Pokémon XY foi uma das maiores sagas do anime, que trouxe mais maturidade a história elevou a qualidade da animação a níveis de cinema. Pena que os próprios filmes, que foram exibidos nos cinemas japoneses, não chegaram ao mesmo patamar.

Pokémon: Diancie e o Casulo da Destruição é apenas um de uma sequência de filmes genéricos que seguem uma fórmula de Pokémon fofo em perigo, onde nada de impressionante ou memorável acontece. Uma grande oportunidade perdida.

Outro filme completamente genérico da era XY. A donzela da vez é a Magearna, que só surgiria na geração seguinte, e Volcanion aparece como o Pokémon bruto mal compreendido, repetindo o papel presente em filmes melhores da franquia. O mais interessante no filme é a presença de diversas Mega Evoluções, algumas delas shinies.

Pokémon: Hoopa e o Duelo Lendário é uma situação à parte. Devido a seu poder de criar portais dimensionais, Hoopa consegue trazer diferentes lendários de várias eras para esse filme. A história em si é quase inexistente, mas tentaram mascaram isso com uma chuva de easter eggs.

Evolução, que chegou no ocidente como um original Netflix, é um remake do primeiro filme da franquia — Pokémon O Filme: Mewtwo Contra-Ataca. De modo geral, repete os mesmos elementos originais com visual tridimensional em computação gráfica. Mas o filme vai trazendo algumas alterações significativas em diversos detalhes que tira todo o charme da experiência. Consegue matar os momentos divertidos e profundo, cortando qualquer possível discussão filosófica do original. Uma perda de tempo feia.

Agora entramos na era Preto e Branco, considerada uma das piores do anime, produziu filmes razoáveis, mas nenhum memorável. Pokémon: Kyurem contra a Espada da Justiça traz a fórmula genérica de um lendário surta e outro mais comedido tem que salvar o dia. Dessa vez, Kyurem assume o posto de vilão, enquanto Keldeo precisa superar seus medos.

Pokémon: Genesect e a Lenda Revelada repete a ideia de um lendário surta e o outro tem que consertar tudo. Dessa vez, um Genesect shiny é o vigarista, enquanto uma Mega Mewtwo Y salva o dia. Acaba sendo uma oportunidade perdida trazer uma nova Mewtwo, sem qualquer ligação com o primeiro filme da saga. Poderia trazer mais complexidade para a história, mas é só mais uma forma de divulgar um novo Pokémon mítico.

O único filme que tentou fazer algo diferente na era Preto e Branco, a começar pela distribuição. Pela primeira vez, Pokémon lançou duas versões do mesmo filme com pequenas diferenças, como acontece nos jogos. Por si só, esse truque não torna o filme melhor, mas a história em si é um tanto interessante — aprofunda o passado dos lendários Zekrom e Reshiram, apresentando também o carismático mítico Victini.

Esse filme traz Ash, Pikachu, Brock e os irmãos Max e May em uma aventura na região de Hoenn. Depois que o mítico Pokémon Jirachi desperta, o mago "Grande Mordomo" tenta realizar seu plano de evocar um Groudon, um Pokémon lendário capaz de provocar um verdadeiro estrago. O clímax lembra o desfecho de Princesa Mononoke, só não empolga tanto quanto o clássico do Estúdio Ghibli.

Entre os filmes clássicos, Heróis Pokémon acaba sendo um dos mais esquecidos, muito em parte por ter sido o primeiro a deixar de ser exibido nos cinemas.

Na trama, Ash chega a cidade Alto Maré, um lugar muito semelhante a nossa Veneza. A cidade guarda uma lenda relacionada a um tesouro protegido pelos Pokémon Irmãos Infinito, Latias e Latios. A sequência inicial ganha sentido próximo do seu clímax, que é um dos mais emocionantes de toda a série, e o vilão é muito bem construído.

O Poder de Todos acaba decepcionando um pouco por ser a sequência direta de um filme incrível, mas ainda assim é uma experiência agradável.

