Crítica: My Hero Academia – Missão Mundial de Heróis oferece uma experiência divertida, mas mediana

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Crítica: My Hero Academia – Missão Mundial de Heróis oferece uma experiência divertida, mas mediana

Por Nick Narukame

O mais novo filme de My Hero Academia, Missão Mundial de Heróis, estreou nos cinemas brasileiros no dia 06 de janeiro. A promessa era trazer ação e comédia na medida certa para os fãs do anime, em meio a um arco totalmente novo desenvolvido para o longa. A obra acerta em cheio no quesito humor, mas será que foi assim tão certeira no que diz respeito ao resto do conjunto? A resposta pode ser um pouco decepcionante.

Ficha técnica

Título: My Hero Academia – Missão Mundial de Heróis (Boku no Hero Academia The Movie: World Heroes Mission)

Ano de produção: 2021

Data de estreia: 06/01/2022 (Brasil)

Direção: Kenji Nagasaki

Duração: 104 minutos

Classificação: Não recomendado para menores de 12 anos

Gênero: Ação, animação, anime, comédia, fantasia e drama

País de origem: Japão

Sinopse: My Hero Academia: World Heroes Mission é uma história original que se passa durante o inverno do arco Hero Internship. Há um grupo misterioso que está determinado a eliminar todos aqueles com individualidades. Então, para salvar a todos, os Pro-Heroes precisam formar uma equipe mundial de heróis. É nesse momento que Deku, Bakugo, Todoroki e outros estudantes da U.A. Academy são chamados para combater essa ameaça.

Pôster nacional de My Hero Academia – Missão Mundial de Heróis

Um enredo nada inovador

Depois de passar mais da metade de minha vida assistindo a animes shounen é comum que a sensação de “já ter visto essa trama em algum lugar” se instaure ao assistir determinados títulos e, enquanto assistia a Missão Mundial de Heróis, esse sentimento se manteve bem presente, desde o início até o fim do longa.

A história começa nos apresentando a uma espécie de seita terrorista que encara as individualidades, que dão poderes a quase toda a população terrestre, como uma doença que precisa ser exterminada. Logo, eles começaram a causar diversos atentados que culminavam na explosão de bombas que ceifavam as vidas dos que possuíam individualidades, poupando apenas aqueles que haviam nascido sem nenhum tipo de poder.

Bakugou (esquerda), Todoroki (centro) e Midoriya (direita) no longa animado.

Os ataques mobilizaram todos os heróis ao redor do mundo e, a equipe liderada por Endeavor, onde Midoriya, Shoto e Bakugou estão estagiando, é uma das presentes na missão de encontrar as tais outras bombas antes que explodam, varrendo o mundo de mais da metade de sua população.

Esse plot parece familiar? Pois é, para mim também pareceu. Apesar de fugir da temática “escola x estágio”, que vem sendo abordada já tem tempos pelo anime, o roteiro não busca ir além das convenções criadas pelos demais materiais existentes no gênero, o que faz com que a trama se torne bem previsível e com poucos pontos que surpreendam o espectador.

Os pontos certos que vão se perdendo

Mas, mesmo com esse problema com relação a previsibilidade, o filme consegue prender o público, abusando da receita de bolo comum aos shounens e entregando uma dose de humor que funciona do início ao fim. As cenas que tinham teor cômico cumpriram seu papel de modo satisfatório, embora alguns momentos que tentaram transmitir maior seriedade tenham sido ofuscadas pelo fator burlesco, arrancando risadas quando, obviamente, não era essa a intenção do roteiro.

A animação começa com belos frames, mas vai perdendo a qualidade ao longo do filme.

A animação inicial também é algo que chamou a atenção de forma positiva, apresentando quadros bem amarrados e frames detalhados que provavelmente fariam os animadores das últimas temporadas de Nanatsu no Taizai chorarem no banheiro. Mas, em vários momentos adiante no longa, a qualidade vai caindo, apresentando frames preguiçosos e com o traço bem duvidoso, apagando olhos e bocas de personagens ou trazendo movimentos “duros”, como nas animações de batalha em que o personagem Todoroki Shoto ganha destaque.

Apesar dos pesares, o filme funciona sim!

Mas, mesmo que não seja a animação que vai mudar a história do mundo dos animes, ou mesmo trazer maior visibilidade aos longas nos cinemas brasileiros (como aconteceu com Demon Slayer), o filme entrega aquilo que se propõe a fazer. Durante os momentos finais, dá para dizer que fiquei apreensivo em alguns pontos, mesmo sabendo exatamente como eles iriam terminar.

All Might possui pouca participação no filme

Os meios para se chegar no fim já esperado me prenderam o suficiente para ativar a famosa suspensão de descrença e evitar questionamentos lógicos. Especialmente durante o enfrentamento entre Deku e o vilão principal, que deveria se passar durante os 50 segundos precedentes a uma explosão catastrófica, quando a quantidade de ações, falas e ponderamentos dos personagens na cena claramente não levarem só esse tempo.

No fim, pode-se dizer que a sensação de estar vendo My Hero Academia: Missão Mundial de Heróis é bastante peculiar por conta dessa montanha russa entre acertos e erros que parece nunca ter um fim. Os personagens tem um bom espaço para seus próprios desenvolvimentos, porém os detalhes sutis na mudança de seus comportamentos já vem sendo mostrados no anime e podem acabar não acrescentando em muito, tirando a relevância do filme e o transformando apenas em mais um filler. Um filler divertido e que entretém? Um filler divertido e que entretém, mas, infelizmente, ainda um filler.

Nota: 3.5/5

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