X-Men: Todas as adaptações da equipe, da pior para a melhor

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X-Men: Todas as adaptações da equipe, da pior para a melhor

Por Gus Fiaux

Os X-Men se tornaram uma das equipes mais populares da história da Marvel Comics, representando os fãs com suas histórias carregadas de mensagens sobre preconceito e aceitação, luta e conquista. Ao longo dos anos, os mutantes tiveram um forte apelo nos quadrinhos, mas logo foram adaptados nos cinemas e na televisão.

Com uma vasta franquia cinematográfica nas mãos da Fox, incontáveis animações, além dos filmes solo e das séries live-action, os Filhos do Átomo tomaram um lugar de direito na cultura pop – e enquanto esperamos por uma nova adaptação dos mutantes no MCU, listamos aqui todas as adaptações dos X-Men, da pior à melhor!

Para esta lista, estamos contando todas as narrativas audioviduais dos mutantes, exceto os games – que merecem uma lista à parte. Além disso, estamos nos atendo às obras que são protagonizadas pelos X-Men ou por membros individuais da equipe e do universo mutante, e não participações especiais em outras produções, como Homem-Aranha e Seus Incríveis Amigos ou Super Hero Squad Show.

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Pryde of the X-Men (1989)

Em último lugar da lista, com peso no coração, vem a primeira tentativa que a Marvel teve de fazer uma animação para os X-Men. Lançada em 1989, Pryde of the X-Men é um episódio piloto de uma série descartada, já que o resultado final não agradou muito as emissoras de TV. Ainda assim, pode ser visto isoladamente em alguns canais no YouTube.

O episódio mostraria Kitty Pryde se juntando aos X-Men e conhecendo vários heróis mutantes no processo. Claro que isso teria um grande potencial, mas o capítulo não impressiona muito e mesmo a narração de Stan Lee, que atualmente soa nostálgica e emocionante, é um pouco verborrágica, fazendo com que a história perca um pouco de seu charme.

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Geração X (1996)

Muito antes da franquia mutante se popularizar nos cinemas com os filmes da Fox, Geração X chegava na televisão -- e muitos podem se lembrar de ver o longa em algumas reprises da Sessão da Tarde. Aqui, nós temos que levar em consideração as restrições orçamentárias, seja pela época ou por ser um filme feito para TV.

A ideia é até interessante, já que o filme adapta uma equipe que era popular na época, liderada por Emma Frost e pelo Banshee. Infelizmente, não há momentos muito marcantes, as atuações são bem engessadas e os heróis acabam ficando meio ridículos. Além disso, é uma adaptação que joga toda e qualquer fidelidade pela janela, mesmo sem ter licença poética para isso.

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X-Men Origens: Wolverine (2009)

Dentre todas as produções live-action dos mutantes, nenhuma fede tanto quanto X-Men Origens: Wolverine, filme que foi lançado com base no sucesso da trilogia original e que tenta recontar as raízes do mutante mais famoso de todos os tempos. Porém, o longa de Gavin Hood traz uma penca de decisões questionáveis, aliadas de várias interferências do estúdio.

Para começar, é um filme chato e sem vida, que visivelmente só foi feito para arrancar uns trocados dos fãs. Ele não se importa com qualquer continuidade e nem tenta esconder seu desprezo pelos personagens, especialmente nomes como Deadpool e "Emma Frost". As únicas coisas que se salvam são as atuações de Hugh Jackman e Liev Schreiber.

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X-Men: Fênix Negra (2019)

Errar uma vez é compreensível, mas insistir no mesmo erro é imperdoável. E é exatamente isso que X-Men: Fênix Negra faz, mesmo depois de diversas entrevistas e notícias demonstrando que a Fox queria acertar na adaptação da Saga da Fênix Negra. No fim das contas, só parece uma versão bem mais barata e menos interessante de X-Men: O Confronto Final.

Sofrendo diversos adiamentos e tendo que lidar com constantes refilmagens, o filme até funciona em sua primeira metade, quando está explorando toda a transformação física e mental de Jean Grey. Do meio para o final, ele é só um festival de cenas de ação costuradas porcamente, com efeitos duvidosos e a nítida falta de interesse na direção de Simon Kinberg. Decepcionante.

