6 problemas que a Marvel Studios tem enfrentado desde Vingadores: Ultimato

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6 problemas que a Marvel Studios tem enfrentado desde Vingadores: Ultimato

Por Gus Fiaux

Desde que começou, em 2008, o Universo Cinematográfico da Marvel conseguiu ganhar espaço nas telas de cinema, tornando-se uma das franquias mais rentáveis e populares de todos os tempos. Isso só foi se intensificando com o tempo e graças a lançamentos como Os VingadoresGuerra Infinita Ultimato, os super-heróis tiveram seu apogeu no cinema.

No entanto, não dá para negar que, ao longo dos últimos anos, algo deu errado no meio de todo esse caminho. Enquanto os fãs continuam ávidos por novas histórias, o MCU gira em círculos e perde parte de seu apelo devido a decisões questionáveis de produção. Agora, é chegada a hora de listarmos 6 problemas que a Marvel Studios tem enfrentado desde o lançamento de Vingadores: Ultimato!

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Olhos só para o futuro, e não para o presente

Uma parte grande do que fez tantos fãs se apaixonarem e se conquistarem pelo Universo Cinematográfico da Marvel é o seu planejamento. Ao longo de quinze anos, Kevin Feige demonstrou um grande controle sobre sua franquia, criando uma vasta narrativa que se desdobra com cada novo filme, compondo uma saga gloriosa repleta de heróis e vilões.

Ao menos, isso foi o que aconteceu durante a Saga do Infinito, "bloco" composto pelas três primeiras "fases" do MCU. E foi exatamente isso que fez tantos outros estúdios falharem em suas tentativas de criarem universos compartilhados como a Marvel. Porém, de uns tempos para cá, todo esse planejamento parece mais um empecilho que um atrativo.

É como se cada filme lançado estivesse muito ocupado desenvolvendo fios narrativos que só serão trazidos de volta daqui a dois, três anos. Até mesmo produções boas como WandaVision e Falcão e o Soldado Invernal parecem mais preocupados em ser um teaser do que vem por aí do que se destacar como obra própria, e a cada nova estreia isso fica mais aparente.

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Quando o fanservice deixa de ser só um easter-egg...

Vingadores: Ultimato, de muitas formas, foi uma culminação grandiosa para uma história igualmente grandiosa. Por isso, certas decisões narrativas se encaixam perfeitamente com o filme, sobretudo a necessidade de fazer várias conexões e easter-eggs para os fãs mais aficionados. No entanto, isso foi se transformando em uma grande maldição para a saga, pouco a pouco.

Desde Ultimato, é como se a Marvel Studios soubesse que precisar dar ao público uma pequena porção da experiência oferecida na última aventura dos Vingadores, e tentasse continuamente replicar esse feito. Como resultado, o que temos são produções inchadas de easter-eggs e referências, mas com pouquíssimo conteúdo por si só.

Até mesmo a ideia de seguir pela rota do Multiverso tem criado frutos um tanto quanto azedos. Homem-Aranha: Sem Volta para Casa pode até ter conquistado muitos fãs, mas Doutor Estranho no Multiverso da Loucura usa participações especiais sem muito critério, algo que parece estar sendo o mesmo problema de Deadpool 3, que está sendo filmado agora.

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Sem clímax para as fases

Durante a Saga do Infinito, o MCU operava de uma maneira simples e direta, com cada "fase" culminando em um clímax próprio, quase sempre um filme dos Vingadores. Mesmo que longas como Era de Ultron não se responsabilizem por todas as tramas levantadas na fase, era como um grande evento para coroar o fim de mais uma leva de filmes.

Hoje, não existe mais esse conceito de "clímax" para cada fase, e parece que toda a trajetória das fases atuais só será concretizada com o lançamento de Vingadores: A Dinastia Kang e Guerras Secretas. A Fase 4 veio e se foi sem dar aos fãs um "fechamento" emocionante, e a Fase 5 está indo pelo mesmíssimo caminho.

