Venom 2: Easter eggs e referências de Tempo de Carnificina

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Venom 2: Easter eggs e referências de Tempo de Carnificina

Por Arthur Eloi

Divisivo e polêmico, Venom ganhou uma continuação ainda mais absurda que o original. No filme inédito, o repórter Eddie Brock (Tom Hardy) e o simbionte titular agora enfrentam o serial killer Cletus Kasady (Woody Harrelson) e o simbionte conhecido como Carnificina.

Pegou esses detalhes? Veja abaixo os easter eggs e referências de Venom: Tempo de Carnificina!

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O orfanato de St. Estes

A continuação utiliza vários elementos da HQs, especialmente para os cenários. Logo de cara, o filme abre mostrando que Cletus Kasady e sua namorada, Frances (Naomie Harris), foram criados em um orfanato chamado St. Estes. O local é o mesmo em que Kasady cresceu nos quadrinhos - mas com uma diferença considerável: ao invés de se chamar Lar St. Estes Para Garotos, a instituição também aceita meninas, e foi rebatizada de forma mais cruel, agora chamada de Lar St. Estes Para Crianças Indesejadas. Só pelo nome é possível entender os motivos de Cletus e Frances para queimar o local, né?

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Colegas de quarto

Ainda que o Carnificina esteja no título, o foco da sequência é a relação entre Eddie Brock e o simbionte. Vivendo no corpo do repórter, Venom está esfomeado por cérebros humanos, mas Brock apenas lhe fornece galinhas (e chocolate). O alienígena, porém, demonstra seu lado sensível cada vez mais, e não consegue se alimentar das aves. Para deixar o repórter ainda mais insano, as galinhas se tornam praticamente colegas de quarto da dupla, com Venom até batizando-as de Sonny e Cher, em homenagem à dupla musical formada pelo casal de artistas Sonny Bono e Cher**.

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Clarim Diário

Nos dois filmes de Venom, Eddie Brock é um repórter conhecido por expor esquemas de corrupção, crimes e todo tipo de segredo perverso. Após altos e baixos em sua carreira, em Tempo de Carnificina as coisas começam a melhorar para ele, e Brock se torna um repórter recorrente do Clarim Diário, o jornal que, em outras realidades, tem J. Jonah Jameson como editor-chefe, e Peter Parker como freelancer.

É curioso notar que, no universo da Sony, o jornal ainda tem uma versão bastante tradicional, tanto impressa quanto em cópias digitais. Já no Universo Cinematográfico da Marvel, o Clarim Diário se tornou um programa para a internet, moldado que nem o polêmico Infowars de Alex Jones.

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Uma última homenagem à Stan Lee

O lendário autor que ajudou a consagrar a Marvel nas HQs, Stan Lee faleceu em novembro de 2018, aos 95 anos. O primeiro Venom foi uma de suas últimas aparições, quando dá as caras brevemente como um senhor passeando com o cachorro.

Mesmo após a morte do autor, Venom: Tempo de Carnificina encontrou uma forma de honrar o legado de Stan Lee. Em uma cena no mercadinho da senhora Chen (Peggy Lu), é possível ver uma revista com o rosto do autor estampado na capa.

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O show do Venom

Quando as diferenças entre Eddie Brock e Venom começam a pesar, o simbionte decide se separar de seu aliado, e passa a explorar o mundo pela primeira vez. Dessa forma, Venom acaba em uma balada, sem entender exatamente o que é, mas curtindo o fato de que não é visto como estranho nesse ambiente - muito pelo contrário, é bem aceito pelos festeiros. No palco, é possível ver um show da cantora e atriz Little Simz. A britânica, com ascendência nigeriana, aparece cantando seu hit “Venom”, de 2019 - que não tem nada a ver com quadrinhos ou o simbionte, apesar do título.

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“Responsabilidade é coisa de gente medíocre”

Com grandes poderes, vêm grandes responsabilidades? Não para o Venom. Discutindo com Eddie Brock, que tenta ser a parte racional dessa “relação”, o simbionte dispara que “Responsabilidade é coisa de gente medíocre”, que é um claro ataque à icônica frase vista nas HQs do Homem-Aranha, que nos cinemas virou uma das frases de sabedoria mais marcantes do Tio Ben durante a trilogia de Sam Raimi**. Assim, fica bem claro que o vilão e o herói não são nada parecidos.

Venom não é o único que ataca o Teioso. Em certo momento, Cletus Kasady envia uma carta para Eddie Brock, onde diz que “Todo herói tem a sua história de origem”. No exato momento em que lê esse trecho, o serial killer esmaga uma aranha que caminhava por sua cela.

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Ravencroft

Shriek, como é conhecida Frances (Naomie Harris), a namorada de Cletus Kasady - é isolada após ser baleada pelo policial Mulligan. Por conta de seus poderes mutantes (como ela mesma descreve), ela é levada ao Instituto Ravencroft. O local, que fica próximo de Nova York, já foi apresentado nas HQs do Homem-Aranha, em 1991, e é basicamente a versão da Marvel do Asilo Arkham, que também abriga vilões e criminosos para experimentos questionáveis. Durante um tempo nos quadrinhos, o local já foi aadministrado por ninguém menos que Norman Osborn, o Duende Verde.

