Lightyear: Marcos Mion comenta sobre o desafio de criar uma nova voz para o personagem icônico

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Lightyear: Marcos Mion comenta sobre o desafio de criar uma nova voz para o personagem icônico

Por Gabriel Mattos

Lightyear, filme derivado de Toy Story, chegou aos cinemas. A nova animação da Pixar conta a história do astronauta que inspirou o boneco, originalmente dublado por Guilherme Briggs. Por se tratar de um personagem completamente novo, a Disney decidiu escalar um dublador igualmente novo para o papel: Marcos Mion. Em entrevista à Legião dos Heróis, ele contou como foi dar vida ao herói.

A convite da Disney, a Gabi Orsini, que você conhece das redes sociais da Legião, conversou com o elenco nacional de Lightyear para entender melhor como foi o processo de dublagem da nova aposta da Pixar. O filme acompanha uma missão espacial de Buzz Lightyear, trazendo um tom de ficção científica muito diferente da atmosfera aconchegante do quarto do Andy.

O novo Buzz é metido, arrogante, mas estranhamente carismático. A voz de Mion acostuma depois de um tempo.

Além da história ser muito diferente para os fãs, a Disney também tinha outro desafio pela frente — fazer com que o público aceitasse a voz do novo protagonista, que ficou a cargo de Mion. O ator comentou sobre as dificuldades de desvincular a sua imagem, que ficou muito famosa na apresentação de programas de auditório, de seu personagem.

“Eu sou um cara que as pessoas cresceram ouvindo a minha voz, em situações das mais adversas. E um grande desafio foi matar as ‘mionzices‘ e quando não dava para matar, suavizar ao extremo. Porque não é sobre mim, é sobre o Buzz. Não é o Marcos Mion fazendo o Buzz. Não é para as pessoas irem ao cinema assistir o Buzz e ficar pensando no Caldeirão. Não é pra isso acontecer,” desabafou.

Neste processo, Mion conta que foi essencial o trabalho do Thiago Longo, o diretor de dublagem do filme, a quem o ator não poupou elogios. Cada fala precisou passar pelo crivo de qualidade do diretor, que tem anos de experiência no ramo. “Teve algumas situações que a gente tinha falas que tinham encaixado incrivelmente,” revela, “Mas a gente jogava fora se achava que estava muito ‘Mion’. Se estava ‘Mion’ a gente não queria.”

“Então o trabalho todo é para sumir, fazer minhas características sumirem,” explicou, “Eu tive muitas diárias e muitas horas na cabine dublando. E da primeira diária para a última, a minha evolução foi gigantesca no sentido de achar a voz, achar o tom. Então eu mudei o tom da minha voz, a gente mudou conscientemente as terminações da minha fala. Eu tenho um jeito muito característico de falar que as pessoas estão acostumadas. E toda vez que a gente sentia que ficava ‘Mion’, a gente parava e fazia de novo até eu conseguir tirar.”

O gatinho Sox é o fiel companheiro do patrulheiro galático, dando conselhos da missão e também pessoais.

César Marchetti, que deu voz ao gatinho robô Sox, passou por um processo parecido para encontrar o tom certo para seu personagem. Mas no seu caso, o desafio foi encontrar um equilíbrio para que não soasse robótico ou humano demais.

“Foi desafiador porque ele é um robô, né? Só que ele é um companheiro, né? Aquele robô que é um amigo, que vai tanto falar das questões de porcentagem, das questões do espaço, quanto das questões psicológicas do Buzz. Então tem um contraponto aí, além do lado engraçado dele, o lado bem-humorado,” explica, “São horas de trabalho que a gente dispõe, mas confiando completamente na direção, que no caso é o Thiago. Ele sim tem um controle total da obra.”

“Ele é o cara que é super inteligente, sagaz, irônico. Tudo isso a gente foi fala a fala, reação a reação,” complementa Thiago, “E a gente vai construindo junto. É um trabalho total um com o outro assim, com o técnico que tava no estúdio, com o pessoal da Disney, para a gente conseguir chegar nesse produto final.”

Lightyear está em exibição exclusivamente nos cinemas.

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