Sam Raimi: Todos os filmes do diretor, do pior ao melhor

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Sam Raimi: Todos os filmes do diretor, do pior ao melhor

Por Gus Fiaux

Do horror aos filmes de super-heróis, Sam Raimi é um dos cineastas mais versáteis e interessantes do cinema blockbuster contemporâneo. Além de produzir diversos filmes através da sua produtora, a Ghost House, Raimi também é um diretor renomado, tendo lançado clássicos como as trilogias do Homem-Aranha Uma Noite Alucinante.

Agora, o diretor está escalado para comandar Doutor Estranho no Multiverso da Loucura, um dos próximos filmes do Universo Cinematográfico da Marvel. Pensando nisso, resolvemos elencar aqui todos os filmes do cineasta, listados do pior ao melhor. Pronto para conhecer todas as produções do diretor?

Para esta lista, estamos excluindo apenas It’s Murder!, filme de 1977 que foi produzido enquanto Raimi estava na faculdade de cinema. Além de ser um filme muito amador, é bem difícil encontrá-lo para assistir por meios legais. Por conta disso, decidimos por não listá-lo junto dos demais.

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Oz: Mágico e Poderoso (Oz the Great and the Powerful, 2013)

É uma pena que o pior filme desta lista seja justamente o último filme que Sam Raimi dirigiu antes de dar uma pausa em sua carreira de diretor. Lançado em 2013, Oz: Mágico e Poderoso se propõe a ser um tipo de prequel para uma das obras mais consagradas de todos os tempos, O Mágico de Oz. E é seguro dizer que ele falha miseravelmente.

A trama segue o jovem Oscar, que acaba indo parar na lendária Terra de Oz devido a um furacão. Lá, ele se envolve com várias criaturas fantásticas e conhece bruxas e feiticeiras. O filme sofre com um roteiro bobo, efeitos visuais ruins e atuações nada convincentes. De fato, a única coisa que se salva é o departamento de direção de arte e figurino.

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Por Amor (For Love of the Game, 1999)

Por volta da década de 90, Sam Raimi tentou dar uma diversificada em sua própria carreira, criando filmes de diferentes gêneros e temas fora do âmbito do horror. Foi aí que ele dirigiu o drama esportivo Por Amor, lançado em 1999. O filme é estrelado por Kevin Costner e conta com nomes como Kelly Preston, John C. Reilly e Jena Malone.

O filme segue a jornada de um jogador de baseball de Detroit que parte para a partida mais memorável de sua carreira. Na época, o filme foi bem detonado pelos críticos e ainda rendeu uma indicação ao Framboesa de Ouro de pior ator para Kevin Costner. Mas, se serve de consolo, foi aqui que Sam Raimi conheceu J.K. Simmons, que viraria o icônico J. Jonah Jameson.

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Onda de Crime (Crimewave, 1985)

Pouco depois de ter impressionado o mundo com o primeiro capítulo da trilogia Uma Noite Alucinante, Raimi acabou sendo convocado para dirigir Onda de Crime, uma espécie de comédia de humor ácido e horror sobre um prisioneiro que aguarda no corredor da morte enquanto tenta relembrar sobre seu passado e as decisões que o levaram até ali.

Para auxiliá-lo nessa tarefa, Raimi contou com o roteiro dos Irmãos Coen, mas nem isso foi o bastante para mudar alguns dos problemas presentes aqui. Para começo de conversa, Raimi teve seu trabalho completamente picotado e alterado pelo estúdio. Até hoje, ele se recorda da experiência de gravar o filme como um dos pontos baixos de sua carreira.

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O Dom da Premonição (The Gift, 2000)

No finzinho dos anos 90 e começo dos anos 2000, graças a filmes como O Sexto Sentido e Os Outros, Hollywood começou a apostar em suspenses sobrenaturais. Sam Raimi veio com O Dom da Premonição, longa lançado em 2000 e protagonizado por Cate Blanchett. Na trama, uma mulher usa dons paranormais para investigar um crime hediondo.

