Galactus sempre foi visto como uma força de destruição e terror por onde passava. Conhecido como Devorador de Mundos, ele viajava pelo universo, acompanhado de seus arautos, que o levavam a planetas prontos para serem consumidos pelo titã cósmico. Entretanto, no primeiro arco da revista dos novos Supremos - Ultimates -, algo inesperado acontece.

Ao passar por um processo similar ao que o transformou no Devorador de Mundos, Galactus reverte sua mecânica e se torna um Criador de Mundos, restaurando todos os planetas que ele devorou no Universo, um a um. Agora, os Supremos são seus arautos e eles o guiam pelo cosmos, o que foi uma reviravolta bem surpreendente e interessante na história da entidade.

Embora Mark Waid seja um escritor elogiado, pouco de seu trabalho em All-New, All-Different Avengers realmente chamou atenção pela qualidade, o que acabou resultando em um título esquecível, abrilhantado apenas pelas capas de Alex Ross. Entretanto, a nova revista dos Vingadores soube trazer algo interessante para a editora: fazer o diálogo e a "passagem de manto" da geração mais antiga para os novos heróis.

Mais que tudo, era divertido ver a interação entre Miss Marvel, Miles Morales e Nova com os outros Vingadores mais velhos, resultando em tramas de desconfiança e amadurecimento. A culminação disso foi a criação de uma equipe e uma revista própria para essa nova geração de heróis. O resultado pode ser lido em Champions.

Certamente, um momento muito controverso a ser citado jaz à nossa frente. Durante a Nova Marvel, a editora criou um grande estardalhaço ao fazer Steve Rogers perder o soro do super-soldado, envelhecendo e passando o manto de Capitão América para Sam Wilson.

Os anos passaram e o Capitão voltou! Em Captain America: Steve Rogers, que veio logo após ao evento Avengers: Standoff, o herói retorna com toda a classe e pompa... apenas para que possa ser revelado que sua história foi alterada pelo Caveira Vermelha através de um cubo cósmico senciente... e agora, Steve é um agente duplo. Para a HIDRA!

Em 2003, o escritor Christopher Priest criou, para a Marvel, uma HQ curta reunindo alguns super-heróis negros para resolverem problemas - The Crew, ou A Galera -, como uma manifestação política de resistência. O título acabou sendo esquecido pelo tempo, mas a editora não podia deixar sua história de lado.

No título solo do Rei de Wakanda, Black Panther, o prestigiado roteirista Ta-Nehisi Coates fez questão de homenagear essa história, de modo que o próprio T'Challa reuniu sua própria "galera". Em uma das HQs mais brilhantes e socialmente conscientes do ano, o Pantera Negra se uniria a Luke Cage, Misty Knight, Tempestade e Dobra para trazer mais representatividade negra unida aos quadrinhos.

Com um filme esse ano, o Doutor Estranho também está vivenciando uma de suas melhores fases nas HQs. Nas mãos de Jason Aaron, Doctor Strange se tornou um título divertido e imaginativo, ao mesmo tempo que consegue ser bizarro e sombrio em momentos que jamais esperaríamos.

Um dos melhores momentos da HQ, até então, é quando Strange revela, na adega do Sanctum Sanctorum uma criatura disforme e monstruosa. A revelação visual nem se compara ao que a criatura é: trata-se de todos os danos místicos que a magia causou em Strange, conjurados para fora de seu corpo e ganhando uma forma corpórea.

Ainda falando de Jason Aaron, podemos citar um título que tem causado polêmicas (mais frequentemente, por parte de "fãs" que sequer o leem). Mighty Thor, a HQ voltada para Jane Foster com os poderes do Mjölnir, se tornando a Deusa do Trovão conta com arte sensacional e até então, tem sido bem elogiada por seus leitores.

Um conflito, no entanto, é aguardado desde antes das Guerras Secretas e trata-se do combate entre Thor e Odin. O resultado é bem claro, com Jane Foster conseguindo dar uma surra no Pai Supremo de Asgard.

Embora seja um dos títulos menores e menos comentados da nova fase, Moon Knight tem trazido uma épica aventura para o Cavaleiro da Lua, com destaque estupendo para a arte de Greg Smallwood. Aqui, em uma trama bem instigante, tudo indica que Marc Spector cedeu à loucura completa, e por conta disso, está internado em um hospital psiquiátrico.

Não demora para perceber que as coisas não são bem o que aparentam e o herói logo começa seus estratagemas para fugir de seu cativeiro. O resultado é um momento brilhante e desolador, quando, ao finalmente se libertar, o Cavaleiro da Lua descobre que foi o mundo que enlouqueceu ao seu redor.

Poucos títulos de personagens independentes tiveram tanto sucesso e reconhecimento quanto Vision, focado no homem sintético e Vingador conhecido como Visão. Em vez de soar como uma HQ de super-herói, o título acabou puxando o drama do personagem ao estabelecer sua própria família artificial.

É difícil escolher um único momento que possa definir tão bem todo o título, mas há uma excelente edição, próxima ao final da HQ, onde Virginia, a esposa do herói, precisa fazer uma decisão delicada, e com isso, acaba sacrificando tudo de mais importante em prol sua família.

Quando a Marvel anunciou que, nesse ano, lançaria uma saga intitulada Guerra Civil II, muitos fãs não levaram a sério a editora, imaginando que se trataria apenas de um evento fraco para servir de marketing para Capitão América: Guerra Civil. Embora a segunda parte possa ser verdadeira, a primeira acabou fazendo alguns fãs queimarem a língua.

Até então, o evento tem sido uma visão interessante sobre problemas sociais reais, e apresenta uma boa cisão ideológica entre os grupos de heróis. Assim como no item anterior, fica difícil escolher apenas um momento, mas o estopim do conflito, com a morte do Máquina de Combate foi uma cena pesada, que trouxe consigo toda a gravidade do evento.

Pulando de uma saga para outra, podemos colocar nessa lista tudo que levou os X-Men a entrarem em conflito com os Inumanos até agora. Muito recentemente, os mutantes descobriram que a Névoa Terrígena que deu poderes aos inumanos estava assassinando sua espécie com uma doença irreversível.

Isso fez com que Ciclope, Emma Frost e seus aliados enfrentassem a Rainha Medusa para poderem destruir as nuvens terrígenas que viajam pelo planeta. Inconformada, a inumana mandou Raio Negro matar Ciclope (o que na verdade, não passou de um incidente forjado por Emma Frost) e agora, a Rainha Branca está assumindo as rédeas do conflito. E não sobrará pedra sobre pedra em Attilan!