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X-Men: Apocalipse (2016)

Não muito distante de Fênix Negra, temos o famigerado "filme mais brega" da franquia, X-Men: Apocalipse. Ambientado nos anos 80, ele pega tudo que há de mais questionável na época e balança em um liquidificador sem ter muito controle do que está fazendo. E o pior de tudo: seus elementos até são bons quando isolados...

Aqui, temos a nova formação dos X-Men - que introduziu um elenco bem interessante - dividindo tempo de tela com os "professores" e com o temível vilão Apocalipse, que por sua vez também tem seu próprio séquito de asseclas. É um filme barulhento, explosivo e colorido - mas tudo isso é feito sem muita coesão narrativa e com um roteiro bem do preguiçoso.

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The Gifted (2017-2019)

A posição de The Gifted na lista pode assustar alguns fãs mais hardcore da série, mas a verdade é que o projeto começou muito bem, com a primeira temporada sólida e muito bem conduzida, mas acabou caindo ladeira abaixo em seu segundo ano, quando começou a priorizar choques baratos e plot twists insanos em vez da construção de seus personagens.

Embora não seja uma adaptação dos X-Men de fato, a série conseguiu capturar muito bem o espírito das histórias originais dos mutantes, com toda a perseguição que a raça sofria dos humanos. Os personagens eram bons e tinham motivações fortes - mas a segunda temporada consegue arruinar isso, dando arcos ruins para Polaris, Blink e tantos outros...

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X-Men: O Confronto Final (2006)

Na época de seu lançamento, X-Men: O Confronto Final foi visto como uma gigantesca decepção que jogou a última pá de cal na trilogia de filmes dos heróis para a Fox. Olhando em retrospecto, ele não se compara aos seus antecessores, mas também não é um desastre completo - ao menos, toda a parte que não envolve Jean Grey.

O grande problema de Confronto Final é tentar conciliar muitas tramas em um só filme. Temos uma guerra entre mutantes, a descoberta da cura e uma adaptação fajuta da Saga da Fênix Negra. Sem essa última parte, o filme até seria bem interessante, especialmente por trazer momentos memoráveis - por exemplo, toda a batalha final entre os X-Men e a Irmandade.

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Wolverine: Imortal (2013)

Lançado em 2013 (e esquecido desde então), Wolverine: Imortal é uma daquelas produções curiosas que traz muitas coisas interessantes, apesar de não ter caído no gosto do público. O filme adapta uma famosa história do herói, na qual ele precisa ir até o Japão para reencontrar sua honra - e aqui, tudo é inserido na cronologia da trilogia original dos X-Men.

É interessante ver como o longa explora o lado "Ronin" do Wolverine e como ele se torna uma figura lendária, enfrentando ninjas e cientistas malignos ao mesmo tempo em que passa por uma grande transformação. No mais, é um projeto que nos permitiu ver algumas das nuances que James Mangold iria trazer ao herói na aclamada continuação.

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Marvel Anime: X-Men e Wolverine (2011)

No começo dos anos 2010, os fãs de animes e mangás tiveram a chance de conferir uma versão repaginada dos mutantes mais inserida no meio asiático. Marvel Anime foi uma parceria entre a Marvel e a Madhouse que resultou na produção de quatro séries independentes, incluindo uma solo do Wolverine e uma para os X-Men.

Como são produtos muito parecidos e desenvolvidos pelas mesmas pessoas, elas acabam tomando o mesmo lugar nesta lista. E aqui, temos uma mescla de sentimentos bem interessantes, com adaptações bem decentes feitas para que as franquias pudessem cair no gosto do público asiático, mas também algumas decisões criativas que vão contra a essência dos personagens.

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Os Novos Mutantes (2020)

Adiado pelo que pareceu ser uma eternidade, Os Novos Mutantes já foi lançado com todo tipo de expectativa negativa que poderia se ter. E por mais que seus problemas sejam notáveis, ele está longe de ser um desastre total como muitos acreditam. Na verdade, o filme consegue trazer um novo ar para a franquia mutante, em uma época em que a série principal passava por desgastes.

Sua maior qualidade é deixar de lado a fórmula básica dos filmes de heróis e tentar seguir uma rota diferente, mais próxima do horror (e inspirado por A Hora do Pesadelo 3). Além do elenco impressionante -- com destaque para Maisie Williams e Anya Taylor-Joy --, o filme tem bons momentos e merecia um carinho maior do público, já que do estúdio não teve nenhum.