O filme flerta com o horror e com o grotesco, mas isso não foi o bastante para que os críticos pudessem gostar dele. Na época, o longa recebeu várias críticas negativas por ser muito arrastado. Apesar disso, conta com ótimas atuações por parte de Blanchett, Keanu Reeves e Hilary Swank. É um filme razoável, que não chega a ser necessariamente ruim.

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Homem-Aranha 3 (Spider-Man 3, 2007)

Embora seja detestado por vários fãs do Amigão da Vizinhança, Homem-Aranha 3 está bem longe de ser essa tragédia toda que muitos lembram. Claro, ainda há cenas terríveis, como Peter Parker dançando na rua ou a sua transformação em emo, mas o filme tem vários acertos, sobretudo na construção do Homem-Areia e no arco de Mary Jane Watson.

Há dois problemas que fazem com que o filme seja tão massacrado. Para começar, a qualidade dos longas anteriores é tão alta que prejudica até mesmo os méritos de Homem-Aranha 3. Em segundo lugar, não podemos esquecer que muitas das decisões criativas ruins (como o Venom, por exemplo), foram fruto da pressão da Sony.

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Uma Noite Alucinante 3 (Army of Darkness, 1992)

A franquia Evil Dead (ou Uma Noite Alucinante, se preferir) é algo muito particular para os fãs de Raimi. Cada um tem seu filme favorito e é bem comum vermos discordâncias entre qual é o melhor e qual é o pior dentro da trilogia original. Porém, Uma Noite Alucinante 3 pega esse posto por ser um filme muito diferente e "estranho", levando em conta os anteriores.

Assumindo de vez o caráter absurdo e cômico, o filme segue Ash Williams após ser enviado ao passado, durante a Era Medieval. Lá, ele precisa lutar contra os Deadites ao mesmo tempo em que procura uma nova maneira de voltar para casa. É um bom filme, mas pode acabar causando a impressão errada em quem assistir os dois primeiros e partir para esse desavisado.

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Rápida e Mortal (The Quick and the Dead, 1995)

Enquanto ainda testava novos rumos e caminhos, Raimi também apostou em um gênero bem peculiar do cinema norte-americano: o western. Em 1995, ele dirigiu Rápida e Mortal, filme que trazia Leonardo DiCaprio em um papel de destaque muito antes de sua gloriosa participação em Titanic. Além dele, o longa conta com Sharon Stone e Russell Crowe.

O filme não foi muito bem recebido na época de seu lançamento, com várias críticas sobre o ritmo lento e a construção de personagens. Porém, olhando em retrospecto, é seguro dizer que Rápida e Mortal tinha vários méritos que foram deixados de lado, como uma excelente fotografia e uma direção bem estilosa por parte de Raimi, sem contar as atuações memoráveis.

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Darkman: Vingança sem Rosto (Darkman, 1990)

Antes de ser chamado pela Sony para dar vida ao Amigão da Vizinhança, Raimi investiu em seu amor por super-heróis e quadrinhos com Darkman: Vingança Sem Rosto, lançado em 1990 e detentor de uma base fiel de fãs até hoje. Além disso, é importante lembrar que se trata de seu primeiro filme produzido em um grande estúdio, o que abriu muitas portas para ele.

Na trama, Liam Neeson interpreta um brilhante cientista que é traído e deixado para morrer. Ele volta em busca de vingança, usando um traje bem imponente e assustador. Darkman recebeu aclamação por parte da crítica especializada, ganhando notoriedade pelas referências às HQs e à literatura pulp. Além disso, é um baita filme de ação com toques de horror.

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Homem-Aranha (Spider-Man, 2002)

Tido por muitos como um dos melhores filmes de origem de super-heróis de todos os tempos, o primeiro Homem-Aranha de Sam Raimi ainda é lembrado com louvor por muitos fãs do Amigão da Vizinhança, ainda mais levando em conta a época em que foi produzido e como conseguiu dar um gás em várias adaptações de quadrinhos que vieram posteriormente.

