Thor 4: Como Jane Foster se torna o herói nas HQs

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Thor 4: Como Jane Foster se torna o herói nas HQs

Por Gabriel Mattos

Atenção: Alerta de Spoilers!

Depois de uma conclusão fenomenal para o grandioso Arco do Infinito, o Universo Cinematográfico da Marvel se prepara para introduzir uma gama de novos heróis na Fase 4. Ainda assim, um dos Vingadores originais do cinema conquistou uma continuação nessa era de renovação — Thor Odinson, o glorioso deus asgardiano, retorna em Thor: Amor e Trovão.

O longa é como um rito de passagem do manto do Deus do Trovão para uma nova personagem.

Odinson (Chris Hemsworth) teve a oportunidade de mostrar seus melhores e piores lados no decorrer de três filmes: Thor (2011), Thor: Mundo Sombrio (2013) e Thor: Ragnarok (2017). Agora é a vez de Jane Foster, interpretada pela brilhante Natalie Portman, carregar o pesado martelo Mjolnir com toda a dignidade da nova Deusa do Trovão.

Além de Chris Hemsworth e Natalie Portman, o filme também marca o retorno de Tessa Thompson no papel da Valquíria e a estreia de Christian Bale como o maior vilão de Asgard: Gorr, o Carniceiro dos Deuses.

Chris Hemsworth e Natalie Portman irão contracenar mais uma vez.

Quem acompanhou os quadrinhos, especialmente em 2014, ficou bastante animado com a chegada do vilão. Especialmente porque Gorr é uma peça chave para a transformação de Jane Foster na nova Thor. Nesse artigo, vamos mergulhar fundo na origem da heroína, mas antes precisamos voltar um pouco no tempo para entender melhor Thor Odinson.

O que aconteceu para que o guerreiro mais puro de Asgard se tornasse indigno?

O Deus Caído

Para entender a queda de Odinson, precisamos começar relembrando seu encontro com Gorr. Seus embates iniciais foram encadernados nas revistas “O Carniceiro dos Deuses” e “Bomba Divina”. Foi graças ao vingativo alienígena que Thor aprendeu o verdadeiro significado do medo.

Após a morte de sua família para a miséria enquanto os deuses de seu planeta natal viviam uma vida de luxo, Gorr dedicou sua existência a perseguir e brutalmente assassinar todos os deuses do multiverso. Assim ele acabou esbarrando em Thor e foram necessárias três versões do herói, de três momentos diferentes da história, para impedir os planos de Gorr.

Mas nem mesmo a Necrosword do vilão deixou feridas tão profundas em Odinson quanto suas palavras. Ele sabia que, bem lá no fundo, as motivações de Gorr eram bem justificadas. Talvez os deuses pudessem ter feito mais pelo povo que juraram proteger. Talvez ele, o poderoso Deus do Trovão, tenha se distraído demais com prazeres mundanos quando deveria procurar meios de ajudar aqueles que precisam. Talvez ele fosse indigno afinal…

Essa dúvida, esse grãozinho de insegurança, permaneceu no fundo da mente de Thor desde então.

O Pecado Original

Essa incerteza seria explorada por um inesperado inimigo no arco “O Pecado Original” dos Vingadores. Nessa história, o Vigia que morava na Lua, Uatu, é morto sob circunstâncias bem misteriosas. Os Vingadores são convocados por Nick Fury para investigar o que teria acontecido.

Seus olhos foram roubados. Aquele que usar os olhos do Vigia poderá conhecer as respostas para todos os segredos do universo. Em certo momento, o grupo chegou a inevitável conclusão que todas as pistas apontavam para o próprio Nick Fury.

Ele então resolveu utilizar a maior arma a sua disposição para acabar com os heróis de uma só vez: a verdade. Nick Fury foi bem no ouvido de Thor e sussurrou o que ele mais temia ouvir: Gorr estava certo. Odinson era mesmo indigno. Quando seus temores se confirmaram, o Mjolnir caiu na superfície da lua e ali permaneceu…

O martelo esperaria por alguém de fosse verdadeiramente digno… Não um Deus, mas alguém com uma sincera paixão por fazer o certo e mais nada a perder.

Nasce a Deusa do Trovão

A notícia de que Thor Odinson perdeu o martelo rapidamente ecoou por todos os dez reinos. Sem um de seus mais devotos protetores, Midgard estava exposta ao pior tipo de corja e não demorou muito para um ataque.

Malekith, rei dos elfos negros, liderou um exército de gigantes de gelo em uma investida a um laboratório submarino. Eles buscavam recuperar o crânio do rei dos gigantes por qualquer meio necessário. Claro que Thor não pretendia deixar isso acontecer, mas sem Mjolnir, ele rapidamente se tornou uma vítima da magia de Malekith.

Sem ninguém para impedi-los e com a localização de seu alvo, os gigantes de gelo espalharam o caos — congelando diversos Vingadores e Asgardianos — até uma heroína misteriosa aparecer. Mjolnir escolheu sua nova portadora e aquele que levantar este martelo, se for digno, irá herdar os poderes do Thor. Assim nasce Thor, a Deusa do Trovão.

