As 5 piores e 5 melhores representações do Brasil em filmes de Hollywood

Capa da Publicação

As 5 piores e 5 melhores representações do Brasil em filmes de Hollywood

Por Equipe Legião dos Heróis

Não é surpresa para ninguém que os Estados Unidos se veem como o centro do mundo – e isso é diretamente refletido nas séries de TV, na música, nos livros e games e obviamente, nas produções cinematográficas. Ao longo dos anos, o cinema serviu para replicar a visão hegemônica norte-americana, incluindo sobre outros países do mundo.

E nesse jogo, o Brasil passou por vitórias e derrotas. Enquanto alguns filmes conseguem replicar muito bem detalhes de nossa cultura, história e até mesmo nossa biodiversidade, há produções que passam uma visão superficial, lotada de estereótipos e, por vezes, até equivocada. Aqui estão as 5 melhores e 5 piores representações do Brasil em filmes de Hollywood!

Imagem de capa do item

PIOR: 007 Contra o Foguete da Morte (1979)

Que europeus e norte-americanos não sabem noções básicas de geografia, todo mundo já sabe. Porém, isso fica ainda pior quando é aplicado em outros países, sempre como uma forma de tornar tudo mais simplificado para um público médio norte-americano. Vemos isso em 007 Contra o Foguete da Morte, quarto filme da franquia James Bond com Roger Moore.

Com boa parte da trama ambientada em solo nacional, o filme comete alguns erros crassos na hora de retratar a nossa geografia. Por exemplo, aqui vemos as Cataratas do Iguaçu bem no coração do Brasil, do ladinho do Pão de Açúcar. E se você acha que não podia ficar pior, ainda temos uma pirâmide maia bem no centro da Floresta Amazônica.

Imagem de capa do item

PIOR: Feitiço do Rio (1984)

A visão norte-americana sobre o Brasil carrega consigo vários estereótipos e arquétipos bem negativos, especialmente em relação à hipersexualização de mulheres e a "permissividade" que se encontra no país. Um exemplo disso é o bizarro Feitiço do Rio, de 1984, estrelado por Michael Caine. O filme traz a história de um cara mais velho que se apaixona por uma jovem moça.

O longa carrega consigo uma visão tão estereotipada das praias brasileiras que, em dado momento, vemos uma grande praia no Rio de Janeiro, onde várias mulheres estão de topless - incluindo uma das estrelas do filme, a lendária Demi Moore. Além disso, uma personagem possui um macaco de estimação em plena Ipanema, como se fosse um pet comum por aqui.

Imagem de capa do item

PIOR: Anaconda (1997)

Que a biodiversidade brasileira é de encher os olhos, certamente não há uma sombra de dúvidas. Ainda assim, Hollywood exagera em diversos aspectos na hora de retratar histórias passadas no Brasil, justamente para criar um clima exótico e, por vezes, ameaçador - como acontece em Anaconda, filme de 1997 que deu origem a uma franquia do cinema trash.

O longa trata a Floresta Amazônica como um lugar perigoso e traiçoeiro, no qual os protagonistas - muitos deles impelidos por noções colonizadoras e egoístas - se veem reféns de criaturas terríveis, como a própria cobra que dá nome ao filme. Além disso, o filme também mostra javalis em plena floresta tropical, mesmo sendo uma espécie nativa da Europa e da América do Norte.

Imagem de capa do item

PIOR: Turistas (2006)

Sempre que norte-americanos fazem filmes de horror situados em outros países, há um senso de perigo e mistério para esses lugares, como se todo e qualquer lugar fora dos Estados Unidos fosse o inferno na Terra. O clássico de locadora Turistas, de 2006, retrata isso de uma forma bem sombria, com o Brasil servindo como centro de uma rede de tráfico de órgãos.

Primeiro filme norte-americano gravado inteiramente no Brasil, o longa até é cheio de momentos de tensão e suspense, mas pinta o nosso país como um lugar extremamente perigoso e traiçoeiro. É um local de devassidão, bebida em excesso e sexualidade aflorada, com personagens fazendo topless em uma praia casualmente.

Imagem de capa do item

PIOR: O Incrível Hulk (2008)

Uma das maiores reclamações de fãs brasileiros sobre a forma como o país é retratado em produções norte-americanas é justamente nosso idioma, que é pouco respeitado. Para gringos, todos nós da América Latina falamos a língua espanhola, assim como nossos hermanos, e isso acaba criando um vício de representação em nossas aparições no cinema hollywoodiano.

