Stargirl é baseada em uma HQ bem interessante da DC Comics, chamada Stars and S.T.R.I.P.E.. Embora seja um pouco obscura para os fãs mais recentes, essa revista foi publicada entre 1999 e 2000, e apresentou a heroína Sideral para o mundo.

Essa revista teve um grande apelo emocional para um de seus criadores, Geoff Johns, já que Courtney Whitmore - a protagonista da HQ e da série - foi inspirada em sua irmã, Courtney Johns, falecida em um acidente aéreo em 1996.

A série é bem fiel ao quadrinho, apesar de atualizar alguns detalhes e subtramas para o presente, o que é um presente para os fãs de Stars and S.T.R.I.P.E..

A jovem Courtney Whitmore, à primeira vista, parece a típica adolescente de filmes e séries americanos. Ela se muda com sua família para uma pequena cidade no interior, onde sua vida muda completamente. No entanto, ela é mais do que isso.

Na série, vemos como ela precisa lidar com suas próprias questões e se tornar uma heroína, a partir do momento em que descobre o cajado de um grande super-herói do passado. Transformando-se na Stargirl (ou Sideral), ela precisa unir uma nova geração de heróis!

No mundo dominado pelos filmes e séries de super-heróis, não basta apresentar cenas de lutas legais e poderes inovadores para se destacar. Toda produção precisa tratar de algum tema de uma forma profunda e especial. E o tema central de Stargirl é família.

A série explora muito bem a dinâmica de Courtney Whitmore com sua mãe, e também com seu meio-irmão. Porém, o grande foco está na relação da menina com seu padrasto, Pat Dugan, que se torna o grande "mentor" da heroína e seu principal aliado.

A DC Comics sempre teve uma vasta gama de heróis e super-equipes nas HQs. Infelizmente, nos filmes e séries, poucas são exploradas como gostaríamos, já que o destaque sempre recai sobre a Liga da Justiça.

Felizmente, Stargirl é um ótimo ponto de partida para quem quer conhecer um pouco mais sobre a Sociedade da Justiça da América, uma equipe clássica e muito importante que precede a própria Liga. A série explora muito da história e dos integrantes desse grupo.

Contudo, não vá esperando ver a versão clássica da Sociedade da Justiça em destaque. Por mais que esses personagens sejam bem importantes para a trama, em Stargirl nós acompanhamos a nova geração de heróis, que honram o legado da equipe clássica.

E por mais que esses novos heróis ainda não tenham assumido seus alter-egos super-poderosos, muitos deles já foram apresentados e vão se tornar grandes aliados para Courtney Whitmore em sua luta contra a Sociedade da Injustiça.

O começo da série é um grande tiro no estômago, especialmente para os fãs da Sociedade da Justiça da América. Isso porque somos apresentados à equipe justamente no dia de sua queda pelas mãos da Sociedade da Injustiça, um grupo muito poderoso de vilões.

Essas figuras retornam como as principais ameaças ao longo da série, e já podemos perceber como eles são malignos e cruéis. Desde o telepata Onda Mental até o gélido Geada, todos os vilões são bem impactantes e prometem dar um bom trabalho para os heróis...

Para criar personagens tão memoráveis, era óbvio que a série precisava de atores à altura. E felizmente, isso está aqui em evidência. Courtney Whitmore é interpretada pela talentosa Brec Bassinger, que consegue passar todo o lado mais rebelde e idealista da Stargirl.

Por outro lado, o grande destaque vai para Luke Wilson, que interpreta Pat Dugan, o padrasto de Courtney. O ator mescla um pouco de humor em sua atuação, criando um mentor responsável, carinhoso e muito leal à jovem heroína.

Por mais que a série se passe, supostamente, no presente, Stargirl possui uma vibe nostálgica bem evidente desde o primeiro episódio. A série traz um misto de aventura oitentista com um clima que remete diretamente aos anos 90, seja na música, nos figurinos ou em outros elementos.

O criador da série (e da personagem), Geoff Johns já havia dito em entrevistas que sua maior inspiração para a produção foram as grandes aventuras dos anos 80, como E.T.: O Extra-Terrestre e De Volta Para o Futuro, e há pequenas referências desses filmes por toda a parte.

Além da essência da série ser voltada para as relações familiares da jovem Courtney Whitmore, é justo dizer que Stargirl é o tipo de série para ver junto de toda a família. É uma produção leve e bem-humorada, que vai agradar todas as idades.

Em tempos de pandemia e crise mundial, era justamente disso que precisávamos: uma diversão escapista que nos faz acreditar em um futuro melhor. Se você quer relaxar e tirar a cabeça dos problemas do mundo real, Stargirl é uma excelente pedida.

Por fim, esse item é para você que já está cansado das dezenas de universos compartilhados de super-heróis. Se você já está enjoado de ter que acompanhar 300 filmes e séries para entender a história, Stargirl é uma excelente pedida, já que a série se passa em um universo à parte.

Como revelado na Crise das Infinitas Terras do Arrowverse, a trama de Stargirl se passa na Terra-2 do grandioso Multiverso da DC. Contudo, você não precisa ficar de olho em tudo que acontece nas outras séries e filmes da editora: a série tem sua própria história, que se completa.

Além disso, é uma excelente opção para quem já está um pouco cansado de figuras da DC como Batman e Superman, e quer ficar de olho em novos heróis e ícones.