Criador do Justiceiro se recusa a ver filmes do anti-herói

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Criador do Justiceiro se recusa a ver filmes do anti-herói

Por Gus Fiaux

Justiceiro é um dos personagens mais complexos e controversos já criados pela Marvel Comics. Seguindo a risca o lema de “bandido bom, é bandido morto”, o personagem originalmente foi criado como uma crítica ao vigilantismo e, por conta disso, aparece como antagonista em diversas histórias do Homem-Aranha, do Demolidor e outros heróis, mas acabou ganhando uma glorificação por parte dos fãs e se tornou um símbolo usado até por policiais no mundo real – atitude que já foi criticada diversas vezes pela Casa das Ideias e seus artistas.

E uma das figuras mais críticas ao uso do Justiceiro nos dias atuais é Gerry Conway, que criou o personagem ao lado de John Romita Sr. e Ross Andru. Ao longo dos anos, Conway foi bem vocal sobre o que achava de toda a ressignificação do personagem e sempre fez questão de colocá-lo no patamar de vilão. Porém, em uma entrevista recente no podcast Endless Thread, o artista comentou sobre as adaptações do Justiceiro para os cinemas.

Ben Brock Johnson, o apresentador do podcast, falou um pouco sobre o que Gerry achava dos filmes – e ainda disse que o escritor os achava “muito, muito ruins“. Ao fim, ele comenta que, apesar de ter orgulho da criação do personagem, Conway se recusa a ver as adaptações em live-action:

“Gerry se recusa a ver esses filmes. Mas no frigir dos ovos, enquanto foi difícil assistir ao seu bebê sanguinário crescendo, ele tinha orgulho dele. Não se sentiu preso a ele.”

A exceção, é claro, é a série do Justiceiro e suas participações nas demais produções da Marvel/Netflix. Conway já disse algumas vezes no passado sobre como gostava da interpretação de Jon Bernthal para o personagem e estava disposto a vê-lo mais vezes. Há inclusive fotos circulando na internet que mostram o autor ao lado do ator durante a campanha promocional da série solo de Frank Castle na Netflix.

O personagem já teve três adaptações no cinema.

Por mais que Conway não goste do que fizeram com seu personagem, ele próprio comentou sobre como acha bem compreensível as diversas interpretações que Frank Castle passou – para ele, isso faz parte da lógica do mercado de quadrinhos, e qualquer um que trabalha nessa área deve entender que os personagens serão ressignificados. Porém, ele ainda frisa a necessidade de se manter fiel ao arquétipo original:

“E faz parte do valor dos quadrinhos, reinterpretar esses personagens enquanto você mantém parte do arquétipo original que eles representam. Você pode reinterpretá-los durante todo o tempo que estiver criando [histórias para eles].”

Antes da série da Netflix, o Justiceiro teve três adaptações para os cinemas. Em 1989, ele ganhou um filme solo, onde foi interpretado por Dolph Lundgren. Depois, em 2004, tivemos o lançamento de O Justiceiro, estrelado por Thomas Jane John Travolta. Por fim, em 2008 foi lançado O Justiceiro em Zona de Guerra, filme bem mais adulto protagonizado por Ray Stevenson. Todos os filmes foram fracassos de crítica e de bilheteria.

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