Os 5 piores e os 5 melhores filmes animados da DC Comics

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Os 5 piores e os 5 melhores filmes animados da DC Comics

Por Gus Fiaux

DC Comics é bem conhecida pelos seus quadrinhos, mas se tem um ramo da editora que encantou os fãs ao longo dos anos, certamente foram as animações. Desde 2007, vemos uma iniciativa bem interessante por parte da DC e da Warner Bros. em produzir diversas adaptações animadas de arcos, sagas e personagens desse universo fantástico, seja como filmes independentes ou partes de uma franquia compartilhada.

Histórias clássicas do Batman, Superman, Liga da Justiça e diversos outros heróis foram levadas às animações lançadas direto para DVD, com algumas se tornando grandes clássicos entre os fãs dos quadrinhos da editora. Porém, vez ou outra passaram algumas obras bem aquém da qualidade que esperávamos desse tipo de produção. Por isso, aqui listamos os 5 melhores e 5 piores filmes animados da DC Comics!

Para esta lista, estamos desconsiderando filmes como Batman: A Máscara do Fantasma, Os Jovens Titãs: Missão Tóquio, Os Jovens Titãs em Ação! Nos Cinemas e Batman do Futuro: O Retorno do Coringa, tendo em vista que esses filmes são sequências das respectivas séries de TV muito populares na época. Além disso, deixamos de fora também LEGO Batman: O Filme, já que traz outra proposta e faz parte da franquia cinematográfica LEGO.

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Pior - Batman: A Piada Mortal (2016)

O Batman é o protagonista da maioria esmagadora de animações da DC Comics, então não se surpreenda em ver o Cavaleiro das Trevas assumindo muitos itens desta lista, para o bem ou para o mal. Para começar, a aguardada animação Batman: A Piada Mortal, que adaptava o icônico quadrinho de Alan Moore, propondo um estudo psicológico sobre o Coringa e sua vilania insana.

O maior problema de A Piada Mortal (que inclusive faz dele o pior filme animado da DC, sem sombra de dúvidas) é que a história da graphic novel original é deixada em segundo plano, enquanto temos um prelúdio bizarro que explora a relação entre Batman e a Batgirl - incluindo uma cena de sexo pavorosa que consegue estragar, em poucos minutos, a relação dos dois personagens.

Para piorar, quando a trama de A Piada Mortal em si começa, é apenas um copia e cola genérico dos quadrinhos, sem dar a devida profundidade e complexidade emocional à história, algo que deixou diversos fãs frustrados, aborrecidos e decepcionados. Se você procura um bom filme animado da DC Comics, passe bem longe deste.

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Pior - Batman: Silêncio (2019)

Outra saga do Cavaleiro das Trevas comprometida por decisões ruins em sua adaptação animada é Batman: Silêncio. Nos quadrinhos, trata-se de uma das histórias mais arrebatadoras do herói, prestando homenagens e tributos a toda sua mitologia. Porém, o filme animado joga tudo pela janela em uma obra insossa e sem o devido cuidado da HQ.

Se quer evitar spoilers desse filme, é melhor fugir enquanto ainda é tempo. Basicamente, o longa é ambientado no universo compartilhado de filmes que surgiu com Liga da Justiça: Ponto de Ignição. Essa franquia veio com grandes inspirações nos Novos 52 e trouxe mudanças no estilo animado tradicional das animações da DC, o que deixou alguns fãs enfurecidos.

Porém, nenhuma dessas questões resume os problemas de Batman: Silêncio. O grande mistério dos quadrinhos a respeito da identidade do vilão Silêncio é subvertido em uma reviravolta sem pé e nem cabeça, quando descobrimos que o Charada é o grande maquinador de toda a trama. Decepcionante, para dizer o mínimo.

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Pior - O Filho do Batman (2014)

Desde que foi introduzido nos quadrinhos, Damian Wayne virou motivo de discussões e debates acalorados entre os fãs da DC Comics. O garoto é conhecido por ser o fruto do relacionamento de Bruce Wayne e Talia al Ghul, sendo treinado pela Liga dos Assassinos como a arma perfeita para matar o Cavaleiro das Trevas.