A história acontece em um universo paralelo, independente do anime, e presta uma homenagem ao filme O Poder de Um no cerne de sua história. O longa acompanha a história de diferentes treinadores, mostrando como as relações com os Pokémon podem ser diversas. Funciona bastante como um slice of life, até tudo se conectar no final com o surgimento de Zeraora.

Zoroark - Mestre das Ilusões também é bastante especial por ser o único filme solo da era Diamante e Pérola, uma das melhores. A trama foca na relação do misterioso Pokémon que cria ilusões, Zoroark, e seu filhote Zorua. Um vilão quer explorar esse poder e, para se defender, ele acaba criando versões ilusórias de Entei, Raikou e Suicune — todos shinies.

Marca o retorno do Celebi, que tem um pequeno papel na história, e lembra um pouco a atmosfera do filme do Lucario.

Apostando na ficção científica, Alma Gêmea é um dos filmes mais influentes da franquia, servindo de base para o prólogo de Omega Ruby e Alpha Sapphire anos depois.

A história tem ares de A Era de Ultron e traz um Pokémon Alienígena, Deoxys, que domina uma cidade e taca o terror enquanto procura por sua cara metade que também veio do espaço. A criatura acaba criando uma relação especial com Tory, o novo personagem, e a relação é crucial para o desenrolar da trama.

O nono filme é um caso muito especial porque, como o nome sugere, ele é inspirado diretamente em um jogo spin-off da franquia, Pokémon Ranger. Outro ponto que ajuda a diferenciar este longa dos demais é o grande foco na May e em sua relação com Manaphy.

O longa desenvolve cuidadosamente a mitologia que cerca o Príncipe dos Mares, tanto sua origem como um ovo quanto seus poderes misteriosos. É uma história delicada como poucos outras na franquia, deixando o espectador com um quentinho no coração do início ao fim.

Pokémon: Arceus e a Jóia da Vida fecha trilogia de filmes da era Diamante e Pérola, que continua sendo um dos projetos mais ousados da franquia até hoje. Além de trazer um desfecho para a trama iniciada nos filmes anteriores, amarrando tudo em um grande final, consegue contar sua própria história no passado que serviu de inspiração para o jogo Pokémon Legends: Arceus.

Em certo momento, Ash e seus amigos são transportados para o passado, em uma era antes do surgimento das Pokébolas. E assim ele conheceu um humano que fez um pacto com o Deus Arceus, que deu errado despertando a ira divina. Para resolver tudo, a turma precisa resolver uma trama cheia de armações. Nenhum outro filme conseguiu replicar o nível de grandiosidade de precisar aplacar a fúria de um Deus.

Celebi, A Voz da Floresta foi o primeiro filme a lidar com viagens no tempo e usa esse artifício para contar uma história bastante delicada e emocionante.

No passado, Ash encontra um velho conhecido do presente quando ainda era uma criança, Sammy, e juntos eles precisam proteger o adorável Celebi de um amargo caçador de Pokémon. A trama envolve Pokémon sombrosos, que se tornaram relevantes novamente em Pokémon Go, e ainda conversa sobre morte e ecologia de uma forma muito bonita.

Pokémon: Giratina e o Cavaleiro do Céu funciona tão bem que gerou uma série de cópias mal feitas na própria franquia. Este foi o primeiro filme a usar a dinâmica de lendário surtado destruindo tudo e um mítico bonzinho tendo que arrumar a bagunça — dessa vez, Giratina e Shaymin.

Este é o segundo filme da trilogia Diamante e Pérola, mostrando as consequências que as brigas entre realidade causaram em uma dimensão paralela do multiverso Pokémon — o Mundo Reverso.

O Pesadelo de Darkrai começa inocente, mas acaba dando um pontapé na trilogia Diamante e Pérola, a mais séria e complexa de toda a franquia. A trama se passa na cidade de Álamo em que um amargo Pokémon está prendendo as pessoas no mundo dos sonhos, quase como acontece em Sandman.

Porém, conforme o roteiro progride, a cidade vira o epicentro de uma catástrofe no espaço-tempo — a batalha entre Dialga, que reina sobre o tempo, e Palkia, que controla o espaço. Ecos deste conflito continuam presentes por mais dois filmes, mas acima de tudo, o mais impressionante é como os roteiristas conseguem desenvolver esta bagunça sem largar de mão as dinâmicas entre os carismáticos novos personagens. Uma obra prima.