Claro, o plano pelo visto é transformar a franquia dos Vingadores em um grande evento colossal, com filmes lançados em intervalos cada vez maiores, mas ainda é um pouco decepcionante saber que eventos retratados em obras como Shang-Chi e a Lenda dos Dez Anéis e Eternos só vão dar em algo daqui a muitos e muitos anos.

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Limitação artística

Não há como negar que Kevin Feige foi uma das lideranças mais curiosas e satisfatórias que o Universo Cinematográfico da Marvel teve até agora. O primeiro caso de um "produtor superestrela" dos últimos anos, ele foi capaz de desenvolver um fio narrativo rico ao longo da Saga do Infinito, e isso só demonstrou seu triunfo criativo por trás da Marvel Studios.

Mas uma hora, esse tipo de coisa começa a dar errado e todos partem para a cabeça do responsável - nesse caso, o próprio Feige. A verdade é que, se nós nos aprofundarmos nas produções mais recentes da Marvel, veremos uma linha de produção muito meticulosa, onde os artistas são meros contratados e quem "conta a história" é o próprio Feige.

Não há mais a liberdade criativa que muitos diziam haver no começo da saga, e até mesmo diretores bons como Taika Waititi, Chloé Zhao e Sam Raimi acabam sendo afetados pela pressão do estúdio. Junte isso ao número cada vez maior de produções e temos um mercado superfaturado, mas com muito pouco a oferecer de novo para seu público.

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Excesso de produções

A Saga do Infinito correu, de forma muito agitada, de 2008 a 2019, com vinte e três filmes. Depois disso, veio a pandemia do COVID-19 e tivemos uma breve pausa nas produções, até que tudo voltou ao normal em 2021. O problema é que, desde então, já tivemos nove filmes e nove séries, ou seja, 18 produções ao todo, em um período de apenas três anos.

No ápice de 2021, era como se não tivéssemos uma semana sem uma nova estreia do MCU, seja um filme ou um episódio lançado no Disney+. E por mais que isso abasteça os bolsos dos executivos da Disney, o público em si acaba ficando cansado e exaurido de ter que acompanhar tantos lançamentos com pouco intervalo entre si.

Após algumas experiências ruins, Bob Iger e Kevin Feige já disseram que vão diminuir a quantidade de produções da Marvel Studios pelo futuro próximo, e talvez essa seja uma das soluções mais simples para evitar o total cansaço do gênero dos super-heróis. É importante termos tempo para parar, respirar e pensarmos sobre o que assistimos, em vez de pularmos logo para o próximo episódio.

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Planejamento e produção corridos

Dando continuidade ao tópico iniciado no item anterior, não podemos dizer que a Marvel Studios está em um ritmo lento ou comedido. Pelo contrário, todo mês somos saudados com novas produções - algumas boas, outras nem tanto. Porém, quase todas compartilham de um problema em comum: elas precisavam de mais tempo para ser finalizadas.

Veja bem, Mulher-Hulk: Defensora de Heróis é uma sitcom divertida e cheia de momentos interessantes, mas um tempinho a mais na pós-produção garantiria um visual menos borrachudo para a personagem titular. Se Thor: Amor e Trovão não fosse feito tão às pressas, não teríamos alguns erros e atrocidades no uso de CGI, e por aí vai.

Mas não é apenas o departamento visual que sofre com a pressa da Disney em lançar novos projetos: até mesmo os roteiros estão ficando cada vez mais furados e desinteressantes, porque um filme ou série é anunciado e ganha a data de lançamento antes mesmo de ter tido seu roteiro finalizado. Talvez seja melhor puxar o freio nas produções e dar tempo para os artistas darem conta do recado.

<li><em><a href="https://www.legiaodosherois.com.br/2023/universo-cinematografico-marvel-ordem-cronologica-filmes-series.html" target="_blank" rel="noopener">A ordem cronológica definitiva dos filmes e séries da Marvel</a></em></li>