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X-Men: Evolution (2000-2003)

Lançada entre 2000 e 2003, X-Men: Evolution foi uma verdadeira febre no público brasileiro, principalmente graças à sua exibição do Bom Dia & Companhia do SBT. Aqui, temos uma versão completamente inédita dos heróis da Marvel, que apela para um público mais jovem e desenvolve os personagens de uma forma mais próxima de crianças e adolescentes.

A série tomou ótimas decisões na hora de adaptar alguns personagens, mas há problemas na condução de suas tramas e arcos -- principalmente por não dar a mínima para a essência dos heróis. Em suma, é um produto interessante e cheio de pontos positivos, mas com alguns defeitos que não passam batido pelos fãs mais fervorosos dos Filhos do Átomo.

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X-Men: O Filme (2000)

Muitos podem olhar para X-Men: O Filme e considerá-lo um filme bem datado. Porém, sem esse longa, jamais teríamos essa explosão dos filmes de super-heróis que temos atualmente -- principalmente pela forma como o longa demonstrou que dava para trazer essas aventuras espetaculares para as telas com pouco orçamento e algumas mudanças criativas.

Aqui, somos colocados na vida dos mutantes através do Wolverine e da Vampira, que conhecem um mundo recheado de surpresas e precisam enfrentar os perigosos membros da Irmandade dos Mutantes. Para sua época, foi um filme inovador e que contou com um belo elenco, o que por si só já é um começo bem marcante para os Filhos do Átomo nos cinemas!

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Deadpool 2 (2018)

Após o sucesso estrondoso do primeiro filme do Mercenário Tagarela, a Fox deu sinal verde para que uma continuação fosse produzida e o resultado foi revelado em 2018, com a estreia de Deadpool 2. O filme mergulha ainda mais fundo na mitologia dos X-Men, com algumas participações especiais curiosas e a presença de outra equipe mutante, a X-Force.

Apesar disso e de manter um nível de qualidade, ele acaba soando repetitivo em relação ao primeiro -- principalmente nas piadas, que parecem não saber o timing de acabar e se estendem demais. Ainda assim, é uma boa história de Wade Wilson, que fica ainda melhor ao introduzir personagens de peso como Cable, Dominó e Fanático.

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Deadpool (2016)

Um pouco acima de sua continuação, Deadpool foi um filme realmente revolucionário para os super-heróis nos cinemas, não apenas por ser uma aventura recheada de sangue e palavrões, mas também por captar em ótima forma a essência de um anti-herói, conectando-o à saga dos X-Men de um jeito singular.

O filme estrelado por Ryan Reynolds faz um ótimo trabalho ao reconhecer todas as mazelas da franquia na qual está inserido, ao mesmo tempo em que não tem papas na língua na hora de criticar o status do cinema de heróis -- ainda que faça parte dessa panelinha. É divertido, é engraçado e é cheio de metalinguagem, além de ser um projeto de paixão de seus envolvidos.

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Legion (2017-2019)

A segunda série live-action desenvolvida pela Fox foi Legion, obra que é focada majoritariamente em um dos personagens mais peculiares das HQs dos X-Men: o próprio filho de Charles Xavier, Legião. A série se debruça nas várias personalidades do mutante e tenta desenvolvê-lo quase como um agente da natureza, longe dos conceitos de bem e mal.

Criado por Noah Hawley, o projeto soa muito mais autoral, de forma que as mudanças em relação ao material original acabam sendo orgânicas e são muito bem-vindas para o desenvolvimento da narrativa. Pontos também para o elenco, que é encabeçado por grandes nomes como Dan Stevens, Aubrey Plaza, Rachel Keller, Jemaine Clement e Jean Smart.

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Wolverine e os X-Men (2009)

Aqui, temos uma das produções mais subestimadas da história dos Filhos do Átomo. Lançada em 2009 e composta por uma só temporada, Wolverine e os X-Men foi a última série animada protagonizada pelos heróis mutantes, e veio justamente para oferecer aos fãs uma versão mais fiel e encorpada da equipe, diferente do que estava sendo lançado nos cinemas.

