o país dos samurais de One Piece que é até estranho imaginar os Chapéus de Palha em outra ilha, mas o momento chegou. No capítulo 1056, os piratas se preparam para encarar um mundo completamente diferente.

A lodestar dessa semana já está dando tchau para cada um dos personagens incríveis que conhecemos nessa ilha, enquanto venera o maior pirata da Grand Line. Luffy? Shanks? Não. Estou falando dele, o homem, a lenda, o deus, o palhaço, Buggy.

Vamos lá?

Capítulo anterior: Nova Era (c.1055)

(Créditos: Toei Animation/One Piece)

Você tem medo da Nova Era? No capítulo 1055, “Nova Era”, vemos a determinação do Momo em proteger Wano e seus aliados, além da resolução de Shanks para garantir que o mundo continue sua transformação.

No 1055, Momo dá seu máximo para mostrar que os Chapéu de Palha podem confiar no novo xogum para proteger Wano. Tanto que ele conjura sua versão do Boro Breath na luta contra o Almirante. Não é o bastante, porém, mas uma intervenção vinda dos mares de Wano salva o dia. Shanks usa seu ABSURDO Haki do Conquistador para espantar o Marinheiro, que foge com o rabo entre as pernas.

Já na ala intelectual de One Piece, Robin e Law seguem Sukiyaki para as profundezas secretas de Wano. Descobrimos, então, o país original, submerso, e é revelado que as “paredes” ao redor da ilha são artificiais. Ali, encontramos o Lode Poneglyph e o ex-xogum afirma que Pluton, a arma ancestral, está escondida ainda mais no subterrâneo da ilha.

A missão de “abrir Wano” é literal, contando com a destruição dessas barreiras para liberar o antigo xogunato e despertar Pluton.

Capítulo 1056: Cross Guild

(Créditos: Toei Animation/One Piece)

Desde que os novos Yonko foram apresentados, um mistério específico estava morando na minha cabeça: o que o Buggy fez para se tornar um Imperador? A resposta veio mais rápido do que eu imaginava, ainda que seja parcial, e é melhor do que eu poderia sequer sonhar.

E chegou a hora de deixar o Wano de vez. Dada a importância do país dos samurais na história e o que está adormecido em suas profundezas, essa não é a última vez que veremos o xogunato do Momo. Mas já está mais do que na hora de voltarmos para o mar e encararmos o que aconteceu com o mundo nesse meio tempo.

Preparem o navio, confiram o loguepose! A Grand Line está esperando!

Parte 1: Despedidas e sucessões

(C: Shueisha; Tradução: OPEX)

O capítulo 1056 é muito mais tranquilo e divertido que os anteriores, lotados de ação. Acompanhamos os samurais lidando com as consequências da batalha contra o Almirante, mas ninguém foi machucado tão severamente. Isso se você não contar que Raizo e Shinobu foram praticamente mumificados, mas até isso tem um “lado positivo” depois.

A maior surpresa dessa seção do capítulo é em relação aos Minks e a Carrot. Nekomamushi e Inuarashi decidem ficar em Wano, seguindo com seu papel como Bainhas Vermelhas e protetores do xogum. Para suceder seu governo em Zou, os dois, então, escolhem Carrot para o papel, que ficou tão chocada quanto o público com o anúncio.

Eu sei que muita gente ainda queria ver a Carrot como Chapéu de Palha, mas a narrativa de Wano minou essa possibilidade há algum tempo. Ela teve muito pouco espaço nessa história e foi ficando cada vez mais em segundo plano, enquanto personagens com Tama, Momo e Yamato subiram para o pódio de possível nakama.

No entanto, a decisão faz sentido, visto que Carrot é a herdeira da vontade do Pedro, que provavelmente era a escolha anterior para o papel. Ela também não governará sozinha, com o auxílio da Wanda e do Shishilian na proteção do país dos Minks. Carrot aprendeu muito em sua viagem com os piratas e em Wano e é mais uma líder de nação com vínculo poderoso com os Chapéus de Palha.

Além disso, Kinemon reaparece e descobrimos que ele estava em Kuri, com sua esposa, no momento do ataque do Almirante. Okobore foi totalmente destruída, mas Tsuru sobreviveu, recebendo apenas uma queimadura no rosto. É um final feliz, depois de tanto caos.

