What If…? 1×01: O que aconteceria se… A Capitã Carter fosse a primeira Vingadora?

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What If…? 1×01: O que aconteceria se… A Capitã Carter fosse a primeira Vingadora?

Por Camila Sousa

Atenção: Alerta de Spoilers!

Durante mais de 10 anos, a Marvel construiu um universo cinematográfico coeso, com produções que conversam entre si e prepararam seus personagens para uma ameaça maior: Thanos e as Joias do Infinito. Com essa trama muito bem finalizada em Vingadores: Ultimato (2019), restou a dúvida de qual seria o caminho das histórias ali em diante.

Embora ainda tome decisões seguras, o estúdio entendeu que é hora de tentar coisas novas, e aproveitou o streaming Disney+ para lançar produções como WandaVision, Falcão e o Soldado Invernal, Loki e What If…?, sua primeira animação, inspirada em uma série de quadrinhos que mostram histórias de universos paralelos. E o primeiro episódio já provou ser uma experiência muito satisfatória para quem acompanha este universo.

O título “O que aconteceria se… A Capitã Carter fosse a primeira Vingadora?” já deixa bem claro qual é o tema: Steve Rogers é ferido pouco antes de receber o Soro do Supersoldado e não pode passar pelo experimento naquele momento. Com apenas uma chance para aproveitar o uso da substância, Peggy Carter entra na máquina e se torna a Capitã Carter, uma heroína que tem muito do que o Capitão América que conhecemos, mas também possui características únicas.

Este foi um dos maiores pontos positivos da estreia de What If…?: sem precisar de tempo para grandes explicações – a série leva em consideração que os espectadores estão habituados ao MCU – a produção vai direto para a ação e, mesmo com uma duração curta, tem espaço para Peggy Carter desenvolver sua personalidade após tomar o soro. É curioso perceber como a personagem é muito reconhecível como Capitã, mas desenvolve um estilo de luta próprio, sendo até mais impulsiva do que Rogers em diversas situações.

Peggy entrega uma Capitã Carter diferente do Capitão América

Falando nele, foi uma surpresa positiva perceber que What If…? não deixou Steve de lado em sua trama. Ele não tomou o soro do supersoldado, mas isso não quer dizer que ele não continuou ativo durante a guerra. Utilizando uma armadura criada por Howard Stark, Steve assumiu o manto de Esmagador Hidra e, com a proteção oferecida pelo traje, lutou ao lado da Capitã Carter em diversos momentos, com os dois até brincando com a famosa dança que ficou pendente entre eles.

Tudo isso soa como um grande aceno para quem acompanhou o MCU por tantos anos. Após já saber como a história de Steve e Peggy começa e termina em uma realidade, é gratificante “brincar” com as possibilidades e ver como a vida deles teria sido de uma forma diferente. É a Marvel mostrando que, embora ainda seja moderada em suas decisões, é capaz escolher um caminho mais criativo e despretensioso – embora os fãs saibam que há muito ali que pode ser aproveitado no futuro, a série chega sem o peso de ser ligada diretamente com várias outras produções.

Há ainda dois pontos que merecem destaque positivo em What If…?. Como dito acima, a animação é sim feita para os grandes fãs do MCU e repleta de easter-eggs, mas há um acerto muito grande ao não se definir pelas referências ou deixar que elas sejam maiores do que a própria história. Quem gosta da Marvel com certeza vai reparar em diversos acenos, mas eles são apenas isso: complementos de uma trama que, por si só, segura muito bem o capítulo, que tem pouco mais de 30 minutos de duração.

Steve Rogers também ganha destaque na trama

O outro ponto é a narração de Jeffrey Wright como O Vigia, personagem da Marvel que vê tudo o que acontece, mas não pode interferir. Com uma bela voz grave, o personagem narra apenas o início da história, pontuando o momento em que aquela realidade mudou para sempre (geralmente em pequenos detalhes), mas deixa a trama se desenrolar como deve e volta apenas no final, repetindo que é O Vigia, que tudo vê, mas não pode interferir.

What If…? teve um começo muito promissor e acertou ao escolher a figura da Capitã Carter para conduzir o público por essa nova leva de histórias. Ainda que o grande “guarda-chuva” do MCU exista, e que muita coisa ali possa voltar em produções futuras, é um alívio sair de Loki, uma série cheia de ganchos e possibilidades, para uma produção mais contida dentro deste universo.

Os novos episódios de What If…? serão lançados às quartas-feiras, no streaming Disney+.

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