No já citado universo compartilhado que adapta os Novos 52, o moleque se tornou uma parte integral dos filmes do Cruzado Encapuzado a partir de O Filho do Batman, lançado em 2014. Embora alguns gostem da evolução do novo Robin, é um consenso geral que ele é irritante, explosivo demais e bem dispensável para a mitologia do seu pai.

O Filho do Batman, por outro lado, não parece se importar muito com isso. O filme é inteiramente focado em Damian e seus chiliques, enquanto se prova um anti-herói violento e sanguinário nos moldes do Capuz Vermelho (só que sem o mesmo charme). Para piorar, é ridículo ver o Exterminador sendo derrotado facilmente pelo garoto, mais de uma vez ao longo da trama.

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Pior - Jovens Titãs: O Contrato de Judas (2017)

Em 2016, a DC resolveu investir em A Liga da Justiça e os Jovens Titãs, um filme modesto e bem interessante que apresenta a equipe juvenil da editora nesse universo animado dos Novos 52. Apesar de seus problemas, o longa consegue manter um ritmo interessante e trabalha bem seus heróis e vilões - o que já não acontece em Jovens Titãs: O Contrato de Judas.

Baseado no arco homônimo dos Jovens Titãs, que acabou se tornando uma das histórias mais reconhecidas e amadas da equipe, O Contrato de Judas atira para todos os lados e acerta em poucos alvos corretos. Para começar, nenhum dos personagens é bem desenvolvido ao longo do filme, um fator que piora quando vemos a quantidade de heróis no grupo.

Além disso, todo o ritmo, ação e narrativa do longa fica bem aquém dos demais filmes animados da DC, até mesmo nessa era controversa dos Novos 52. A dinâmica entre Terra e o Exterminador é estranha, para dizer o mínimo - e não ajuda o fato de que a série animada dos Jovens Titãs tenha conseguido fazer uma adaptação melhor do arco quase uma década antes do lançamento dessa animação.

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Pior - A Morte do Superman (2007)

Para fechar o ciclo dos piores, é importante retornarmos ao início. Em 2007, a DC Comics se juntava à Warner Bros. Animation para entregar A Morte do Superman, um filme animado que adaptava a saga de mesmo nome e serviria como base para todas as animações posteriores, ainda que não tenha sido parte de nenhum universo compartilhado.

Esse arco em si é muito emblemático para a história do Homem de Aço (e até falaremos um pouco mais disso depois), mas o longa, ainda que inovador para a época em que foi lançado, acaba sendo uma adaptação fraca, com pouco investimento emocional por parte do público. E isso se deve a uma série de motivos.

A história traz pouco do Apocalypse, um vilão que é fundamental para esse arco nos quadrinhos. Tudo isso resulta no fato de que o filme trata bem rapidamente da morte do Superman em si, preferindo focar mais nas consequências e no retorno glorioso do herói - que, por si só, não é tão interessante assim.

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Melhor - Batman: O Cavaleiro das Trevas - Partes 1 & 2 (2012 e 2013)

Agora, vamos às boas animações. Em 2012 e 2013, pouco depois do final da trilogia de filmes de Christopher Nolan à frente do Cruzado Encapuzado, tivemos o lançamento de Batman: O Cavaleiro das Trevas, um longa em duas partes que adapta com fidelidade impressionante o arco das HQs escrito por Frank Miller.

O filme é um dos primeiros da DC Comics a tratar de temas tão maduros e apresentar um alto grau de violência, algo que é importantíssimo para que a adaptação da história desse certo. Além disso, há uma divisão bem esperta nas duas partes, já que a primeira foca no retorno do Batman, enquanto a segunda explora as lutas contra o Coringa e o Superman.

O estilo de animação é impecável e consegue recriar vários dos momentos mais gloriosos da graphic novel original, ao mesmo tempo em que a ação é maximizada. A nova Robin (cuja identidade secreta é Carrie Kelley) também é muito bem explorada. Enfim, é a adaptação definitiva de O Retorno do Cavaleiro das Trevas que jamais veremos em live-action.