Vemos, então, que Sukiyaki voltou atrás em sua decisão, revelando sua identidade para os netos e os Bainhas Vermelhas – que já suspeitavam do ferreiro (com exceção do Kinemon). O ex-xogum é uma peça importante de educação para Momo e Hiyori, além de ter o potencial de ser muito maior na história geral, quando, junto da Robin, é uma das únicas pessoas no mundo capazes de ler Poneglyphs.

Parte 2: Preparações para zarpar

(C: Shueisha; Tradução: OPEX)

Com os Chapéu de Palha, a vida está tranquila por ora. Robin revela para seus nakama sobre o que descobriu nas profundezas de Wano e vemos toda a tripulação reagindo. Destaque para o Franky, que fica surpreso com a informação sobre Pluton, e para o Luffy, que dispensa a arma ancestral, sem interesse algum no “navio” destruidor de ilhas.

A pergunta fica no ar, no entanto: por que Oden queria abrir Wano e liberar Pluton?

Se por um lado o ataque do Almirante deu um susto nos samurais, por outro, bom… Shinobu aparece e revela que ter seus nutrientes absorvidos fez seu corpo mudar para uma forma parecida com a que vemos no flashback do Oden. Será que o Raizo evoluiu para o visual de um ninja edgy também?

Aqui, outra possibilidade de novo nakama é cortada: Tama aparece junto de Shinobu e afirma que será sua aprendiz na arte ninja. Ela até pergunta se pode se juntar aos Chapéu de Palha quando se tornar mais forte, mas, por ora, ela permanece em Wano. Não dá para negar que é bom para a garota viver em uma nação em paz, para variar.

O papo entre os Chapéu de Palha está bom, mas… enquanto eles estão conversando, uma figura está ouvindo tudo das sombras. Caribou, FAVORITO de muita gente, reaparece para ouvir sobre Pluton, conhecendo agora a localização de duas armas ancestrais. Eu não consigo imaginar qual o papel dele na história depois de tanto tempo, mas o pirata gosmento parece conhecer alguém (Barba Negra) que pode se interessar (Barba Negra) por essas informações (Barba Negra).

Porém, vale lembrar que Oda-sensei está brincando com esse ele há MUITO tempo já. Ele sabe a verdade sobre Poseidon e Shirahoshi desde a visita dos Chapéu de Palha à Ilha dos Homens-Peixe, por exemplo. No entanto, desde então, Caribou entrou em uma maré de “má sorte” que o impediu de fazer algo com isso, terminando como prisioneiro em Wano.

Alguns dias depois, Momo e Kinemon descobrem que os Chapéu de Palha estão partindo sem se despedir. Mais ainda: somente os dois não ganharam um “até logo”. É óbvio que essas são as sementes para uma daquelas despedidas épicas que o Oda adora escrever, como no caso da Ilha de Drum, Arabasta, Water 7 ou Dressrosa.

No porto, Luffy, Kid e Law estão discutindo sobre quem zarpa primeiro e as direções para onde cada um vai. As alianças foram dissolvidas e, pelo menos nas fantasias dos outros dois capitães, eles e os Chapéu de Palha são “rivais” novamente. É estranho pensar que, depois de 10 anos, os Piratas do Coração não serão mais parte da história corrente. Ele nem partiu, mas já estou com saudades do meu homem Law.

Por fim, temos algumas rotas definidas. Law, o mais “esperto”, vai seguir o caminho nordeste do loguepose. Kid, que vence o Luffy na tirada de palitinhos, fica com o leste. Os Chapéu de Palha, enfim, partirão – até que algo maluco apareça no horizonte e mude a direção do Sunny – para o sudeste, avançando muito pouco nos mares do Novo Mundo, para uma ilha quase paralela a Wano. O que conta é a aventura, acho?

Com isso dito, é hora de falarmos sobre a melhor parte do capítulo, a resposta para a pergunta:

O que o Buggy fez?

Parte 3: CROSS GUILD

(C: One Piece / @Charlinino / OPEX)

Muitas teorias sobre a ascensão do Buggy acertaram, mas não inteiramente. Com o cargo de Shichibukai extinto e os marinheiros caçando os Lordes do Mar, muita gente imaginou um cenário onde o maior espadachim do mundo, Mihawk, se juntaria ao palhaço. A Cross Guild, no entanto, é um passo muito além.