Aqui, temos um traço único e muito bonito, aliado de uma forte construção de personagens. E por mais que o Wolverine estivesse no título, ele sabia dividir os holofotes com outros heróis, como Noturno, Ciclope, Tempestade, Colossus e Emma Frost. Infelizmente, a série foi cancelada com uma só temporada, mas deixou nos fãs um gostinho eterno de quero mais.

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X-Men: Primeira Classe (2011)

Embora a "segunda franquia" da Fox tenha descido uma ladeira íngreme e vertiginosa, é preciso lembrar do quão bem a saga começou em 2011 com o lançamento de X-Men: Primeira Classe. No filme temos uma história de origem muito inteligente, que consegue apresentar vários personagens, ao mesmo tempo que nunca perde o foco de Magneto e do Professor X.

O filme dirigido por Matthew Vaughn representa um ponto fora da curva na saga, voltando aos anos 60 e fazendo várias referências às HQs clássicas da equipe -- ao mesmo tempo em que se dá a liberdade de ser seu próprio filme. As atuações de Michael Fassbender e James McAvoy está mais do que excelentes, e o terceiro ato é brilhante e doloroso.

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X-Men: Dias de um Futuro Esquecido (2014)

Se Primeira Classe já tinha sido surpreendentemente bom, X-Men: Dias de um Futuro Esquecido eleva a franquia e dá aos fãs um gesto especial, por reunir duas linhas do tempo e criar um crossover épico, muito antes da Marvel sonhar em fazer o que fez em Guerra Infinita e Ultimato. Mais do que isso, é um filme permeado por um senso de tragédia que só eleva a qualidade da produção.

Aqui é onde a Fox se permitiu adentrar nos temas mais "estranhos" das HQs mutantes, como viagem no tempo e assassinatos futuros que precisam ser impedidos. É um bom trabalho de adaptação e que trabalha o potencial dos personagens apresentados até aqui, principalmente o Professor X, Mística e Magneto. É uma pena que a saga não tenha seguido essa qualidade...

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Logan (2017)

Dentre todos os filmes dos Filhos do Átomo, incluindo os spin-offs e obras derivadas, Logan é sem sombra de dúvidas o mais autoral e emocional. Nele não temos apenas uma história sobre um herói envelhecido que deve encontrar esperança novamente em uma jornada pelos Estados Unidos, mas também uma despedida do ator que viveu esse personagem por vinte anos.

O trabalho do diretor James Mangold é primoroso ao explorar todas as nuances do herói, suas contradições e falhas, e como ele sempre deu tudo de si pelo sonho mutante do Professor X. É um belo filme, com elementos de faroeste e de road movie, que fica ainda mais intenso graças à dinâmica de Hugh Jackman ao lado de Patrick Stewart e Dafne Keen.

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X-Men 2 (2003)

Ainda que tenha efeitos menos desenvolvidos que vários dos filmes recentes, X-Men 2 continua sendo o primor de toda a franquia mutante, por ser um filme cheio de emoção e por tocar nos temas mais importantes das HQs da equipe, ao mesmo tempo em que fornece uma adaptação singela e única de Deus Ama, o Homem Mata, a lendária graphic novel de 1982.

O filme consegue ter um pouco de tudo, de thriller político à ação de tirar o fôlego, ao mesmo tempo em que dá espaço para mutantes como Noturno, Tempestade, Homem de Gelo e Jean Grey. Tudo enquanto reforça como os mutantes são temidos e precisam se unir para terem chance de sobreviver. É um filme muito empolgante que traduz perfeitamente o que são os X-Men.

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X-Men: A Série Animada (1992-1997)

Não podia ser diferente, não é mesmo? Em trinta anos, ninguém conseguiu fazer uma adaptação dos Filhos do Átomo que fosse tão fiel, inspiradora e eletrizante quanto X-Men: The Animated Series -- tanto é que a Disney e a Marvel já estão preparando uma continuação, que se chamará X-Men '97, que estreará em 2023 no Disney+.

A série conseguia adaptar muito bem vários arcos icônicos dos quadrinhos e transformá-los em eventos grandiosos -- tanto que a adaptação definitiva da Saga da Fênix Negra está aqui. Além disso, os heróis tinham uma evolução sempre presente e uma forte dinâmica entre si, com espaço para que todos pudessem brilhar, além de ter a melhor formação da história dos mutantes!