Voltando a região de Hoenn, Pokémon: Lucario e o Mistério de Mew foi um filme tão influente que mudou Ash na história do anime para sempre. O filme introduz o conceito de Guardião da Aura que retorna no anime Diamante e Pérola e foi resgatado recentemente em Jornadas, quando Ash finalmente captura seu próprio Riolu.

A trama começa muito no passado e pode ter inspirado a guerra mencionada no jogo XY. Quando o conflito chegou ao fim, o campeão Sir Aaron aprisionou seu Lucario em um cetro, que foi para nas mãos de Ash séculos depois. A história acompanha o Pokémon se adaptando a esse novo mundo e Ash descobrindo mais sobre seu antepassado. O final é muito emocionante.

Depois que um colecionador de Pokémon captura os três pássaros sagrados Moltres, Zapdos e Articuno, uma catástrofe climática se abate sobre o mundo, e os heróis precisam se unir até mesmo à improvável Equipe Rocket para impedir que o pior aconteça.

Com a aparição do suntuosos pássaros e do lendário Lugia, o filme é um dos mais lembrados pelos fãs até hoje. A história é mais contida que o primeiro filme, mas traz um carga emocional muito maior e uma delicadeza que poucos outros conseguiram alcançar.

Pokémon o Filme: Segredos da Selva é o filme mais recente da franquia e a prova viva que, depois de décadas, enfim os longas estão dispostos a explorar novas propostas.

Por incrível que pareça, esta é uma releitura de Tarzan no universo Pokémon. Zarudes, os novos Pokémon místicos, fazem a vez dos gorilas da história, enquanto o pequeno Coco é o grande protagonista. Por ter uma base em uma história tão bem consolidada, Segredos da Selva consegue construir um dos enredos mais primorosos da franquia, sem sequer ter Ash como protagonista.

Quando o anime chegou na era Sol e Lua, quase um recomeço para a franquia, os filmes também resolveram se reinventar. Pokémon: Eu Escolho Você começa com a proposta de recontar o emocionante encontro de Ash e Pikachu que acontece no primeiro episódio, mas expande sua história para algo surpreendente.

Após recontar os primeiros passos da jornada de Ash, o filme explora mais da relação do protagonista com a lenda de Ho-oh. A jornada do garoto continua em um universo próprio, completamente diferente do anime, onde os eventos acontecem de forma completamente diferentes. Pokémon de diferentes gerações aparecem e o longa parece uma verdadeira celebração de tudo que a franquia representa.

Pokémon: O Filme 3 - O Feitiço dos Unown correu para que WandaVision pudesse caminhar! A história acompanha Molly, uma garotinha que perdeu o pai em uma excursão arqueológica. Seu sofrimento despertou a compaixão dos Unown, criaturas misteriosas com o poder de alterar a realidade.

A jovem decide criar seu próprio mundo de fantasia, com Pokémon de mentiras e um lendário que serviria de pai para ela, o poderoso Entei. A situação sai de controle quando seu mundo de faz de conta começa a tomar a cidade vizinha e seu desejo de reconstruir sua família faz com que Entei sequestre a mãe de Ash. Basicamente o incidente de Westview, mas no universo Pokémon.

O primeiro filme da franquia segue reinando como o melhor — Pokémon: O Filme - Mewtwo Contra-Ataca. E não é questão de nostalgia! O filme explora a mitologia de Mewtwo, uma tentativa humana de replicar o Mew que gerou algo ainda mais poderoso.

Com um roteiro espetacular, a história consegue levantar debates filosóficos sobre existencialismo, mecanicismo e livre arbítrio sem deixar de ser mais uma leve aventura na jornada de Ash. Tem muitos diálogos marcantes, como os Meowths encarando o céu, e o Mewtwo com uma presença respeitável como vilão. Nenhum filme consegue superar e ainda tem cenas marcantes, como a marcha de Ash e sua petrificação.