Mesmo sem nenhuma experiência nesse lance de heroína, ela tem muita habilidade com o Mjolnir e consegue fazer com que seus inimigos comecem a recuar. Até que Odinson aparece. E, se você conhece o temperamento nada controlado do herói, já deve imaginar que ele não fica nada feliz em ver outra pessoa manipulando seu martelo.

Sua inveja e frustração lhe deixam cego e Odinson parte para cima da “impostora” com toda sua fúria. A Thor se defende, mostrando um domínio do Mjolnir que Odinson nunca adquiriu em séculos. O martelo voa fazendo manobras incríveis, quase como se estivesse vivo, tudo para defender sua escolhida.

Odinson pode não confiar nessa nova Thor, mas ele confia no julgamento mágico do martelo. Se ela é realmente digna para o Mjolnir, isso basta.

A contragosto, ele aceita essa mulher misteriosa como a nova portadora do martelo. Mas ainda há uma coisa que o incomoda bastante: quem é a mulher por debaixo da máscara?

A Busca de Odinson

Em Asgard, há uma grande disputa de poder pelo trono. Freya assumiu o controle como a Mãe de Todos por um tempo e seu povo estava satisfeito com as mudanças da nova Rainha, mas Odin voltou. Com seu jeito troncho, ele expulsa sua esposa do poder para controlar tudo como o déspota que sempre foi. Mas há uma coisa que ele não consegue controlar: a nova Thor.

O Pai de Todos tenta de toda maneira descobrir quem é a mulher por trás da máscara. Ele quer puni-la por roubar o martelo que é de seu filho por direito, mesmo que Freya e Odinson insistam que ela fez por merecer.

Odinson pode confiar o suficiente na Thor, mas não pretende sossegar enquanto não descobrir quem é ela. Quem é essa mulher tão mais digna que ele? Ele monta uma lista com todas as mulheres poderosas que conhece e sai para investigar.

Completamente inconsciente da caçada por sua identidade, a Thor passa a cumprir suas obrigações como heroína na Terra, cada vez melhor com o martelo. Ela consegue até mesmo a simpatia de algumas vilãs que entendem como pode ser difícil ser mulher em um meio tão dominado pelos homens. Essa sororidade acaba se estendendo até mesmo a Freya, Mãe de Todos, que decide avisá-la dos planos insanos de seu marido.

Enquanto isso, Odinson visita diversas Asgardianas — chega a falar até com a Lady Sif — antes de começar a suspeitar de Jane Foster. A doutora passou a viver em Asgard como conselheira da Mãe de Todos em questões que envolvam todos os reinos. Mas ao visitá-la, Odinson percebe o quão absurda é sua hipótese.

Ele encontra Jane em um leito de hospital, em Asgard. Ela está enfrentando um turbulento tratamento para combater um câncer de mama. Mesmo com acesso a magia curandeira dos asgardianos, ela recusa esse tratamento. Toda magia tem seu preço. E ela aprendeu isso do jeito mais difícil.

A verdade, mesmo que Odinson não perceba, é que Jane Foster é de fato a Thor. Quando ela segura o martelo, seu corpo é transformado em uma poderosa deusa pronta para guerra, mas há um grande custo. A cada transformação, seu tratamento retrocedia completamente. O Mjolnir expulsava a quimioterapia, deixando o câncer livre para evoluir. Se ela continuar lutando como a Thor, vai acabar morrendo.

A Caçada de Odin

Furioso com sua própria incapacidade, Odin se alia a seu irmão Cul Borson, o Deus do Medo, para acabar de vez com Thor. Ele manda o Destruidor — aquele golem de metal que aparece no primeiro filme do Thor — para caçar a deusa misteriosa.

A princípio, Thor consegue se defender muito bem da criatura colossal, mas o Deus do Medo é muito ardiloso. Ele já matou um Thor antes e ela não tem quase nenhuma experiência em enfrentar artefatos místicos desse calibre. Não demora muito para o Destruidor roubar o Mjolnir, deixando a guerreira praticamente indefesa. Só então Odinson surge para o resgate.

Ele foi avisado por Freya das atitudes patéticas do pai e se sentiu na responsabilidade de ajudar. Com a lista das mulheres mais poderosas que ele conhece em mãos, Odinson convoca um pequeno exército incluindo heroínas como Feiticeira Escarlate, Capitã Marvel, Viúva Negra e a Mulher-Aranha.

Unidas, as super-heroínas nem precisam se esforçar muito para segurar o ataque do Destruidor. O interessante mesmo da batalha é ver essas guerreiras sussurrando entre si para tentar chegar a um consenso do que elas achavam da Thor, a nova heroína naquele clubinho seleto de super mulheres.

Por fim, quando o Destruidor está enforcando Freya, que Odin percebe o quão longe ele deixou sua obsessão chegar. Envergonhado, ele ordena o fim deste ataque. Thor ainda é a inimiga número um do Pai de Todos. Mas enfrentá-lo foi tão simbólico que esse ato lhe rendeu o respeito de todas as heroínas presentes e também de Odinson.

Jane Foster representa o melhor de Thor. Antes mesmo de carregar o martelo, ela já lutava todos os dias pela vida. Ela sabe a importância e a fragilidade da vida humana como ninguém e luta para protegê-la. E foi assim que Jane Foster, a Deusa do Trovão que ama a Terra a ponto de morrer por ela, se torna o herói nas HQs.

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