O filme traz Tobey Maguire no papel do herói, enquanto ainda está bem no começo de sua jornada, ganhando os poderes aracnídeos e enfrentando o perigoso Duende Verde. Além de trazer ótimos efeitos especiais para a época, o filme definitivamente consegue imprimir a personalidade do Aranha e sua ligação mais do que pessoal com a cidade de Nova York.

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Arraste-me para o Inferno (Drag Me to Hell, 2009)

Pouco depois de ter terminado a trilogia do Homem-Aranha nos cinemas, Raimi decidiu voltar com força total para o horror trash, e o resultado disso foi o delicioso Arraste-me para o Inferno, lançado em 2009. O filme é uma retomada de vários elementos que tornaram Uma Noite Alucinante um verdadeiro clássico nas mãos do diretor.

Na trama, uma funcionária de um banco se mete em grandes apuros ao negar ajuda a uma idosa cigana, Sylvia Ganush. O que ela não espera é que a velha rogue uma maldição em sua vida, que terminará apenas quando ela for arrastada para o inferno. O filme tem vários momentos icônicos e maravilhosos, como a cabra encapetada e o final gloriosamente sangrento.

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Um Plano Simples (A Simple Plan, 1998)

Lembrado até hoje como uma das obras mais impressionantes da carreira de Sam Raimi, o neo-noir Um Plano Simples ganhou reconhecimento por sua atmosfera densa e pelas brilhantes atuações, além das indicações a duas categorias no Oscar. No elenco, temos Bill Paxton, Bridget Fonda, Billy Bob Thornton e Gary Cole.

Na trama, três pessoas acabam encontrando milhões de dólares devido a um acidente de avião. Elas tentam esconder esse bolão das autoridades, mas logo começam a passar por situações tensas devido à desconfiança e o medo. É um filme excepcional, que mostra como Raimi também consegue dar conta de tramas mais sérias e densas.

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Uma Noite Alucinante 2 (Evil Dead II, 1987)

Em 1987, Sam Raimi produzia sua primeira sequência, mostrando como é capaz de fazer continuações tão boas ou melhores que os filmes originais. Uma Noite Alucinante 2 é a prova cabal disso, não apenas por ser uma baita sequência para A Morte do Demônio, mas também por funcionar quase como um remake completo do primeiro filme.

Muito do que conhecemos hoje na franquia Evil Dead está diretamente ligado a Uma Noite Alucinante 2, seja o humor mais escrachado e cínico ou até mesmo o lado badass de Ash Williams. É um filme insanamente delicioso, que figura entre as melhores obras já concebidas por Sam Raimi justamente por sua loucura.

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Uma Noite Alucinante: A Morte do Demônio (Evil Dead, 1981)

Em um empate técnico com sua continuação, temos Uma Noite Alucinante: A Morte do Demônio, o primeiro longa da franquia Evil Dead, e um dos principais responsáveis pela popularidade mundial de Sam Raimi. Feito com um orçamento baixíssimo, o longa deu origem a todos os filmes de "jovens na cabana enquanto são perseguidos por alguma coisa má".

O filme se confia muito em efeitos práticos e uma maquiagem nojenta, enquanto somos atirados de cabeça na vida de Ash Williams. Sem esse longa, não teríamos toda a franquia que veio depois, com direito à série Ash vs. Evil Dead. Por isso, o longa entra no segundo lugar da nossa lista - e caso você seja fã de terror e ainda não tenha visto, precisa corrigir isso imediatamente!

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Homem-Aranha 2 (Spider-Man 2, 2004)

Lançado em 2004, Homem-Aranha 2 é para muitos fãs o filme definitivo do herói nos cinemas. Uma continuação que melhora todos os aspectos do original, o filme explora bem uma nova aventura para Peter Parker, ao mesmo tempo em que mostra um momento particularmente difícil de sua vida heroica, quando seus poderes começam a falhar.

O filme não apenas é excelente na construção de seu protagonista, mas também apresenta um vilão espetacular na forma do Doutor Octopus, que acaba se tornando a contraparte perfeita do Amigão da Vizinhança. É a melhor interpretação live-action do herói e ainda conta com cenas muito marcantes, como toda a batalha no trem.