Buggy, de alguma maneira, criou uma aliança com Mihawk e Sir Crocodile, gerando a Cross Guild, uma organização que, aparentemente, está dominando o Submundo de One Piece, se aproveitando do vácuo de poder que Doflamingo deixou. É importante notar que não é uma tripulação, mas o início de um império do crime – o que justifica o título do palhaço.

Claro, eu, você, os Chapéu de Palha e mais algumas pessoas no mundo de One Piece, sabemos que Buggy não é forte o suficiente nem para o cargo de Shichibukai. Mas esses títulos não são somente sobre força, no fim das contas. É sobre poder, território, influência e, principalmente, carisma. E o que não falta no palhaço bombástico é carisma.

É super engraçado ver Kid e Law levando o Buggy a sério, enquanto Luffy e Zoro conhecem bem as três faces da Cross Guild. Não é difícil imaginar o motivo do Crocodile e do Mihawk não tomarem a liderança da organização. Na verdade, é o que faz mais sentido. Na Baroque Works, Croc manteve sua identidade em segredo até o último momento, dependendo principalmente da Robin para conversar com seus mercenários. Já Mihawk é um pirata solitário e nunca se mostrou interessado em estar nos holofotes, apenas em encontrar oponentes fortes e coisas góticas.

Além do peso dos nomes dos líderes, a Cross Guild veio para fazer o mundo de One Piece tremer. Isso porque a organização está colocando recompensas na cabeça de marinheiros, como é feito com os piratas. Depois de vinte e cinco anos, alguém resolveu nivelar o jogo e esse alguém foi o Buggy… okay, isso tem cara, gosto e cheiro das estratégias do Crocodile (e até do Mihawk), mas alguém tem que levar o crédito formal!

A Cross Guild é um dos movimentos mais legais que o Oda poderia ter feito, especialmente nesse momento da história. Não dava para prever, impacta o mundo de One Piece de uma maneira insana e desestabiliza qualquer teoria que tínhamos para o futuro da série. Tanto que uma página inteira foi dedicada para o pôster da organização, com o futuro Rei dos Piratas e suas asas. Só resta saber quem mais faz parte do grupo e se eles planejam futuros recrutamentos.

Antes do capítulo terminar, temos mais um direcionamento para a próxima aventura dos Chapéu de Palha. Law dá uma cópia do Lode Poneglyph de Wano para Kid, para deixar as coisas justas. Descobrimos que eles já tinham conseguido outra peça, por um comandante da Big Mom. Assim, Killer comenta que talvez seja hora de encontrar o homem da “ferida de queimadura”, indicando algo relacionado aos Poneglyphs e ao One Piece. Law e Robin reagem de uma maneira estranha a essa informação.

Óbvio, isso já fez a internet explodir em teorias. Muita gente acredita que essa figura possa ser Scopper Gaban, membro importante dos Piratas do Roger que ainda não apareceu no tempo presente. Outra ideia é que seria um segundo sobrevivente de Ohara, capaz de ler Poneglyphs. O fato de ser uma “ferida de queimadura” abre a possibilidade para vários nomes, na verdade. Sabo e Kuzan, por exemplo, carregam suas marcas de fogo.

Esse personagem não deve demorar para aparecer. Talvez ele até seja o plot central da próxima ilha! Quem sabe? A próxima aventura é, por enquanto, uma página em branco.

(Créditos: @Greiish e Shueisha/One Piece)

Wano não encerrou seu último ato ainda. Isso deve acontecer nos próximos dois capítulos. Para fechar o 1056, vemos Yamato, no topo do castelo da Cidade das Flores, afirmando que finalmente chegou o momento de “viver como Oden”, heroico e livre. 

Devemos ver agora a resposta sobre ele se juntar ou não aos Chapéu de Palha, talvez em uma situação parecida com a do Oden com o Barba Branca – ainda que, bom, Yamato é um usuário de Akuma no Mi, então não é a melhor das ideias ser arrastado pelo Sunny pelo mar.

Só nos resta aguardar para ver o destino do Yamato. Infelizmente, não teremos mangá na próxima semana por conta de uma pausa na Shonen Jump. Vejo vocês no capítulo 1057!

E aí, o que achou do capítulo 1056? Já está seguindo a palavra do nosso salvador, Buggy, o palhaço estrela? Não esqueça de comentar!

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