Ragnarok: Todos os deuses que aparecem na série da Netflix

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Ragnarok: Todos os deuses que aparecem na série da Netflix

Por Arthur Eloi

Ragnarok pode despertar o interesse dos fãs de mitologia nórdica. A série norueguesa da Netflix conquista ao combinar toques de jornada de amadurecimento adolescente com conceitos clássicos de deuses e monstros antigos, só que recontextualizados para os dias de hoje. Mas o quão fiel é o seriado à mitologia nórdica? Veja abaixo todos os deuses mostrados nas duas temporadas de Ragnarok, e como suas reencarnações se comparam com o material base!

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Thor - Magne

O protagonista vivido por David Stakston começa como um jovem meio fracassado na pequena cidade de Edda, mas ao longo da primeira temporada descobre ser uma reencarnação de Thor. Muito do ano um é focado na revelação e na experimentação de seus recém-adquiridos poderes, mas a segunda temporada mostra Magne cada vez mais confiante, mas ainda distante da popular imagem do deus do trovão.

Os maiores paralelos entre Magne e o Thor mitológico são, é claro, a capacidade de manipular raios e trovões, e também o uso do poderoso Mjolnir, martelo que nunca erra seu alvo, e que sempre volta para as mãos do dono após arremessado. Assim como nos textos originais, a arma na série também foi forjada pelas mãos de anões (ou um único anão, no caso). Um outro paralelo mitológico que foi incorporado pela série na segunda temporada foi a relação entre Magne e Saxa Jutul. É descrito que Thor, além de ser marido da deusa Sif, era amante da gigante Járnsaxa, com quem teve um filho chamado Magni.

Já a maior diferença está, é claro, na aparência do jovem. O protagonista até tem o porte largo de um guerreiro viking, mas sem a barba cheia ou os cabelos tão associados com a imagem do deus do trovão.

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Loki - Laurits

Irmão de Magne, Laurits (Jonas Strand Gravli) é um dos melhores personagens da série, e também um dos que mais bebe das suas origens mitológicas. Tudo bem que o programa só foi reconhecê-lo como uma reencarnação de Loki a partir da segunda temporada, mas os trejeitos do deus da trapaça são marcantes desde o primeiro momento.

O Loki da mitologia nórdica é um filho de gigantes criado entre os deuses, descrito como um ser trapaceiro, de desconfiança, e com habilidades mágicas. A segunda temporada foi fundo em incorporar muitos dos contos do deus da trapaça ao universo da série, como a descoberta de sua origem, a amizade e os atritos com Thor e Odin, e também Jörmungandr, a serpente parida por Loki que, eventualmente, cresce ao ponto de se enrolar no mundo todo. A criatura, inclusive, está diretamente relacionada ao Ragnarok, o apocalipse dos deuses.

Outra questão muito importante que foi trazida para o programa é a sexualidade do deus da mentira. Uma das principais características de Loki é usar a sua magia para assumir a forma que quiser, e isso inclui transitar entre apresentação mais masculina ou mais feminina. A série acerta ao dar um visual andrógeno para Laurits, e o jovem também passa muito da segunda temporada explorando a performance de gênero e sua própria sexualidade.

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Odin - Wotan Wagner

Foi apenas na reta final da segunda temporada que Wotan Wagner (Bjørn Sundquist), um senhor que fica numa casa de repouso de Edda, se revelou como a reencarnação de Odin. O personagem é parte da leva de novos deuses do programa, e ainda não foi muito desenvolvido além de se mostrar ser como um mentor para Magne.

Odin é a figura máxima da mitologia nórdica, descrito como o responsável pela criação do mundo, e também pai de deuses como Thor. O pouco da versão mostrada na série se alinha com a imagem geral da entidade: um senhor de um olho só que tudo enxerga e tudo sabe, que equilibra sabedoria e força para os tempos de guerra. Com Magne na missão de reunir mais deuses, as próximas temporadas devem dar mais destaque para Wotan.

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Freia - Iman Reza

Outra personagem introduzida na segunda temporada, Iman Reza (Danu Sunth) rapidamente despertou o interesse de Magne por demonstrar também ser um deus reencarnado. No caso, ela é Freia, a deusa do amor e da fertilidade, mas também da morte e da guerra. Toda essa contradição está presente em Iman, que conquista o protagonista pelo seu carisma e jeito leve, mas que rapidamente se revela ser manipuladora e impiedosa para conseguir o que quer.

Nos contos em que é citada, Freia é descrita por sua beleza, mas também por sua capacidade de batalha e relação com bruxaria. Na série, esse poder de conquista da personagem é traduzido como a habilidade de Iman de convencer qualquer um a obedecer suas palavras. As semelhanças param por aí, e a jovem ainda não ganhou os holofotes no programa, ficando apenas de secundária nas aventuras de Magne.

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Týr - Harry

Mais um personagem secundário que foi revelado como um deus na segunda temporada, Harry (Benjamin Helstad) é um mecânico na cidade de Edda. Magne e Iman tentam forçá-lo a forjar o martelo Mjolnir, mas sem muito sucesso na empreitada. Mais tarde, porém, o mecânico se revela ser a reencarnação de Týr.

O personagem da série tem poucas semelhanças com sua versão mitológica, que aponta Týr como um antecessor de Odin ao posto de deus da guerra e da justiça. Uma das principais semelhanças, porém, é a ausência de sua mão direita. Enquanto o texto original aponta que Týr perdeu o braço em um confronto com o lobo Fenrir, o seriado coloca como um ferimento de luta contra Fjor (Herman Tømmeraas), o que ainda retém o significado original de uma marca permanente de um ato de coragem em combate.