Um bom exemplo é O Incrível Hulk, único filme (até agora) do Universo Cinematográfico da Marvel com uma parte ambientada no Brasil. Apesar de ter atores brasileiros como Débora Nascimento, o filme é uma verdadeira confusão, com personagens falando em português brasileiro, espanhol e até mesmo o português lusitano.

Imagem de capa do item

MELHOR: Uma Noite no Rio (1941)

Veja bem, quando falamos de representações positivas do Brasil no cinema estrangeiro, sobretudo norte-americano, temos que nos deparar com uma ou outra visão estereotipada do país, em grande parte pela falta de vivência dos diretores e artistas envolvidos. Da mesma forma, apenas algumas cidades são tratadas com destaque no cinema internacional, como o Rio de Janeiro.

A Cidade Maravilhosa é tema de vários filmes, e um que faz jus aos encantos nacionais é o musical Uma Noite no Rio, de 1941, dirigido por Irving Cummings. Na trama, um cafajeste se passa por um aristocrata rico vivendo no Rio de Janeiro, e as coisas logo se complicam quando a esposa do ricaço descobre a falcatrua. O filme ainda conta com Carmen Miranda no elenco.

Imagem de capa do item

MELHOR: Diários de Motocicleta (2004)

O grande líder da revolução cubana, Che Guevara levou uma vida muito interessante, e Diários de Motocicleta, do brasileiro Walter Salles, é um ótimo filme para quem quer conhecer mais das origens do revolucionário. O longa acompanha uma viagem feita por ele e seu amigo Alberto Granado , que decidem explorar todos os lugares da América do Sul.

Gravado em vários países latino-americanos, o filme apresenta uma visão menos estereotipada do Brasil - em grande parte graças ao seu diretor ser nativo daqui. Além disso, é um filme que explora as similaridades e até as diferenças entre nós e nossos irmãos latinos, além de ter sido indicado a dois Oscars (ganhando o de Melhor Canção Original).

Imagem de capa do item

MELHOR: Rio (2011)

Ainda que seja visto com maus olhos por alguns brasileiros por replicar uma série de estereótipos e tropos nacionais, a animação Rio não merece ser tratada como uma representação ruim do Brasil, de forma alguma. Claro, há uma presença muito grande do samba, do carnaval e até do futebol, mas as qualidades do longa de 2011 se sobressaem.

Em parte, o que torna Rio uma experiência tão interessante é justo a sua poderosa mensagem contra o tráfico de animais silvestres. Além disso, o filme ainda reforça a beleza da nossa biodiversidade e apresenta o Brasil como um país cheio de encantos. Parte dessa perspectiva positiva se deve ao cineasta Carlos Saldanha, que é brasileiro e comandou a animação.

Imagem de capa do item

MELHOR: Amazônia (2013)

A biodiversidade brasileira também é assunto de diversas produções que não são necessariamente nacionais. Esse é o caso de Amazônia, de 2013, um filme dirigido pelo francês Thierry Ragobert, que traz no elenco nomes de peso como Martin Sheen, Lúcio Mauro Filho, Isabelle Drummond e mais, e conta a história do esperto macaquinho Castanha.

Castanha viveu boa parte de sua vida no Rio de Janeiro, mas é sequestrado e levado para se tornar uma atração de circo. No meio da viagem, o avião cai no coração da Floresta Amazônica, e Castanha precisa encontrar o seu espaço em meio à natureza. É um filme bonito e envolvente, que mostra o Brasil sob uma ótica menos americanizada.

Imagem de capa do item

MELHOR: Rio, Eu Te Amo (2014)

Ainda que esteja longe de ser um sucesso de crítica, a antologia Rio, Eu Te Amo merece um destaque nessa lista, justamente por nos trazer uma série de perspectivas positivas sobre a Cidade Maravilhosa, com vários diretores de peso sendo responsáveis pelos diferentes segmentos - alguns brasileiros, que nem Andrucha Waddington, Fernando Meirelles e José Padilha.

O filme se divide em dez segmentos, cada qual com sua história. Só temos a ambientação em comum em cada uma dessas narrativas, já que todas têm o Rio de Janeiro como pano de fundo, oferecendo um olhar rico e profundo para as belezas, maravilhas e encantos, mas também a desigualdade e todos os problemas vivenciados no cartão-postal brasileiro.