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Mutantes no universo do Venom?

Algo muito curioso de Shriek é que a própria personagem afirma que seus poderes são “mutantes”. Não há explicação aparente para suas habilidades especiais, que incluem gritos sônicos, telecinese e controle da mente. Assim, é possível traçar um paralelo com a origem de vários dos mutantes de X-Men, cujos poderes começam a se manifestar cedo na vida por conta de genes diferentes. Assim como os vários discípulos do Professor Xavier e de Magneto, o despertar das habilidades de Shriek apenas causou pânico aos demais, o que eventualmente fez com que ela fosse levada ao Instituto Ravencroft para se tornar objeto de experimentos intrusivos.

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Eddie Murphy: ícone fashion

Alguém na produção dos filmes de Venom realmente gosta de Eddie Murphy. O ator e comediante não dá as caras na sequência, mas os figurinos de Eddie Brock e Cletus Kasady são tirados diretamente da carreira dele. Brock veste uma jaqueta cinza de futebol americano, que é referência clara ao visual de Axel Foley, o protagonista de Um Tira da Pesada (1984), filme lançado no mesmo ano em que o Venom estreou nas HQs do Homem-Aranha.

Essa inspiração fica ainda mais evidente quando Kasady se torna o Carnificina e conquista a liberdade. Na primeira mudança de roupa, o serial killer usa uma estilosa jaqueta de couro vermelha, que é exatamente igual à usada por Eddie Murphy no seu famoso stand-up Delirious, de 1983. Nesse caso, porém, o ano do especial não bate com a criação do Carnificina, já que o simbionte assassino só daria as caras em 1992.

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Free Fire

Olha, talvez nem dê para chamar isso de easter egg. Quando o detetive Mulligan vai questionar Eddie Brock em seu apartamento, ele elogia sua nova TV gigantesca. Nesse exato momento, uma propaganda de Free Fire, o popular game de tiro para celulares, começa a passar na tela. O motivo disso? Simples, uma parceria entre a Sony e a desenvolvedora Garena. Além da menção no filme, o Venom ganhará uma skin premium e outros itens cosméticos dentro do jogo.

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O Protetor Letal

Ao longo do filme, o Venom insiste para que ele e Eddie Brock assumam o título de Protetor Letal, ao qual o jornalista recusa por achar muito brega. No caso, o nome vem diretamente da uma HQ de 1993, em que o simbionte faz as pazes com seu arqui-inimigo, o Homem-Aranha, e deixa a cidade de Nova York. O arco serviu como base para os filmes de Venom, já que a trama dos dois é ambientada na cidade de São Francisco e mostra o alienígena atuando mais como anti-herói do que vilão, assim como nos quadrinhos.

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Detetive Mulligan será o próximo vilão?

Após uma intensa batalha final entre o Venom e o Carnificina, o filme dá destaque para o detetive Mulligan, que foi atacado por Shriek durante o confronto. Ainda que tenha chegado perto, o policial não morre - e sim desperta com os olhos brilhando.

O momento é um aceno para as HQs do Protetor Letal, em que Mulligan, após ser corrompido pelo simbionte, se torna o vilão Toxina, feito a partir da mistura do Venom com o Carnificina. O antagonista foi introduzido justamente na HQ Venom vs. Carnificina #2, que foi originalmente publicada em agosto de 2004.

Um terceiro filme de Venom ainda não foi oficializado pela Sony Pictures, mas tudo indica que, caso seja aprovada, Toxina será o vilão da continuação.

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Perseguindo moinhos de vento

Quando Eddie Brock e Venom eventualmente se resolvem, o jornalista decide mostrar todo o seu conhecimento literário para o colega alienígena, e explica ao simbionte que a relação dos dois é muito parecida com a dos personagens de Dom Quixote de La Manche, o clássico de Miguel de Cervantes. Segundo Brock, sua dinâmica com o Venom é que nem a do protagonista titular com seu fiel escudeiro, Sancho Pança, que serve como âncora que segura à realidade o cavaleiro em seus delírios ambiciosos.

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União dos Simbiontes

Por motivos óbvios, o grande foco das discussões sobre a cena pós-créditos de Tempo de Carnificina está no fato de que Eddie Brock parece ter sido transportado para a mesma realidade do Homem-Aranha de Tom Holland, dentro do Universo Cinematográfico da Marvel. Mas algo parece ter passado batido: a hivemind dos simbiontes, conceito tirado direto das HQs do vilão.

A cena se inicia com Eddie discutindo com Venom, quando o alienígena revela ao humano que sua raça compartilha uma única consciência, com todos os simbiontes conectados através de uma mente coletiva através do tempo e espaço. Venom se oferece para mostrar um pouco disso para Eddie Brock, mas a dupla é impedida por conta das mudanças no Multiverso. Assim, resta saber se essa consciência coletiva terá algum papel importante nos próximos filmes do personagem.