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Melhor - A Morte do Superman (2018)

Pois bem, se em 2007 a DC Comics ainda engatinhava nas animações, mais de uma década depois a editora já era bem conhecida por suas produções, um renome que só foi crescendo. Por isso, como parte de seu universo dos Novos 52, tivemos uma nova adaptação de A Morte do Superman, que dessa vez deu muito certo.

Embora tenha sido um tanto criticada pela forma como trata o Homem de Aço, o novo filme sabe focar muito bem nos elementos emocionais que compõem o arco nas HQs, dando tempo para que possamos nos despedir desse herói e reconhecer sua importância para o mundo, coisa que nem mesmo Batman vs. Superman: A Origem da Justiça conseguiu fazer.

É uma pena que a continuação, Reino do Superman tenha deixado um gosto amargo na boca dos fãs, mas não há como negar que o filme de 2018 sabe trabalhar bem um dos maiores ícones da DC Comics. Infelizmente, o personagem acabou não tendo outras aventuras solo antes ou depois nessa continuidade dos Novos 52.

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Melhor - Liga da Justiça: A Nova Fronteira (2008)

Uma bela homenagem à Era de Prata dos quadrinhos, um período onde tudo era mais simples e os heróis eram o pináculo da verdade, da justiça e liberdade, Liga da Justiça: A Nova Fronteira é uma animação primorosa, que se destaca das demais lançadas pela DC Comics sobretudo por sua animação ainda mais estilizada.

O longa é baseado na HQ homônima de Darwyn Cooke, e é ambientado nos anos 50, passando uma atmosfera clássica e requintada para a aventura dos heróis. Aqui, vemos a formação da equipe de uma maneira bem interessante, com vários heróis se juntando ao grupo para derrotar uma entidade que planeja erradicar os seres humanos.

Em suma, a trama sabe exatamente aonde ir para explorar figuras como o Lanterna Verde, Caçador de Marte, Flash e Mulher-Maravilha, sem focar excessivamente no Superman e no Batman (algo que filmes posteriores acabaram fazendo). É uma bela história e um lembrete de como super-heróis são importantes, não apenas para a DC Comics mas também para a cultura pop no geral.

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Melhor - Grandes Astros: Superman (2011)

Baseado na HQ homônima de Grant Morrison e Frank Quitely, e escrito por ninguém menos que Dwayne McDuffie, o longa animado Grandes Astros: Superman é um exercício brilhante de exploração e desenvolvimento do Homem de Aço, fornecendo uma história atemporal sobre o papel do herói no Planeta Terra.

Na trama, vemos o Superman em seu momento mais fragilizado. Ele está com uma doença terminal e sabe que morrerá em breve, então precisa correr atrás e resolver diversas pendências para deixar um mundo melhor antes de sua partida. É através disso que vemos toda a bondade e o peso do herói, enquanto ele luta contra o relógio pelo seu lar.

A animação não tem muitas sequências de ação e prefere explorar um lado diferenciado do Homem do Amanhã, sempre trabalhando sua relação com os civis e até mesmo com Lois Lane, a Superwoman nesse universo. Para quem gosta do herói, é uma animação indispensável que sabe trabalhar exatamente a esperança que Kal-El significa.

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Melhor - Batman Contra o Capuz Vermelho (2010)

Em primeiríssimo lugar, representando o melhor filme animado da DC até hoje, temos Batman Contra o Capuz Vermelho, um longa que quiçá pode ser encontrado em listas de melhores filmes de super-heróis de todos os tempos, figurando ao lado de vários live-action multimilionários. E tudo isso se dá devido à qualidade impecável da narrativa e da animação.

Na trama, somos levados em uma viagem pela vida do Cavaleiro das Trevas, desde que ainda tem como Robin o rebelde e irresponsável Jason Todd. A tragédia acontece quando o Coringa "mata" Todd em um ataque insano e visceral, o que abre as portas para a chegada do Capuz Vermelho e o grande mistério por trás do longa.

O filme pode até não ter cenas de violência muito explícitas, mas possui temas bem pesados e uma narrativa madura, perfeita para confabular com esse arco da vida do Batman. Além disso, o Capuz Vermelho (que não passa de Jason Todd, em busca de vingança) se prova um adversário à altura, atacando o Cavaleiro das Trevas em todos os seus pontos fracos, sejam eles físicos, emocionais ou psicológicos.