Tudo o que você precisa saber sobre a classificação indicativa no cinema!

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Tudo o que você precisa saber sobre a classificação indicativa no cinema!

Por Gus Fiaux

Para entender isso, resolvemos listar as classificações brasileiras, ter uma breve ideia de como elas divergem da classificação indicativa americana, além de como é realizada a seleção dos filmes e o que isso influencia no próprio produto cinematográfico.

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Entendendo a Classificação Indicativa:

Livre

Em relação à Classificação Indicativa Livre, é a mais ampla de todas. Ela permite o acesso a conteúdos para todas as idades, de modo que crianças podem ver os filmes acompanhadas de seus pais ou não.

Para que um filme seja considerado livre, ele deve ter pouca ou nenhuma violência - e quando tiver, deve ser classificada como "violência fantasiosa" -, presença de armas, brancas ou de fogo, desde que não utilizadas para fins violentos, ou então mortes naturais. Além disso, é permitida a nudez, desde que não para fins sexuais e o consumo moderado de drogas lícitas.

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10 anos

Para que um filme seja classificado para maiores de dez anos, ele deve possuir conteúdos com uso de armas para fins violentos, medo, tensão e angústia acentuados, atos criminosos sem violência, além de linguagem depreciativa, desde que não seja de baixo calão.

Além disso, é permitido conteúdo educativo sobre sexo e nudez, bem como consumo de drogas lícitas e educação referente a isso.

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12 anos

Para a classificação de 12 anos - a mais comum entre os filmes de super-heróis e ação blockbuster no Brasil -, é necessário que o filme contenha atos violentos, lesão corporal e descrição verbal da violência, além de presença de sangue e sofrimento da vítima. Agressão verbal também conta, bem como agressão contra animais.

Além disso, é permitida a nudez velada, na qual sabemos que tal personagem está nu, mas não vemos suas genitálias e outras partes íntimas. Além disso, conta a insinuação sexual e a linguagem chula para sexo. Além disso, fala-se do consumo e indução ao uso de drogas lícitas, além da menção às drogas ilícitas.

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14 anos

Faz-se necessária a classificação indicativa superior a quatorze anos quando há morte violenta intencional, retratação de preconceito contra grupos vulneráveis, além de sexo e nudez.

Nesta categoria, enquadra-se nudez explícita, erotização e vulgaridade, relação sexual não-explícita e prostituição. É também permitido a insinuação e a descrição do consumo de drogas ilícitas, bem como discussões a respeito da legalização de tais atos.

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16 anos

Para ser classificado como 16 anos, o filme, série ou etc pode ter violência sexual - estupro, exploração ou coação -, tortura, mutilação e suicídio explícitos. Violência gratuita também se enquadra nessa categoria.

Relações sexuais implícitas, porém intensas, produção, tráfico e consumo de drogas ilícitas também são motivos para essa classificação.

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18 anos

A maior classificação etária do sistema brasileiro é a de 18 anos, que indica necessidade da maioridade para se expor a tal produto. Para isso, faz-se necessário violência de forte impacto visual, banalização e apologia à violência, crueldade, crimes de ódio e pedofilia.

Sexo explícito e fetiches - como incesto, sexo grupal e sadomasoquismo - são motivos para a classificação, bem como apologia ao uso de drogas ilícitas.

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Como a classificação é feita?

Para que os filmes sejam registrados em uma classificação indicativa, eles devem passar por alguns órgãos especiais. Nos EUA, há o MPAA (Motion Picture Association of America), um órgão que registra os filmes dos principais estúdios, como a Buena Vista, a Fox e a Warner Bros. No Reino Unido, é tudo feito através do BBFC (British Board of Film Classification).

No Brasil, esse processo se dá pela Coordenação de Classificação Indicativa (Cocind), um órgão do Ministério da Justiça. Todo filme que chega ao Brasil passa pela vistoria deles, e a partir dali, decide-se se será necessário censurar algo, ou realizar a classificação indicativa. Em casos extremos, os filmes são banidos.

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Nos EUA...

Nos Estados Unidos, que é onde se dá grande parte da produção cinematográfica que consumimos no Brasil, o sistema de classificação indicativa é um pouco diferente. Ele é dividido em G (equivalente ao nosso "Livre"), PG, que permite a exibição para todos os públicos, mas recomenda a presença de um pai ou responsável.

O PG-13 (algo que varia entre nosso 12 e 14 anos) permite apenas a entrada de pré-adolescentes e adolescentes, sem crianças pequenas, enquanto o R restringe a adolescentes menores de 17 anos com a entrada dos pais, e o NC-17 proíbe qualquer público abaixo dos 17 anos. Nem sempre essa classificação abre portas para como o filme será visto aqui, devido à discrepâncias culturais e sociais. Um exemplo que gosto bastante de citar é The Matrix Revolutions, que é R nos EUA, mas no Brasil foi classificado para 12 anos.

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E os pais?

De acordo com a vigência dos cinemas, tudo deveria funcionar da seguinte forma: Filmes com classificação indicativa livre são abertos para todos os públicos, sem exceção. Do +10 ao +16, crianças e adolescentes com idade inferior à classificação indicativa sugerida podem entrar acompanhadas dos pais e responsáveis.

Contudo, para o +18, a situação é outra. De acordo com uma lei sancionada no dia 20/07/2006, nenhum menor de idade pode entrar em uma sala de cinema para a exibição de um filme destinado para maiores, em hipótese alguma, inclusive com a presença de pais e responsáveis.

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E como isso influencia o mercado cinematográfico?

Filmes com maior classificação indicativa normalmente tem um público menor do que filmes com classificação mais ampla. Isso se deve ao fato de tais filmes serem restritos, nas entradas, para o grande público.

Prevendo a falta de retorno tão grande quanto um filme com classificação mais ampla, os estúdios tendem a liberar orçamentos bem menores para filmes classificados para maiores de idade, o que explica sua raridade no mercado.

Além disso, eles só podem ser exibidos, na televisão aberta, a partir das 23h até as 06h da manhã, sem exceções.